Com certeza é a primeira vez que um time ganha o Mundial sem sair vitorioso de campo. Quer dizer, o Slavia bateu o Brno na Copa da República Tcheca, mas foi eliminado nos pênaltis. Como o que conta aqui são os 90 minutos, podemos considerar o time da capital tcheca como novo campeão. E não os confunda com o Sparta, que já foram campeões esse ano e tem uma rivalidade muito forte com os alvirrubros.
O Slavia Praga (se quiser chamar de Sportovní klub Slavia Praha - fotbal a. s., fique à vontade) é um dos clubes mais antigos do mundo, fundado em 31 de maio de 1892. Em quase 118 anos de vida, o Slavia teve 11 nomes diferentes (o último vem de 1991). Também sustenta a maior rivalidade do país com o Sparta Praga, seu vizinho. Soberano na região antes da década de 40, quando se instalou o regime comunista, o Slavia só se recuperou nos últimos 20 anos, voltando a disputar títulos no cenário nacional e tendo o estádio mais moderno da República Tcheca: o Stadion Eden, que tem capacidade para 21.000 pessoas.
Entre 1905 e 1930, no meio dos anos de ouro do Slavia, o clube ganhou 134 partidas das 169 que disputou por competições europeias. Antes do comunismo, foi 10 vezes campeão tchecoslovaco e em várias oportunidades base da seleção local. Ainda venceu uma vezinha em 1947 mas, depois, só em 1996. Nas Copas nacionais, foram 2 conquistadas antes do regime e 3 a partir da década de 90.
Mas por que essa queda de rendimento tão brusca? O Slavia tem as suas origens em uma classe intelectual e estudantil, uma das mais elevadas da sociedade na época. Acabou sendo frequentemente perseguido pelo governo comunista e tendo vários jogadores obrigados a irem para seus rivais, como Dukla Praga e Sparta Praga (ambos já apareceram nesta coluna), que cresceram no futebol com o regime.
Porém, no último jogo, o Slavia recuperou a sua glória. O novo campeão mundial, precisando do resultado, só foi fazer o único gol do jogo aos 35 do segundo tempo, com o meia Skoda. Infelizmente, nosso campeão foi derrotado nos pênaltis - o FC Brno se classificou.
Diogo Magri
Autor: Diogo Magri
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