Nos últimos dois anos, temos visto várias discussões sobre a extinção dos campeonatos estaduais em detrimento de um calendário futebolístico mais enxuto, rentável e com melhores condições de trabalho para os atletas.
Se algum dia esse desejo se confirmar, é possível prever a falência dos clubes menores, os quais em sua maioria possuem apenas o campeonato estadual como tábua de salvação financeira para o ano inteiro, não bastassem as dificuldades que os clubes encontram para conseguir fazer futebol (manutenção de estruturas, folha salarial, público e faturamento baixos etc). Ou será que as federações irão encaixar estes clubes em outras competições?
Podemos tomar por exemplo a Chapecoense que até 2009 disputava apenas o Campeonato Catarinense ou a Copa Santa Catarina e o restante do ano contava os centavos para se manter até a próxima temporada. Isso se aplica a muitos outros clubes que não disputam nenhuma divisão nacional.
É claro que os defensores da retirada dos estaduais argumentam que os mesmos levam pouco público aos estádios, a distância entre as cidades, gramados ruins etc, mas se esquecem das rivalidades regionais, das "lendas" do folclore futebolístico estadual, enfim do charme e a que é a disputa de uma competição estadual.
Será o fim dos jogos com iluminação precária, gramado irregular, torcida agarrada ao alambrado e todos os ingredientes que dão graça a esta competição tão particular. Essa competição é democrática pois agrega representantes de várias regiões do estado, independente da relevância econômica e quantidade de habitantes, afinal de contas a essência do futebol é oportunizar a todos condições de disputarem um torneio em pé de igualdade dentro das quatro linhas.
O que será de nós torcedores que aprendemos a adorar o campeonato estadual como se fosse a nossa copa do mundo, o que faremos com nossos títulos, das brincadeiras com os clubes adversários e das rivalidades regionais cultivadas durante longos anos.
Foto: Clic RBS
Twitter: @C11_Chapecoense
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