Ao longos dos seus 106 anos, recém completos, e com mais de 40 Campeonatos Brasileiros disputados, o Internacional conseguiu apenas conquistar três títulos da competição. Todos foram na década de 70 (75, 76 e 79), uma das mais vitoriosas da história do clube. Existe também o caso do Brasileirão de 2005, onde, não fossem os jogos anulados, o clube teria sido campeão.
Campeonato Brasileiro de 1975
O Brasileirão de 75 contava com 42 equipes, divididas em 4 grupos, dois de 10 e dois de 11. Existiam três fases preliminares e mais a fase final, onde haviam semifinal e final, em apenas um jogo, na casa do time de melhor campanha. O sistema de pontuação contava com uma alteração: caso a equipe vencesse por dois ou mais gols de diferença, ao invés dos dois pontos pré-definidos, o time ganharia três pontos.
O time comandado por Rubéns Minelli foi muito bem nas duas primeiras fases, terminando ambas na primeira colocação, mas acabou tropeçando na última, ficando atrás do Santa Cruz e, por conta disso, tendo que decidir a semifinal fora de casa.
O jogo seria contra a poderosa Maquina Tricolor, de Rivellino, Paulo César Caju e outros craques da época. A vitória do Fluminense era dada como certa, mas com a genialidade de Falcão e os gols de Lula e Carpeggiani, a equipe gaúcha conseguiu sair vitoriosa de um Maracanã lotado.
Na final, a ultima pedra no caminho seria o grande time do Cruzeiro, com diversos jogadores selecionáveis, como Joãozinho, Palhinha, Raul e outros. Coube então ao capitão colorado, Don Elías Figueroa, fazer o gol salvador e que brindaria ao Inter seu primeiro título nacional. No único feixe de luz a iluminar o campo, Figueroa pulou e cabeceou a bola para o fundo do barbante.
Apesar de ter Falcão como seu maestro, que, com apenas 23 anos, já despontava na equipe principal, a equipe colorada era recheada de bons jogadores, como o goleiro Manga, o zagueirão Figueroa e o atacante Flávio, que, junto com Falcão, fizeram toda a diferença e levaram o time ao título.
A equipe base era formada por: Manga, Valdir, Hermínio, Figueroa e Chico Fraga, Caçapava, Falcão e Carpeggiani, Valdomiro, Flávio e Lula.
Campeonato Brasileiro de 1976
A competição nacional do ano seguinte não teve muitas mudanças, com as três fases mantidas. Apenas foram adicionadas doze equipes e os grupos divididos de maneira diferente.
Neste ano, a equipe alcançou a primeira colocação nas três fases preliminares, podendo, portanto, receber tanto semifinal quanto final dentro do Beira-Rio.
Desta vez, o adversário da semifinal foi o Clube Atlético Mineiro. Os visitantes conseguiram sair na frente com gol de Vantuir, ainda no primeiro tempo. A equipe gaúcha só veio a igualar e posteriormente a virar o jogo no segundo tempo. O primeiro gol foi marcado por Batista enquanto o segundo foi um gol antológico, surgido de uma tabela de cabeça entre Escurinho e Falcão, que gerou o gol do eterno camisa 5. Esse gol é lembrado até hoje como um dos mais bonitos da história do Beira-Rio.
Passados os mineiros, seria a hora de enfrentar o Corinthians, que vinha de vitória sobre a mesma Máquina Tricolor, derrotada pelo Inter no ano anterior. O jogou acabou com uma vitória tranquila do colorado por 2 a 0, com gols de Dadá Maravilha e Valdomiro. Mais uma vez, Figueroa receberia a honra de levantar a taça do Campeonato Brasileiro.
Mais uma vez tendo Falcão como ponto principal do time, que nesse ano ganhou o prêmio Bola de Prata, da Revista Placar, o treinador Rubens Minelli também se valeu da veia goleadora de Dadá, que já havia sido campeão brasileiro com o Galo em 1971, e que acabou por terminar a temporada como artilheiro da competição.
O time ideal da temporada contava com: Manga, Cláudio, Figueroa, Marinho e Vacaria, Caçapava, Batista e Falcão, Valdomiro, Lula e Dadá.
Campeonato Brasileiro de 1979
O nacional de 1979 foi um dos mais desorganizados, se não o mais, da história. Foi a edição com o maior número de participantes, totalizando 94. Foi, também, o último campeonato organizado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos) antes da mesma se dissolver em confederações específicas para cada esporte, como a CBF para o futebol.
A única diferença desse pros outros dois títulos, no quesito formulação, foi a de que a fase final tinha agora jogos de ida e de volta, tanto na semifinal como na final. Além disso, a edição de 79 contou apenas com um dos grandes paulistas, o Palmeiras.
Esse foi também o último campeonato ganho pelo colorado gaúcho. Até hoje ele é lembrado por ser o único da história dos campeonatos com fórmula mista (pontos corridos seguidos de mata-mata) e posteriormente de pontos corridos, onde o campeão terminou a competição invicto, sem nenhuma derrota.
Mesmo sofrendo grande pressão por parte da imprensa e da torcida, por ter feito um péssimo Campeonato gaúcho, terminando na terceira colocação, mais uma vez, a equipe, agora comandada por Ênio Andrade e com algumas caras novas no 11 inicial, terminou todas as fases de grupos na primeira posição. Isso garantiu que os dois jogos da volta fossem na casa do clube porto-alegrense.
Na semifinal, o adversário era o atual campeão brasileiro, Palmeiras, que tinha um grande time. No jogo da ida, no Morumbi, o Esquadrão Vermelho conseguiu sair vencedor, em partida estrelada pelo grande maestro Paulo Roberto Falcão, por 3 a 2. Na volta, no Beira-Rio, a equipe apenas se deu o trabalho de garantir a vaga na final com um empate em 1 a 1.
Os jogos decisivos seriam contra o Vasco. No Maracanã, a vitória veio graças ao atacante reserva Chico Spina, que começou jogando e fez os dois gols da vitória por 2 a 0. No Beira-Rio, a equipe não deixou barato também, saiu ganhando com gols de Jair e Falcão; levou o de honra de Wilsinho, mas se sagrou campeão mais uma vez dentro dos seus domínios.
Esse, talvez, tenha sido o melhor ano da carreira de Falcão, tendo mais uma vez orquestrado o time rumo ao título. O terceiro dele e do Sport Club Internacional.
A base do time era: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão, Cláudio Mineiro; Batista, Falcão, Jair;Valdomiro, Bira e Mário Sérgio. Técnico: Ênio Andrade.
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Este foi o texto que relembrou o título do Tricampeonato Brasileiro do Internacional. O que achou? A publicação foi feita pelo convidado Adrian Pavoni, torcedor fanático do Internacional. Gostaria de conversar mais sobre o tema com ele? Encontre-o pelo Twitter.
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