Retornou a paz?

"Bamo? Bamo?!", indagava Guerrero para os atletas após o primeiro gol. (FOTO: Itamar Aguiar/Agência Estado)


Em tarde chuvosa no Beira-Rio, o Corinthians Paulista foi matar a saudade da água e, também, por acaso, enfrentar o Internacional em jogo válido pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, que terminou em vitória para o time visitante por 2x1.

O time do Sul, então vice-colocado do campeonato, buscava manter vivo o sonho de alcançar o isolado líder Cruzeiro, enquanto o Timão vinha com a bagagem de uma vergonhosa eliminação na Copa do Brasil, protestos no CT (infelizmente, não houve retorno do famoso grafite Acobou a paz!!!) por parte das torcidas organizadas, desentendimentos no ar entre atletas do próprio clube e uma distância incômoda do G4. 

O técnico do Corinthians, Mano Menezes, reforçou a equipe ao restaurar Gil e Elias, ausentes do último jogo por pedirem para serem poupados após servir a equipe nacional do Brasil, no lugar do estabanado zagueiro (carece de fontes) Felipe e do lateral, volante e ao mesmo tempo nada, Guilherme Andrade. Além disso, desistiu do 4-4-2 e sacou o então titular Malcom para colocar "Magic" Jádson, afastado há muito tempo da equipe, na armação, fazendo então um 4-5-1 um tanto diferente. O Corinthians veio a campo com: Cássio; Fágner, Gil, Anderson Martins, Fábio Santos; Bruno Henrique, Elias, Petros, Renato Augusto, Jádson; Guerrero. 

O time já sentiu logo de cara a diferença de ter um homem de armação e poder deixar Renato Augusto mais solto. Aos 3 minutos do primeiro tempo, Fábio Santos cobrou lateral curto para o ex-jogador do Bayer Leverkusen, que devolveu a redonda para o lateral com um lindo toque de calcanhar na ponta esquerda. Como esperado, Fábio errou o cruzamento, mas Guerrero, sempre ele, deu um jeitinho. O peruano ajeitou de cabeça e, sem deixar a bola cair, concluiu no canto esquerdo do goleiro Alisson Becker.

Mano Menezes recuou o time (surpresa!!!!!!) após o primeiro gol, mas o Inter custou a levar perigo de fato, com Aránguiz colocando uma bola na trave aos 12 minutos e só. Aos 14, o lateral Wellington Silva e o goleiro Cássio se chocaram e o arqueiro corinthiano sangrou, por pouco não teve que dar lugar ao reserva Walter. Mas, salvo por esses lances, o Colorado do ex-alvinegro Nilmar demorou a ameaçar.

A partir dos 25 minutos o Inter resolveu entrar no jogo. Utilizando a criatividade de Alex e D'Alessandro, o Colorado abusou da bola parada, ameaçando a meta alvinegra pelo alto inúmeras vezes. O lateral Fabrício e o zagueiro Paulão, para alegria dos corinthianos, perderam chances claríssimas.

A retranca corinthiana, tão criticada - com razão - pela torcida ia aguentando bem, mas os gritos de protesto dos torcedores no CT Joaquim Grava provavelmente ainda ecoavam nas cabeças dos atletas do Coringão. A placa de acréscimos mostra um número, no mínimo, inusitado: 13 minutos adicionais, decorrentes do tempo de atendimento médico ao goleiro Cássio. Com tanto jogo pela frente, o Corinthians sentiu que era a hora de tentar dar uma resposta. Aos 53 minutos, Jádson cobrou falta da direita e encontrou o zagueiro Gil dentro da área, que cabeceou no canto esquerdo e ampliou o placar. Ainda deu tempo para o Inter atacar mais duas vezes, mas o longo primeiro tempo acabou em 2x0.

Voltando para o segundo tempo, o Inter sacou Alan Patrick e colocou o jovem Valdivia para tentar furar a retaguarda do Corinthians. Foi um Deus-nos-acuda, com o Inter chegando com muito perigo pelas pontas e insistindo na bola aérea para pegar o Corinthians desprevinido, coisa que Cássio, Gil e Anderson Martins pareciam intentos em evitar.

Aos 20 minutos do segundo tempo, Mano Menezes tira Bruno Henrique e coloca Guilherme Andrade. Muitas unhas passaram a ser roídas a partir daí. O presságio de um sentimento ruim pairava no ar até que, aos 27 minutos, Nilmar acabou com o suspense. Alex lançou uma bola alta na entrada da área que Wellington Paulista desviou antes de Gil poder repensar sua ação de ir pra cima; pego de surpresa, o zagueiro involuntariamente rebateu a bola, distraiu Cássio, que saiu e não achou nada, e o xodó do Inter finalizou com o gol aberto.

O Corinthians sofreu com o impacto do gol de honra, mas se recusou a ceder a solidez defensiva para tentar garantir o resultado. Mesmo com outro punhado de chances a gol, o Inter não conseguia achar espaços para concluir, exceto por um lance perto do fim em que Fabrício perdeu uma chance de gol tão clara, mas tão clara que parecia o próprio Fernando Torres em campo.

Aos 36 minutos, o zagueiro Paulão do Inter sentiu fortes dores e saiu de campo, mas o Corinthians parecia satisfeito. Mesmo com um gol corretamente anulado de Gil em cobrança similar à do primeiro tempo, a vitória magra era suficiente para a retranca alvinegra, que finalizou 4 vezes a gol no jogo inteiro, sendo que 2 terminaram em gol e 1 em gol anulado.

Vencer é sempre bom, mas há de se questionar sobre essa vitória ser o presságio da mudança no Corinthians ou apenas mais uma "barrigada" desta equipe que é o Robin Hood do campeonato; adora roubar pontos dos líderes e doar aos desfavorecidos.

O próximo compromisso do Corinthians, agora 5º colocado com 49 pontos, é na Arena Pantanal-MT, dia 22/10 (quarta), contra o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro. O Internacional, que caiu para 3º lugar com 50 pontos (7 atrás do líder Cruzeiro), também joga no mesmo dia, contra o Flamengo no Maracanã.



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Autor: Unknown

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