Uma das maiores alegrias para um torcedor é ver o seu time de coração ser campeão nacional. O Botafogo já realizou esse feito por 2 vezes: em 1968 e 1995. Conheça agora a história dos títulos brasileiros conquistados pelo alvinegro.
Taça Brasil de 1968
A taça Brasil, torneio realizado entre 1959 e 1968, disputado em sistema semelhante ao da Copa do mundo devido as dificuldades de locomoção e transporte da época, reunia as equipes campeãs estaduais do Brasil. O campeão da taça Brasil era considerado o campeão brasileiro de clubes, algo então inédito no Brasil, além de garantir uma vaga para a disputa da Copa Libertadores da América.
Devido ao problema ocorrido entre Botafogo e Metropol (descrito abaixo), em partida pelas quartas de finais, o torneio foi prolongado até Outubro de 1969. Mas nada disso poderia mudar o que estava por vir. Palmeiras, até então o atual campeão, Náutico (vice campeão atual), Botafogo e Santos, que representavam os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, estavam garantidos na fase final. Os outros times se enfrentavam na primeira fase, na época dividida em 3 zonas: Zona Norte, Sul e Centro. Cada zona tinha um regulamento próprio, e o campeão de cada zona se classificaria para a fase final.
Os jogos do Botafogo:
05 e 08/12/1968- Botafogo 6 x 1 , 0 x 1 Metropol (SC)
02/04/1969 - Botafogo 1 x 1 Metropol (SC)
Obs: O jogo foi suspenso aos 13 minutos do 2º tempo devido ao temporal. Novo jogo foi marcado para o dia 04/04 e o Metropol não compareceu, sendo considerado perdedor por W.O. A CBD declarou o Botafogo vencedor por 1 a 0.
23 e 27 /08/1969- Botafogo 1 x 0 e 1 x 1 Cruzeiro
03/09 e 04/10/1969- Botafogo 2 x 2 e 4 x 0 Fortaleza.
Artilheiro da Taça Brasil 1968: Ferreti, do Botafogo com 7 gols.
Dados sobre as finais da Taça Brasil de 1968
BOTAFOGO FR 2 x 2 FORTALEZA EC
Data: 03 / 09 / 1969
Local: Presidente Vargas, Fortaleza
Renda: NCr$ 46.810,00
Público: 15.375
Árbitro: José Mário Vinhas
Competição: Campeonato Brasileiro (Taça Brasil)
Gols: Erandir e Joãozinho, no 1° tempo; Ferretti (2), no 2° tempo
Botafogo: Ubirajara Motta, Moreira, Zé Carlos (Moisés), Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Afonsinho; Zequinha (Rogério), Humberto, Ferretti e Torino. Técnico: Zagallo
Fortaleza: Gilberto, William, Zé Paulo, Renato e Luciano Abreu; Joãozinho e Luciano Frota; Lucinho (Mimi), Mozart, Erandir e Alísio (Amorim). Técnico: Caiçara
Fonte: Correio do Ceará
BOTAFOGO FR 4 x 0 FORTALEZA EC
Data: 04 / 10 / 1969
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Renda: NCr$ 84.575,00
Público: 34.588
Árbitro: Guálter Portela Filho
Competição: Campeonato Brasileiro (Taça Brasil) (decisão)
Gols: Roberto, 12’ (1° tempo), Ferretti (2), 12’ e 35’, e Afonsinho, 22’ (2° tempo)
Botafogo: Cao, Moreira, Chiquinho Pastor (Leônidas), Moisés e Waltencir; Carlos Roberto (Nei Conceição) e Afonsinho; Rogério, Roberto, Ferretti e Paulo Cézar. Técnico: Zagallo
Fortaleza: Mundinho, William, Zé Paulo, Renato, Luciano Abreu; Joãozinho e Luciano Frota; Garrinchinha, Lucinho, Erandir (Amorim), Mimi. Técnico: Gílvan Dias
Fonte: Correio da Manhã
1995: mais um ano de alegria, a tua estrela brilha, é gol de Tulio Maravilha!
O título mais conhecido e considerado por muitos o mais importante do Glorioso com uma final emociante contra o Santos, realizada em 2 partidas.
Antes do Brasileiro de 1995, as vitórias valiam 2 pontos, o que mudou exatamente nesse ano, em que cada jogo ganho valia 3 pontos para o vencedor. Com esse critério o Botafogo se classificou em 1° lugar na Chave A, mesmo grupo de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio.
A fórmula de disputa consistia em 1ª fase e fase final. Na primeira fase, os 24 clubes jogavam todos contra todos, em turno único, porém organizados em duas chaves de 12 para efeito de classificação. Na primeira etapa (11 rodadas), os jogos são apenas dentro de cada chave. Na segunda etapa (12 rodadas), os clubes da chave A enfrentam os da chave B. Classificam-se para a Fase Final apenas os vencedores de cada chave em cada etapa.
Os classificados da primeira fase foram:
1ª etapa, chave A – Cruzeiro
1ª etapa, chave B – Fluminense
2ª etapa, chave A – Botafogo
2ª etapa, chave B – Santos
Na fase final o sistema era eliminatório, com jogos em ida e volta, cabendo a vantagem do duplo empate aos clubes com melhor campanha.
Os seguintes confrontos marcaram as semifinais:
Botafogo x Cruzeiro
Jogo de ida: 1x1
Jogo de volta: 0x0
Santos x Fluminense
Ida: 1x4
Volta: 5x2
Com esses resultados, Santos e Botafogo fariam a grande final do Campeonato Brasileiro de 1995. No primeiro jogo, realizado no Maracanã, o Botafogo bateu o Santos por 2 a 1. Os gols da partida foram de Túlio Maravilha e Wilson Gottardo, para o Botafogo, e de Giovanni, para o Santos. O público presente foi de 53.668.
No grande duelo final contra o Santos, no Pacaembu, o Botafogo conseguiu arrancar um empate em 1 a 1. Com este resultado, o Botafogo faturou o campeonato. Marcelo Passos marcou para o Santos, e Túlio Maravilha para o Botafogo. O público foi 31.488 presentes.
Confira a seguir, os detalhes que marcaram as finais que sagraram o Botafogo de Futebol e Regatas campeão brasileiro em 1995 por Gabriel Andrezo e Walace Borges, do Lancenet:
Na grande decisão, o adversário do Botafogo seria o temido Santos, que triturara o Fluminense na semifinal após histórica reação (perdeu a ida por 4 a 1 no Rio e venceu o segundo jogo por 5 a 2). No primeiro jogo, marcado para o Maracanã, em uma chuvosa noite de quarta-feira, o Botafogo saiu na frente com gol do zagueiro Wilson Gottardo. Após escanteio vindo da direita, o camisa 3 meteu-se entre a zaga santista e cabeceou no canto direito de Edinho: 1 a 0.Não demorou muito para que Giovanni, grande destaque santista, empatasse a partida. O camisa 10 de cabelo descolorido recebeu belo passe de Marcelo Passos e tocou por cima de Wágner: 1 a 1. Mas foi em outra bola parada que o Botafogo retomou a liderança. Novo córner da direita, e um desvio em Giovanni fez a defesa santista parar. Túlio, oportunista e falastrão que era, só mandou para a rede, fazendo 2 a 1 e cumprindo a promessa que fizera minutos antes da bola rolar:- Vamos decidir. Agora, chegou a hora do matador.No entanto, a maior polêmica do jogo aconteceu nos acréscimos da primeira etapa. Sérgio Manoel escorregou mas, mesmo caído, fez um passe em profundidade para Túlio, que estava na mesma linha do penúltimo zagueiro. Livre, o camisa 7 chutou no canto de Edinho, porém o assistente Antônio Hora Filho marcou impedimento, gerando revolta dos alvinegros. Após o intervalo, porém, o placar não se alterou.CONSAGRAÇÃO E TÍTULOCom a vitória no jogo do Maracanã, o Botafogo ia para a segunda partida com a vantagem do empate. O meia Beto, um dos principais nomes do Alvinegro àquela altura, revelou que os santistas estavam eufóricos e confiantes antes do jogo decisivo, por já terem reagido contra o Fluminense mesmo tendo perdido a primeira das semifinais por três gols de diferença:- Quando acabou o primeiro jogo, eles (jogadores do Santos) saíram comemorando. Isso mexeu com o brio da gente. No segundo jogo, eles pintaram o cabelo e tudo, todo mundo festejava no Pacaembu, mas tiveram que nos ver ganhar (risos). Foi uma coisa que motivou toda a nossa equipe e que fez a gente dar o dobro dentro de campo.A partida final aconteceu no Pacaembu, no começo da noite de domingo, 17 de dezembro. Túlio Maravilha, que já era o maior goleador do campeonato, justificou a fama de decisivo. Aos 24 minutos, Sérgio Manoel cobrou falta na área e Jamir cabeceou. A bola sobrou para Túlio que, adiantado, venceu Edinho, em gol bastante parecido com o da primeira partida da final.O Santos, que precisava virar, foi para cima ainda no primeiro tempo, mas perdia várias chances. A emoção maior ficou para a etapa final. Já no primeiro minuto, Marquinhos Capixaba dividiu com a defesa botafoguense pela direita e, com o braço, ajeitou para Marcelo Passos, livre, fuzilar Wágner. Empate que acendeu a torcida do Peixe e preocupou a do Glorioso.A partir daí, a pressão foi quase toda do Santos, que esbarrava em lindas defesas de Wágner. Por pelo menos duas vezes, o camisa 1 salvou o Botafogo de levar a virada. A bronca santista ficou por conta do árbitro Márcio Rezende de Freitas ter anulado gol de Camanducaia, marcando impedimento inexistente, naquele que acabaria sendo o único gol realmente legal do segundo jogo.Por fim, o empate em 1 a 1 coroou o Botafogo, melhor time do campeonato, como o legítimo campeão nacional, quebrando um jejum que já perdurava desde 1968, ano em que o Alvinegro venceu a Taça Brasil diante do Fortaleza. Já na madrugada de segunda-feira, os jogadores desembarcaram no Aeroporto Santos Dumont, onde eram esperados por uma multidão. A festa, que foi noite adentro, só começava e a geração de Túlio, Gonçalves, Donizete, Wágner Sergio Manoel, entre tantos outros, já estava na história.
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Este foi texto que relembra os títulos do Campeonato Brasileiro do Botafogo. O que achou? A publicação foi feita pelo convidado Eduardo Ferreira, torcedor fanático do Botafogo. Gostaria de conversar mais sobre o tema com ela? Encontre-a pelo Twitter.
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