Buscando afastar o mau desempenho na rodada passada e continuar atrás do G4, o Timão veio a campo com quatro trunfos decisivos: o retorno do volante Ralf, após cerca de 2 meses fora por lesão; o fator casa, que vem cada vez mais se estabelecendo na nova morada corinthiana; o retrospecto de invencibilidade em clássicos no ano de 2014; e, por fim, a volta do atacante Paolo Guerrero, com o qual o Corinthians simplesmente não vive sem.
O único desfalque de Mano Menezes estava na defesa, com Anderson Martins reclamando de desgaste. Em seu lugar, o zagueiro (carece de fontes) Felipe assumiu o posto, como um aviso prévio aos corinthianos de coração fraco. O time que começou o jogo foi: Cássio; Fagner, Felipe, Gil, Fábio Santos; Ralf, Elias, Petros, Renato Augusto; Malcom, Guerrero.
O jogo já começou com cara de clássico, com entradas fortes e disposição de ambos os lados, porém com o Corinthians visivelmente mais incisivo. O Santos, especialmente no seu setor defensivo, parecia nervoso, e o zagueiro Bruno Uvini foi o reflexo disso; depois de muitas embananadas com a bola nos pés, Uvini fez parte da jogada do primeiro gol do Timão. Aos 7 minutos, ele entregou a bola de bandeja para Renato Augusto, que levou para a direita e cruzou rasteiro, na medida, para o sempre presente Paolo Guerrero colocar no fundo das redes.
| "Corinthians sem Guerrero, sou eu, assim sem você..." (FOTO: Globoesporte.com) |
A partir daí, só o Corinthians passou a jogar, com o Santos tendo destaque apenas no número de faltas cometidas e em dois lances soltos de bola parada. O placar só não aumentou devido ao nervosismo - compreensível e natural - do jovem atacante Malcom, que em duas oportunidades claras de gol bateu fraco e aliviou a barra do goleiro Aranha. A solidez defensiva do Corinthians, mesmo com Felipe, era nítida, graças à cobertura que Ralf providenciava ao setor. O retorno do volante fez e fará muito bem à equipe, que se pauta na defesa há muito tempo.
No segundo tempo, o Santos entrou com Leandro Damião no lugar de Gabriel, visando buscar referência na área. Não funcionou. O domínio ainda era do alvinegro não-praiano, que aos 10 minutos quase fez o segundo com Renato Augusto, em chute defendido por Aranha, seguido por mais uma belíssima defesa no rebote aproveitado por Guerrero.
Em muitas ocasiões o Corinthians partia para o contra-ataque em igualdade ou superioridade numérica, mostrando tanto uma rara incisividade corinthiana quanto uma ineficiência santista na cobertura defensiva. O espaço imenso que o meio-campo do Corinthians tinha para jogar deu inúmeras chances para Petros mostrar seu talento tanto no desarme quanto na armação das jogadas, com passes certeiros e transbordando classe. Aos 15 minutos, Elias por pouco não converteu uma jogada criada desde o meio.
Já na metade do segundo tempo, a posse de bola apontava 60% para o Santos e 40% para o Corinthians, mas o Peixe teve apenas uma chance perigosa de gol enquanto o Coringão teve diversas. Guerrero fazia o diabo na defesa santista, que com a perda de Victor Ferraz, machucado no início da segunda etapa, perdeu mais ritmo ainda.
Jogando com o resultado debaixo do braço, Mano Menezes fez alterações óbvias: Malcom por Luciano, Renato Augusto por Danilo e Elias por Bruno Henrique. Nenhuma das substituições surtiu muito efeito no decorrer do jogo, com o Santos se cobrando muito e produzindo pouco e o Corinthians entrando na velha retranca de sempre. Ao último apitar do juiz, o Corinthians não entreteve a torcida, mas manteve a soberania em clássicos regionais no ano e chegou mais perto do cobiçado G4.
O Corinthians, agora 5º colocado com 57 pontos (empatado com o Atlético-MG, último integrante do G4), pega o Bahia na Fonte Nova pela próxima rodada no domingo que vem. Já o Santos, na 8ª posição e cada vez mais distante dos que estão à sua frente, recebe o líder Cruzeiro na Vila na mesma data.
comentar com Facebook