113 anos de provas de amor


No dia 7 de abril de 1901, João Alfarra e um grupo de amigos fundaram o Clube Náutico Capibaribe. A princípio, apenas um clube de remo. Nos dias atuais, um clube poliesportivo. Mal sabiam o bem que estavam fazendo. Há 113 anos, o Náutico arrasta multidões e testa bastante o amor de seus adeptos.

Atualmente, o Timbu está MUITO longe de reviver os tempos áureos da década de 60, quando teve um esquadrão composto por jogadores como Lula, Gena, Lala, Nado, Salomão, Bita, entre outros. Era um dos melhores times do Brasil, e numa época em que os concorrentes eram "somente" o Palmeiras de Ademir da Guia, o Santos de Pelé, o Cruzeiro de Tostão e o Botafogo de Garrincha. Foi essa equipe que conquistou o hexa estadual, a Copa Norte e a Copa Norte-Nordeste, ficou cinco vezes entre os quatro primeiros da Taça Brasil - recentemente reconhecida como Campeonato Brasileiro pela CBF -, disputou até Copa Libertadores da América e deu ao Náutico a honraria de time grande em Pernambuco. Honraria que jamais se apagará e também foi construída por jogadores de décadas passadas, como Fernando Carvalheira, Caiçara e Ivson, e ressaltada por nomes como Baiano, Jorge Mendonça, Marinho Chagas, Bizu e Kuki nas décadas seguintes. Nem os sofrimentos de outrora apagaram ou apagarão.

Na década de 90, nenhuma taça veio. Na virada do século XX para o século XXI, o CNC era um time de terceira divisão e quase fechou as portas. Foi por pouco. Mas a torcida não deixou. De 1968 para cá, foram apenas sete títulos conquistados, sendo que o último foi em 2004. Em 2005, veio a fatídica Batalha dos Aflitos. Em 2013, a pior campanha de sua história no Brasileirão, sendo a segunda pior da história dos pontos corridos. Hoje, os motivos para se lamentar são infinitamente maiores do que os motivos para se orgulhar - ontem, por exemplo, o Timba saiu atrás na semifinal do Campeonato Pernambucano, ao ser derrotado pelo modesto Salgueiro pelo placar de 2 a 0; precisa vencer e levar o duelo aos pênaltis para ir à final. Mas a torcida não desiste. E jamais desistirá, porque sabemos o que esse clube representa na vida de cada alvirrubro.

É normal que a história de uma instituição mais do que centenária tenha momentos de dor e momentos de glória. As desilusões nos ensinam a lidar com as derrotas e as alegrias nos ensinam a comemorar as vitórias. Esse é o eterno ciclo dos torcedores. Mas a torcida do Náutico é especial. Ela sabe que sua relação com o time está mais para um "amor não correspondido" nos dias atuais, mas nunca deixa de amá-lo, porque o Timbu é sinônimo de paixão. Alvirrubros não são ratos. Nunca abandonam o barco. São timbus.

Para alguns, torcer para o Clube Náutico Capibaribe é um fardo. Para nós, é uma prova de amor incondicional. Nosso aperreio de cada dia, é verdade, mas, ao mesmo tempo, nosso time do coração. Parabéns, Timba! 113 não são 113 meses, e muito menos 113 dias. São uma longevidade inquestionável, e nós, alvirrubros desde o berço, nos orgulhamos de fazer parte de toda essa trajetória.
Compartilhar no Google Plus

Autor: Luís Francisco Prates

Náutico, Borussia Mönchengladbach e Benfica. Pernambucano, 20 anos, cristão e estudante de Jornalismo.
    comentar com Facebook