Vitória com gosto de derrota


Boschilia finalmente recebeu uma chance como titular... Na ala-esquerda (Foto: saopaulofc.net)

A vitória veio por acaso. É triste ter de admitir isso, mas o São Paulo esteve longe de apresentar um futebol digno de vitória nesta partida contra a Ponte. O time de Campinas vencia até a metade da etapa final, quando Paulo Miranda empatou com um belo gol - sim, você leu isso mesmo: Paulo Miranda empatou com um belo gol. Kardec garantiu o triunfo a poucos minutos do final, decretando um placar que pode causar falsas impressões.

É verdade que fomos a campo com o time reserva - apenas Rogério Ceni era titular absoluto na escalação -, mas espera-se, mesmo dos suplentes, um mínimo padrão de jogo. O que se viu hoje foi um aglomerado de jogadores correndo sem objetivo definido, completamente perdidos no gramado. Isso passa pela formação escolhida por Muricy: um 3-4-3, no mínimo, estranho. Foram a campo Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lucão, Édson Silva; Auro, Thiago Mendes, Hudson, Boschilia; Cafu, Kardec, Ewandro.

Há tempos, venho pedindo a maior utilização de Boschilia no time titular. Sabemos que o nosso treinador demora muito a lançar a garotada - sobretudo quando trata-se de algum jogador 'marrento', algo que o camisa 8 já demonstrou ser - e, por isso, foi muito positivo vê-lo ao lado de Ewandro na equipe. Mas, infelizmente, nem tudo estava perfeito: Boschilia foi escalado como ala-esquerda. Fica difícil avaliar o desempenho do menino, que é meia, com este atuando fora de sua posição e recebendo uma responsabilidade de marcação com a qual não está acostumado. Aconteceu o óbvio: o garoto deixou muitos espaços e forçou Muricy a alterar seu posicionamento, bem como o esquema tático do time, antes mesmo do intervalo. Lucão foi deslocado para a lateral-esquerda e a equipe passou a formar um 4-3-3, como Boschilia no meio-campo.

O gol da Ponte saiu ainda na etapa inicial, escancarando uma falha grotesca da defesa. Roni - aquele mesmo - subiu mais que Auro e abriu o placar de cabeça. Mas por que raios o minúsculo Auro, no auge de seus 1,68m de altura, estava acompanhando o adversário dentro da área se estávamos atuando com três zagueiros? Paulo Miranda, o defensor que atuava pela direita, deveria ser o responsável por marcar o ex-são paulino. A saída precipitada de Rogério colaborou mais ainda para o gol, caracterizando uma pane generalizada no sistema defensivo - que novidade.

Mesmo estando atrás no placar, o São Paulo não controlava as ações no segundo tempo e chegou a ser pressionado pela Macaca, de modo que o time campinense parecia mais próximo de ampliar o marcador do que o São Paulo de empatar a partida. Rogério fez boas defesas e contou, também, com a má pontaria dos alvinegros para impedir que o placar se dilatasse. Dois gols "achados" por Paulo Miranda e Kardec, em cruzamentos esporádicos, garantiram uma vitória injusta e preocupante.

As perspectivas não são boas para o confronto da semana que vem, contra o San Lorenzo, pela Libertadores. O público no Morumbi não deve ser digno de Libertadores, como não foi contra o Danubio, e o apoio dos que comparecerem será essencial. Infelizmente, temos uma torcida organizada acéfala, que não sabe a hora de criticar: no jogo contra o São Bento, na última quinta-feira, os membros da gloriosa Torcida Independente passaram o segundo tempo inteiro criticando os jogadores e entoando gritos irônicos, como "é campeão" e "o campeão voltou". As reclamações devem ser feitas a qualquer hora, menos durante o jogo. Isso é algo básico e interfere, sim, no desempenho dos jogadores. Esperamos que esses imbecis sejam mais racionais na partida da Libertadores e apoiem o time durante os 90 minutos.


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Autor: Victor Castro

Apaixonado por futebol acima de tudo, são paulino fanático desde criança, estudante de engenharia na Poli-USP e fã de Iron Maiden. Escrevo no C11.
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