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| Foto: Raphael Henrique |
Cicatrizes. Principal produto do duelo violento contra o Santa Cruz no Arruda, na noite de ontem. Arbitragem padrão FIFA falha. Preocupação enorme pós-clássico. É basicamente o que se pode tirar do jogo de volta de semifinal entre Santa e Sport. Não foi uma partida de alto nível técnico, nem perto disso, apesar de alguns lances plásticos. Os inúmeros erros do árbitro Sandro Meira Ricci e as sucessivas faltas cometidas pelo time tricolor marcaram o terceiro Clássico dos Clássicos do ano.
Pelo lado rubro-negro, uma novidade tática: o técnico Eduardo Baptista, usando seu sangue estrategista, resolveu escalar ao mesmo tempo os dois laterais-esquerdos dos quais dispõe no elenco, Renê e Danilo. O primeiro, guardando posição na defesa. Já Danilo, como um ponta, atuando bastante ofensivo. A ideia deu certo. O posicionamento de ambos fez com que o ímpeto do lateral-direito do Santa, Oziel, diminuísse, deixando-o mais preso à marcação.
O time coral vinha com a mesma escalação que goleara o Porto no último jogo pelo estadual e atuava em casa. Esperava-se um Santa Cruz mais pra cima, mais ofensivo. E foi o que, de fato, ocorreu, mas sem uma efetiva competência. A inferioridade tática foi visível e o Sport novamente dominava as ações, apesar de um crescimento do poderio de ataque tricolor. Em 2014, a superioridade técnica e tática do Leão sobre o rival tem estado tão à mostra que só ontem, no terceiro clássico do ano, veio sair um gol do Santa, após falha da defesa.
Ao se tratar da arbitragem, Meira Ricci não esteve em uma de suas melhores noites. Abusou dos erros, da falta de critério e ainda tentou criar uma compensação absurda. Chuva de críticas para o representante brasileiro na Copa do Mundo.
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| Foto: Raphael Henrique |
O jogo
Como dito, o Sport veio escalado num 4-4-2/4-3-3 diferente, reforçado no lado esquerdo. Antes do apito inicial, porém, controvérsia: ambos os times estavam utilizando o uniforme principal. Assim sendo, o técnico Vica solicitou à arbitragem que o time rubro-negro trocasse de cores. Resolvida a questão, o Leão entrou em campo de camisas e calções brancos, tendo início o primeiro tempo.
Os donos da casa foram pra cima. Apertaram bastante nos minutos iniciais e criaram chances de perigo, porém sem realmente afetar o goleiro Magrão. O Sport esperava os erros e ia à frente nos contra-ataques. Durante esse período, muitas faltas. Em uma das poucas chances que Oziel teve de avançar, fez um cruzamento perigoso, obrigando o zagueiro Ferron a mandar para escanteio. Pouco depois, Patric foi à linha de fundo e o próprio Oziel mergulhou para mandar de cabeça pra fora.
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| Foto: Raphael Henrique |
O jogo prosseguiu e veio a primeira polêmica da noite. Em um lance duro, o zagueiro Everton Sena, ao fazer marcação de bola, acerta o atacante Neto Baiano. A bola segue, e o mesmo Everton dá uma bicicleta imprudente, acertando com o pé o rosto do lateral Danilo, que fora para a dividida. Cartão vermelho para o defensor tricolor. Isso levou o Sport a ir pra cima. Em belíssima jogada, Felipe Azevedo dá um lençol dentro da área, fazendo um zagueiro escorregar e ficar no chão. Quando ia chutar, mais confusão. O atacante tentou o arremate, mas o campo molhado o fez furar a bola. Acontece que o zagueiro Leandro Souza, que entrara para suprir a falta de Sena, estava acompanhando o lance colado a Azevedo. O juiz, então, marcou um pênalti inexistente. Neto Baiano na bola e... na trave! Dívida paga.
A seguir, foi a vez de Leandro Souza ir pro chuveiro mais cedo. Ataque do Santa, a defesa tira e o zagueiro coral acerta violentamente a perna de Durval. Outro vermelho. Renê, alheio a isso e fazendo sua parta, faz um cruzamento pela esquerda, manda para a área e Rithely, subindo mais alto que os zagueiros, manda de cabeça pra rede. Estava aberto o placar aos 44 minutos do primeiro tempo. As entrevistas de intervalo, como era de se esperar, foram recheadas de críticas a Ricci.
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| Foto: Raphael Henrique |
Os times voltaram a campo após o descanso e, em um dos primeiros lances da segunda etapa, o lateral Patric vacilou na saída de bola, dando um grande presente ao centroavante Léo Gamalho, que fuzilou Magrão. Clássico empatado. O Sport, entretanto, não se abalou, permanecendo firme no domínio da partida e fazendo valer a superioridade numérica. Evitou ficar em seu campo de defesa, cozinhando no ataque, envolvendo a marcação coral com paciência e toque de bola. Em falta próxima à área, Neto Baiano cobrou forte e rasteiro, para defesa segura de Tiago Cardoso. Mas, em seguida, Patric avançou pelo meio e arriscou de longe. A bola desviou em Luciano Sorriso, enganando o goleiro tricolor, que caía para o lado oposto, 2x1.
Baptista então, com o resultado nas mãos, resolveu usar a cabeça. Tirou Neto de campo para lhe dar um descanso, entrando o garoto Joelinton, além de colocar Bileu no lugar de Patric, pendurado. Por fim, 10 minutos depois, tirou Durval e pôs Oswaldo, poupando alguns dos de seus principais jogadores.
O Santa ainda tentou, com Nininho, improvisado na esquerda, infiltrando na área e arrancando esforço do goleiro Magrão. Depois, só deu Sport até o final, que teve um contra-ataque com uma bola perdida cara-a-cara por Joelinton e uma falta no travessão cobrada por Ailton no último minuto. Ainda assim, antes do útimo apito, Ricci cometeu seu último erro, expulsando injustamente o atacante Felipe Azevedo, como forma de compensação.
O Sport vai para a final, enfrentando o Ceará, que perdeu para o América de Natal, mas se classificando por conta do placar do primeiro jogo. Já o Santa Cruz se concentrará agora no Campeonato Pernambucano.
FICHA TÉCNICA:
Santa Cruz 1 x 2 Sport
Estádio do Arruda, Recife-PE
Santa Cruz: Tiago Cardoso, Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Nininho; Sandro Manoel, Luciano Sorriso, Raul (Leandro Souza) e Carlos Alberto (Pingo); Flávio Caça-Rato (Memo) e Léo Gamalho. Técnico: Vica.
Sport: Magrão, Patric (Bileu), Ferron, Durval (Oswaldo) e Danilo; Rodrigo Mancha, Rithely e Aílton; Neto Baiano (Joelinton), Felipe Azevedo e Danilo. Técnico: Eduardo Baptista.
Gols: Rithely (44' do primeiro tempo) e Patric (10' do segundo tempo); Léo Gamalho (1' do segundo tempo).
Cartões amarelos: Rodrigo Mancha e Danilo (Sport); Leandro Souza (Santa Cruz).
Cartões vermelhos: Felipe Azevedo (Sport); Everton Sena e Leandro Souza (Santa Cruz).
Arbitragem: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Albert Júnior e Ricardo Bezerra Chianca (trio de PE).
Público presente: 15.501
Renda: R$ 281.840,00
GOLS DA PARTIDA:




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