| A imagem que define perfeitamente a primeira partida da final (Foto: Marcos Ribolli) |
O capitão e jogador mais decisivo perde pênalti, o melhor jogador do campeonato mal aparece, a maior promessa da base parece se esconder, o Damião sendo Damião, a "sorte" do Oswaldo nas substituições não deu as caras. Tudo conspirou contra o Santos na primeira partida da final. Que não seja assim domingo que vem.
A expectativa criada em cima do jogo foi toda ralo abaixo, pior partida do time em 2014. Todo mundo, sem exceções, mal. Bom para o Ituano, que nada tem a ver com isso, que fez o resultado e agora entra no dia 13 no Pacaembu com uma - pequena - vantagem.
Oswaldo decidiu manter o esquema já tradicional e mandou a campo no Pacaembu: Aranha; Bruno Peres, Neto, David Braz, Emerson; Arouca, Cícero, Gabriel; Geuvânio, Thiago, Damião. O Ituano respondeu com: Vagner; Dick, Alemão, Anderson Salles, Dener; Josa, Paulinho, Jackson Caucaia, Cristian; Esquerdinha, Rafael Silva.
Começo do jogo não foi animador. Aquele ímpeto santista nos jogos não se fazia presente, o time errava demais. E se falhava demais na frente, dava mais terreno para o rival jogar que prefeitura de município. Uma hora isso ia dar merda. E deu. Numa cratera gigante na esquerda da defesa santista, Esquerdinha deu lindo passe de calcanhar para Cristian acertar chute certeiro e deixar Aranha sem poder fazer nada, 1x0 galo.
"Ah, mas é o Santos, daqui a pouco enfia uma pressão e vira o jogo, sim?" não. Após o gol, o Santos teve quatro faltas seguidas praticamente no mesmo lugar. Duas mal batidas, uma perigosa e a quarta originou uma outra falta. Após cobrança na barreira e bate-rebate na área, a bola pegou na mão do zagueiro do Ituano e o juiz marcou pênalti.
"Aí, eu disse que era questão de tempo para o Santos virar, agora é gol" não de novo. Cícero, com o goleiro já deslocado, quis bater no canto alto e acabou chutando a bola na Vila Belmiro. Aí foi quando bateu a ideia de que a tarde de domingo seria longa para nós santistas.
E foi. O time não conseguia trocar três passes seguidos, e quando conseguia não tinha ideia do que fazer com a redonda. Era complicado, tudo que a gente queria era que acabasse o primeiro antes que saísse outro gol do Ituano. Felizmente não saiu.
Na volta de segundo tempo, com 5 minutos para ser um pouco mais exato, o mundo clamava por "Rildô, Rildô, Rildô". Ele veio. Não no lugar de quem todo mundo queria, mas veio. "Agora entrou o talismã do time, agora vai" não vai. Rildo nada pôde fazer com um Santos mais nervoso que virgem em puteiro.
O Ituano? Tava nem ligando para o Santos e nem se importava em atacar, só ficava lá parado de boa vendo o Peixe sofrer para acertar uma jogada. Quando finalmente acertou, Thiago Ribeiro achou Damião na área que, tropeçou na bola e se perdeu.
Oswaldo sentia que precisava, Damião não conseguia nem andar mais, chamou um jogador e: tira Thiago Ribeiro, o melhor do quarteto de frente, e coloca, sim, um volante. Alan Santos veio.
"Agora vai colocar o Cícero mais a frente, acho que a virada vem" não, cara, que saco. Não adiantou nada porque a improdutividade desse time parecia um combinado dos três rivais da capital. Mas ainda dava tempo, tinha uns 15 minutos a se jogar. O que Oswaldo faz? Deixa o Damião morrendo, se esfarelando em campo e tira o Geuvânio, que pelo segundo jogo seguido fez absolutamente nada.
O tempo passava, o dia começava a virar noite e nada de bom acontecia para quem foi ao estádio ver o melhor time do campeonato. A melhor defesa conseguiu, e muito bem, neutralizar o ataque mais polífico do Brasil em 2014. E sim, o Ituano calou o Pacaembu, como cantou a torcida do rubronegro. Acabou mesmo 1x0 na pior partida do Santos em 2014 e quando não podia jogar mal. Decepcionante.
Apesar dessa partida horrorosa do alvinegro, não há motivos para desistir do título. Não muito longe na história, o Santos no Morumbi tomou 2x0 na primeira partida para o São Caetano do floclórico Somália. Todos devem se lembrar como acabou aquele campeonato, certo? O Santos precisa do mesmo resultado que fez no segundo jogo em 2007 e com esse ataque não é nada impossível. Enfim, vai, Santos. Vai, pelo amor de Deus.
comentar com Facebook