Fala, FH! #3 - R.I.P Estaduais

Penapolense e Cabofriense. Boas surpresas de Estaduais totalmente desinteressantes!



Fala galera! Salve salve ceonzáticos!

Chego hoje para falar sobre um assunto que tem sido frequente nas conversas entre amigos, nas mesas redondas dos canais esportivos e principalmente visível ao torcedor que vai ao estádio. 

Públicos minúsculos, desinteresse de alguns clubes por disputarem outras competições mais atrativas, fórmulas cansativas e enfadonhas. Infelizmente, estamos presenciando o começo de um velório, onde o moribundo Campeonato Estadual, está prestes a entrar no caixão futebolístico.


SIM! Digo infelizmente por gostar demais do Campeonato Estadual, de todo o charme que possui, lembrando das finais históricas que houveram em cada estado, onde no mesmo final de semana, vivia-se o clima de decisão e rivalidade, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, Salvador, São Paulo, Curitiba, Recife e por todo o Brasil afora.

Como não esquecer do golaço de falta de Petkovic aos 43' do 2º tempo, dando ao Flamengo mais um tricampeonato carioca em 2001 em cima do Vasco, ou o "chororô" de Valdívia, provocando Rogério Ceni no título paulista do Palmeiras em 2008, as goleadas do Cruzeiro em cima do Atlético-MG...

Tantas e tantas lembranças que eu e você, amigo leitor, temos do Estadual. Porém, hoje, com o passar do tempo, com Copa do Brasil e Libertadores ganhando uma importância cada vez maior, ingresso caro afastando o torcedor de um jogo, por conta de outro em um torneio mais importante e a frequente crítica contra o calendário do futebol nacional, foram só algumas causas da doença grave e praticamente irreversível dos estaduais.

Hoje, discute-se uma pré-temporada maior, o que implicaria diretamente na extinção dos estaduais e, como muitos desejam, o retorno de competições regionais como o "Torneio RIO-SP" a "Copa Sul-Minas", tal qual a Copa do Nordeste, que voltou e é sucesso na região, sem esquecer da Copa Verde, que estreou este ano entre equipes do Norte, Centro-Oeste (Exceto Goiás) e Espírito Santo.

A Copa do Nordeste deu certo na região, levando muitos torcedores ao estádio.
Em 2013, título ficou com o Campinense.
(Fonte: Lancenet)


A bem da verdade é que o torneio tem sido muito mais prejuízo do que lucro, atrapalhando mais do que preparando, pois a competição torna-se fraca, inexpressiva e sem valor... Onde mesmo que conquiste-se o título, não sirva de parâmetro para o restante da temporada.

Contudo, ainda há coisas boas nos enfermos estaduais. As surpresas de ver um pequeno desbancar um grande e seguir na competição é frequente, tal qual na Copa do Brasil. Por exemplo, a Cabofriense de bela campanha no Cariocão, Penapolense e Ituano semifinalistas no Paulistão e a dupla Atletiba, tendo pela frente Maringá e Londrina, no Paranaense. Os estaduais estão chatos e tem menos importância do que outros torneios no decorrer do ano, mas se um grande perde para um pequeno, ainda causa um barulho bem forte.

Cabofriense foi a principal surpresa do Campeonato Carioca 2014, vencendo Vasco e Botafogo.
(Fonte: Globoesporte)


Analisando o público, aí que vemos uma causa fortíssima e praticamente fatal para o falecimento do torneio. Um levantamento feito pelo jornal "Correio Braziliense" no final de Janeiro desse ano, mostra que os melhores públicos, formados pelas maiores torcidas do país, sequer encheriam o Maracanã, pois o total de torcedores de Corinthians, Grêmio, Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Vasco, somou 58.025 torcedores, abaixo da capacidade total do estádio carioca, que atualmente é de 78.000.


Levantamento feito pelo Correio Braziliense, em 27 de Janeiro,
exemplificando o baixo público nos Estaduais
(Fonte: Sportv)


Isso, sem analisar o público total dos clubes nas últimas quatro edições do torneio, onde a equipe que de melhor média é o Santa Cruz, com 22.446 torcedores, seguido pelo Corinthians (Único entre as 5 maiores torcidas do país, presente entre os 3 primeiros...), com 18.333 e o Sport, também de Pernambuco, com média de 17.261.

Levando em consideração que nenhum dos quatro grandes do RJ, o Internacional, Palmeiras e a dupla Ba-Vi sequer aparece entre os 10 primeiros, sendo que apenas a dupla baiana não tem média menor que 10.000 torcedores, é de se preocupar muito com o que é feito nessa competição. Claro que a separação de alguns clubes grandes de seus estádios afeta e muito, mas é difícil engolir que mesmo assim, possuem média de público mais baixa em estaduais, do que o Itumbiara/GO... Mostra a condição precária que se encontra o torneio.

Talvez, a ideia seja deixar os estaduais com os pequenos, para que tenham calendário e fazer como o Atlético-PR tem feito, escalando a equipe sub-23, enquanto a equipe prepara-se para o decorrer da temporada e joga a competição mais importante, como foi a Copa do Brasil ano passado e a Taça Libertadores nesse ano. Tal atitude, fez com que alguns jogadores dessa equipe "alternativa" fossem aproveitados no time principal e ganhassem o seu espaço, como o lateral-direito Léo, hoje no Flamengo, o meia Zezinho e o atacante Douglas Coutinho.

Hoje no Flamengo, Léo foi destaque da equipe sub-23 do Atlético-PR em 2013.
(Fonte: Meu Timão)


De qualquer maneira, a situação é grave e praticamente irreversível, o que causa tristeza em torcedores que até gostam dos estaduais. Para quem não gosta, é motivo de festa, mas sempre pensando no melhor para o futebol brasileiro, pois adaptações e melhorias no calendário são necessárias, e para ontem!

Ficam as lembranças boas, os jogos inesquecíveis e os heróis folclóricos que já deram um título estadual pro seu clube. Hoje, o clima é de desinteresse e tédio, mas principalmente de luto, pois só nos resta esperar para que esse torneio tão charmoso, enfim descanse em paz.

E você, qual sua opinião sobre os Estaduais? Acha que eles tem que acabar ou ainda há salvação?

Comente e divulgue! Aqui é C11, meu filho e por hoje eu já falei!


#MaisAmorPorFavor!
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Autor: FH

Futuro jornalista, curto futebol nacional e internacional e tento escrever minhas ideias sobre o esporte bretão. Ah, acima de tudo, rubro-negro! #SRN
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