Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #7

2005 é um ano que todo são paulino guarda com carinho. Campeão da Libertadores, campeão do mundo, sem dúvidas o auge do time nos últimos anos. Hoje vamos falar da primeira parte de tudo isso, o início do domínio Tricolor que durou até 2008, encerrado com o tricampeonato brasileiro. Rogério obviamente foi parte vital de tudo isso. Depois de títulos, milagres, gols e tudo o que teve direito, o M1TO agora tem a missão de expandir seus fatos ao redor do mundo. O começo foi em seu próprio continente.

São Paulo 4x0 Atlético-PR – A América



Aquele time de 2005 tinha grandes valores. Além do capitão, que anotou cinco tentos na competição, a defesa composta por Fabão, Edcarlos e Lugano era uma das melhores dos últimos anos, complementada por Cicinho e Júnior nas laterais. Mineiro, Josué e Danilo eram formavam um meio campo de qualidade e marcação, que contava frequentemente com Souza também, aiudando a municiar Grafite, Amoroso e ocasionalmente Luizão. Essa escalação mostrava o quão bom era o time comandado por Emerson Leão e posteriormente Paulo Autuori.

E tudo começou na temida altitude boliviana. Um jogo de muitos gols e um empate arrancado contra o The Strongest, em um 3 a 3, graças ao gol de empate de Grafite no finalzinho, aos 42 do segundo tempo. Em seguida, o Morumbi presenciou um 4 a 2 na Universidade do Chile. Outro empate longe das terras brasileiras foi contra o Quilmes, 2 a 2. E a campanha seguiu assim, com boas vitórias em casa e empate fora, somando 12 pontos no total e colocando-o na primeira posição do grupo 3, seguido por La U.

 Nas oitavas de final, um grande clássico contra o Palmeiras. O time alviverde teve o direito de sediar a primeira partida, mas o resultado não foi dos melhores, graças a Cicinho, um gol antológico que calou o Palestra Itália. Na volta, 60 mil lotaram o Morumbi e viram gols do Deus Rogério e outro de Cicinho, para fechar o caixão e classificar o futuro campeão para as quartas de final, onde o adversário seria o Tigres.

Os mexicanos não representaram tanto perigo na primeira partida. O 4 a 0 com dois gols de Rogério Ceni (o mesmo ainda perdeu um pênalti, impedindo o que poderia ser o único hat-trick da sua carreira). Luizão e Souza, sacramentando a classificação já nessa partida. Nem a derrota no México por 2 a 1 pode ajeitar a situação dos felinos.

Nas semifinais um grande duelo contra o River Plate, o time com a melhor campanha da primeira fase. Em São Paulo, Danilo e novamente Rogério Ceni, diante de 61 mil pagantes deram um grande passo rumo à final, em um jogo extremamente complicado e definido apenas no final.

A volta na Argentina teve um Monumental de Núñez com quase 59 mil pessoas empurrando o time argentino que ainda acreditava. Mas o ex-ídolo e hoje carrasco tricolor ZiDanilo abriu o placar logo aos 11 minutos acabando com qualquer empolgação. Já se sabia que a final viria. No final um 3 a 2 com gols de Fabão e Amoroso para o Tricolor.

O adversário da final seria uma surpresa, o Atlético-PR. Diante de uma gelada Porto Alegre (a Arena da Baixada ainda sem as reformas da Copa não apresentava condições de receber uma partida desse porte), o Beira-Rio foi sede da primeira partida, quando o Furacão foi para os vestiários liderando o placar com um gol de Aloísio, ele mesmo o Chulapa, o bebedor de danone aproveitou cruzamento de Jancarlos e cabeceou, abrindo o placar. No segundo tempo, Durval fez um gol contra que encaminhou o Tri para o SPFC.

No jogo do dia 14 de julho de 2005, nada mais nada menos que quase 72 mil pessoas abarrotaram o Morumbi, uma festa inesquecível que teve como protagonistas os donos da casa, o São Paulo. O ambiente era incrível, mas o que combinaria com tal ambiente? Sim, um título. E ele veio.

E logo aos 16 minutos, a jogada que começara com um belo calcanhar de Luizão se definiria com o gol de Amoroso, que abriria o placar, inflamando cada vez mais o torcedor que se via perto da conquista. Porém, só pra não dizer que não teve emoção, no final do primeiro tempo, Aloísio sofreu pênalti de Alex. A cobrança que seria feita por Fabrício poderia mudar a história da final, do título. Mas ele carimbou a trave, dando números finais ao primeiro tempo.

No segundo tempo, o inesquecível veio. Logo aos 7, Fabão subiu mais alto que todo mundo e botou pra dentro após cobrança de escanteio, ampliando o placar e obrigando o CAP a marcar dois gols para levar a partida pra prorrogação e passou a usar a tática do desespero, com chutes de fora da área e cruzamentos para a área, mas nada que assustasse o maior ser humano da história.

E o terceiro gol apareceu. Luizão, em grande jogada com Amoroso, relembrando a dupla do Guarani ampliou e praticamente definiu o jogo, 3 a 0 e só restava esperar o relógio correr e comemorar. E para finalizar, aos 44, Diego Tardelli fechou o placar para o São Paulo FC, campeão da Taça Libertadores de 2005 e primeiro time brasileiro tricampeão sul-americano.

Essa geração ficaria pra história, como todos sabemos. É o melhor time desde aquele bicampeão da das Américas e do Mundo. Curiosamente, esse mesmo elenco, com algumas mudanças faria o mesmo feito, de conquistar o Mundial de Clubes. Mas isso é assunto para outro texto. Até lá, vocês podem se deliciar vendo os gols no vídeo abaixo.


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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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