Taticando na Copa #01 - Bélgica e Rússia passam sem sustos pelo Grupo H


Começamos hoje o novo projeto do C11: Taticando focado na Copa do Mundo de 2014. Aqui, falaremos sobre cada um dos oito grupos, indicando prováveis esquemas táticos e escalações de cada uma das 32 seleções, bem como pontos fortes e fracos, e quem se sairia vitorioso em cada duelo, em simulações de confrontos. Contamos com o apoio total de vocês, leitores, para que tenhamos sucesso nesta novidade. Vamos lá!

Para começar, falo aqui sobre o grupo H, composto por Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul.

Bélgica

A “boa geração belga” e seu potencial monstruoso:

A Seleção Belga atua no 4-3-3, com uma trinca de extrema qualidade no meio-campo. Em sua última partida (empate em 2x2 com a Costa do Marfim), o treinador Marc Wilmots teve como titulares Axel Witsel, Marouane Fellaini e Kevin de Bruyne. Eden Hazard (geralmente titular), Steven Defour, Timmy Simons e Radja Nainggolan são outros nomes que podem pintar nesse setor. Todos de extrema qualidade. Esse trinca municia como pode o setor ofensivo, que tem Romely Lukaku como titular (Benteke, machucado e fora da Copa, começou jogando a última partida), Kevin Mirallas e Dries Mertens pelas pontas. Aqui também é difícil definir um trio titular. Por quê? As outras opções são Nacer Chadli, Jelle Vossen e Mousa Dembele. Todos de qualidade.

11 Titular vs Costa do Marfim

Quanto a parte defensiva, Wilmots tem hoje um dos melhores goleiros do mundo. Durante e depois do último jogo do Atlético pela Liga dos Campeões, frente ao Barcelona, o que mais se leu nas redes sociais foram elogios a ele. Muita gente que não o conhecia, se surpreendeu. Não é de hoje que mostra potencial e é incrível como melhora a cada jogo. Passa muita segurança a seus defensores. O miolo de zaga no último confronto da seleção foi composto pelos experientes Daniel Van Buyten e Vincent Kompany, que ainda têm Nicolas Lombaerts e Thomas Vermaelen como opção. No lado direito o bom Toby Alderweireld e na esquerda Jan Vertonghen e Sebastien Pocognoli dão a Wilmots uma opção interessante: enquanto o primeiro é mais defensivo, podendo atuar também como zagueiro, o segundo é mais ofensivo, e pode até mesmo atuar como meia ou ponta esquerda.

Essa seleção tem como pontos forte e fraco a juventude. Explico: por um lado, estão já em uma excelente fase em suas carreiras (Bélgica vem a Copa como líder de seu grupo nas Eliminatórias), a maior parte deles ainda pode disputar uma ou duas Copas, e têm um vigor e uma vontade de mostrar serviço gigantescos. Por outro lado, a pouca idade pode pesar na "hora do vamos ver". Será que eles conseguiriam aguentar a enorme pressão num jogo de mata-mata contra uma Argentina, Brasil ou Alemanha? Ao menos na fase de grupos, é favoritíssimo a se classificar como líder.

Argélia

Na 2ª Copa consecutiva das Raposas, o que esperar de Feghouli e companhia?

A Seleção Argelina vem para sua 4ª Copa do Mundo. Depois da dobradinha de 1982-1986, conseguiu novamente a classificação por duas edições consecutivas, desta vez com uma vitória sobre Burkina Faso no playoff das Eliminatórias Africanas. As Raposas do Deserto atuaram em sua última partida em um 4-5-1 que, ofensivamente, é um 4-3-3.

11 Titular vs Eslovênia

A seleção comandada por Vahid Halilhodzic tem em Sofiane Feghouli seu grande astro, mas tem também outros bons valores, como o jovem lateral esquerdo Faouzi Ghoulam (Napoli), o meia Saphir Taïder (Internazionale) e o atacante Ishak Belfodil (Livorno, emprestado pela Internazionale). Se não é um grupo composto de craques, é um grupo forte coletivamente e mais talentoso e experiente do que aquele que participou da Copa de 2010.

A Argélia chega para tentar surpreender, mas será muito difícil conseguir isso. Bélgica e Rússia são seleções superiores e seria necessário arrancar pontos delas, além de cumprir seu papel e vencer a decadente Coreia do Sul. Veremos se os africanos conseguem aprontar algo...

Rússia

Conseguirá Capello tirar o melhor dos russos nessa Copa?

Comandada pelo italiano Fabio Capello, a Rússia chega a Copa como líder de seu grupo nas Eliminatórias, assim como a Bélgica. E chega também com um bom grupo de jogadores. Também no 4-3-3, Capello conta com jogadores mais experientes que Wilmots na Bélgica, e também tem bons jogadores em todas as posições. A começar pelo gol, com o ótimo Igor Akinfeev. No miolo de zaga, os experientes Ignashevich e Berezutski fazem boa proteção ao goleiro, enquanto Kombarov é boa opção pela lateral esquerda.

11 Titular vs Armênia

No meio-campo, Glushakov foi titular na vitória frente a Armênia e compôs o setor com o experiente Shirokov, um dos grandes nomes da seleção pra Copa, e Faizulin. Denisov luta por vaga com Glushakov e Dzagoev, que entrou no decorrer desta última partida, é outro excelente nome do setor. Mais a frente, Kokorin é o jogador no qual o país deposita suas esperanças de gol. Kerzhakov, que já esteve mais em alta, e Shatov também são boas opções. E, para ajudar a municiar qualquer um dos três, é importante que Zhirkov, mais aberto pela esquerda, esteja bem.

A equipe comandada por Capello tem tudo para se classificar com tranquilidade. E deve fazer um jogo interessantíssimo frente a Bélgica. Se pelos lados d'os Soviéticos há um pouco menos de qualidade, há mais experiência, e isso pode acabar fazendo diferença.

Coreia do Sul

Sem mais Park Ji-Sung, como chegam os sul-coreanos para a Copa?

Comandada por Hong Myung-Bo, a Coreia do Sul chega longe de ser aquela que chegou a semi-final da Copa de 2002, a qual sediou com o Japão. Sem mais Myung-Bo, que hoje treinador da seleção, é ainda o jogador que mais vestiu essa camisa, e também sem Park Ji-Sung, os Tigres da Ásia torcem por boas atuações de Chu-Young Park, grande estrela dentre os convocados, bem como Heung Min-Son e Ja-Cheol Koo.

11 Titular vs Grécia

Atuando no 4-4-1-1, os sul-coreanos venceram seu último amistoso, frente a Grécia, por 2x0. Este foi o último dos cinco amistosos que a seleção fez do fim do ano pra cá e o resultado final foi de 2 vitórias e 3 derrotas. Além da Grécia, venceu também a Costa Rica, por 1x0, quando atuou no 4-2-3-1 e com um time bem modificado em relação a esse último. Fora isso, perdeu para Rússia, deste mesmo grupo, por 2x1 (foi a campo num 4-3-2-1), para o México, por 4x0 (atuando no 4-4-1-1) e para Estados Unidos, por 2x0 (o esquema escolhido foi o 4-4-2).

Os sul-coreanos terão que se superar, mas hoje não tem como não cravar algo que não seja a lanterna do grupo para eles. Mas, tratando-se de futebol, tudo pode acontecer.

Quem passa?

Bélgica e Rússia, com facilidade. Não creio que a Coreia do Sul possa aprontar algo. Argélia tem mais chances que os asiáticos de surpreender, mas a não ser que aconteça um desastre, não vejo isso acontecendo.

O líder do grupo? Difícil, mas aposto na Bélgica, por ter mais qualidade, apesar da maior experiência dos russos ser algo que pode ajudá-los.

Na ordem, os classificados na simulação:

1º Bélgica
2º Rússia
3º Argélia
4º Coreia do Sul

Este foi a primeira edição do Taticando na Copa, com Gabriel Avellar, comentando sobre o grupo H em que Bélgica e Rússia passaram com facilidade na simulação. Fique ligado nos próximos textos e divulguem esta coluna aos amigos!


C11 nas redes sociais

Compartilhar no Google Plus

Autor: Gabriel Avellar

Palestrino, pseudo-judeu, estudante de Esporte (USP), fanático por futebol e rock. Misantropo, nictófilo, distraído, chato. Técnico do Pequeninos do Jockey.
    comentar com Facebook