E hoje chegou a vez do Fluminense ter sua história escrita aqui no C11! O Tricolor das Laranjeiras foi campeão da competição em quatro oportunidades: 1970, 1984, 2010 e 2012. As conquistas serão divididas em dois textos, onde esse que você está lendo no momento trata-se dos títulos de 70 e 84. Vamos nessa?
A Taça de Prata, que tinha o nome de torneio Roberto Gomes Pedrosa, era disputada através de duas fases: Na primeira, dezessete equipes se dividiram em dois grupos: o grupo A, com oito equipes; o grupo B, com nove equipes. Todas as equipes se enfrentaram em turno único. Apenas dois times de cada grupo se classificavam para a fase final, formando um quadrangular final, também em turno único. O grande campeão seria quem somasse mais pontos ao final do quadrangular.
O Fluminense fez parte do grupo B e avançou na segunda colocação, junto do líder, Cruzeiro. No grupo A, Atlético-MG e Palmeiras avançaram e formaram, junto dos dois citados anteriormente, o quadrangular final.
Com duas vitórias e um empate, o tricolor somou cinco pontos – na época, uma vitória era equivalente a dois pontos – e se sagrou, pela primeira vez, campeão do Brasil.
Jogos do Quadrangular final:
Fluminense 1x0 Palmeiras
Cruzeiro 1x1 Atlético-MG
Cruzeiro 0x1 Fluminense
Palmeiras 3x0 Atlético-MG
Palmeiras 4x2 Cruzeiro
Fluminense 1x1 Atlético-MG
Time base
Félix; Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denílson e Didi; Cafuringa, Flávio (Mickey), Samarone e Lula.
Cláudio, Toninho, Silveira, Wilton, Paulo Lumumba, Jair, Jairo, Albérico e Jorge Vitório colaboraram com o título.
Destaque
Mickey – Atacante, substituiu o artilheiro Flávio, que fez onze gols no campeonato e lesionou-se em partida pela primeira fase, diante do Atlético-MG, no Mineirão. Acabou como herói, ao fazer os três gols do Fluminense no quadrangular final. Entre eles, o de empate na partida decisiva contra o mesmo Atlético-MG, em um Maracanã com mais de 100 mil pessoas.
Dificuldade
Todos os jogadores campeões mundiais em 1970 disputavam o Brasileirão na época, o que resultou em um campeonato de muito equilíbrio. Graças ao critério de desempate, o Flu se classificou na primeira fase em segundo no grupo B, com 20 pontos, seguido de Internacional e Flamengo, que tinham o mesmo número de pontos, mas foram eliminados por conta do saldo de gols.
1984 - Casal 20
Em um formato totalmente diferente do que estamos acostumados, o Brasileirão de 84 teve a participação de quarenta equipes e foi dividido em quatro fases, sendo três com duelos em fase de grupos e a última, a partir das quartas de final, com mata-mata.
Na fase inicial, foram formados oito grupos com cinco equipes, onde três se classificavam para a segunda fase após turno e returno, além de oito que disputariam uma repescagem para avançar. O Fluminense fez parte do grupo C e avançou na segunda posição, com doze pontos conquistados.
Na segunda fase, foram formados sete grupos com quatro equipes, também em formato de turno e returno. Os classificados seriam os dois primeiros colocados, mais a equipe com melhor índice técnico entre os terceiros colocados, além do campeão da Série B do mesmo ano, que foi o Uberlândia. No grupo A, o tricolor avançou em primeiro, somando oito pontos em dezoito disputados.
Na terceira fase, dezesseis equipes se dividiram em quatro grupos, onde os dois primeiros avançavam às quartas de final do Campeonato Brasileiro. Novamente no grupo A, o tricolor teve a companhia de Portuguesa, Operário-MS e Santo André. Soberano, com dez pontos conquistados, o Flu avançou em primeiro, junto da equipe lusitana, que passou para a fase seguinte com cinco pontos conquistados. Vasco, Coritiba, Corinthians, Náutico, Flamengo e Grêmio foram os outros classificados para a fase final.
Após tantos grupos e duelos preliminares, chegaram os jogos das quartas. Os confrontos foram formados desta maneira: líder do grupo A vs segundo do grupo B; líder do grupo B vs segundo do grupo A; líder do grupo C vs segundo do grupo D; líder do grupo D vs segundo do grupo C. Desta forma, o Fluminense enfrentou o Coritiba e se classificou com um sonoro 5 a 0 no jogo de volta, no Maracanã, após empate por 2 a 2 no Couto Pereira na primeira partida.
Na semifinal, o “temido” Corinthians do craque Sócrates e, até então, tratado como grande favorito no torneio. Carlos Alberto Parreira, técnico do Flu na época, relatou algumas vezes que nossa equipe era tratada como zebra para o duelo e que a imprensa paulista profetizava um massacre corinthiano. Pois bem, tivemos massacre; porém, a nosso favor. Um massacre tático, além de uma partida espetacular do goleiro Paulo Vitor na partida de ida, no Morumbi. 2 a 0, com gols de Assis e Tato. Grande vantagem para o duelo no Maracanã, onde empatamos por 0 a 0 e avançamos a final do Brasileirão, contra o rival Vasco da Gama.
Rio de Janeiro, 24 de maio de 1984. Maracanã, 63 mil pessoas. A semana que dividiu o Rio de Janeiro entre tricolores e cruzmaltinos. Na partida de ida, com gol de Romerito, o Fluminense venceu seu rival e colocou grande vantagem para levantar o caneco, três dias depois, no mesmo Maracanã. Com o dobro de público, exatos 128.781 pagantes, o estádio Mário Filho proporcionou ao futebol brasileiro, o maior público da história. Através de mais um 0 a 0, o tricolor se sagrou bicampeão brasileiro.
Time base
Paulo Vitor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Romerito, Assis e Delei; Washington e Tato.
Diferencial
Hoje, patrimônios do Fluminense e muito por conta também daquele Brasileirão, o casal 20, formado por Washington e Assis, fizeram a diferença na campanha. A igualdade foi tanta que ambos foram os artilheiros do tricolor no campeonato, com nove gols cada. Toda a reverência aos agora anjos, Assis e Washington. Saudade eterna!
Dificuldades
A longa campanha, com direito a troca de treinador no meio do caminho (Carbone era o técnico e foi substituído por Parreira) talvez tenha sido a maior dificuldade naquele Brasileirão. Durante o torneio, foram feitas contratações importantes, como Romerito, agregando a equipe e formando um time ainda mais forte.
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Este foi o primeiro texto da série que relembra os títulos do Campeonato Brasileiro (unificado) do Fluminense. O que achou? As duas publicações foram feitas pelo convidado Clayton Mello, torcedor fanático do Fluminense. Gostaria de conversar mais sobre o tema com ele? Encontre-o pelo Twitter.
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