Tinha tudo pra dar errado. E deu certo


 
Kardec foi o salvador da pátria e garantiu a vitória (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)



Estava na cara que o jogo seria difícil. O São Paulo jamais ganharia tranquilamente do lanterna do campeonato, sabemos disso. Adversário com técnico novo - foi a estreia de Toninho Cecílio no comando do Criciúma - e precisando urgentemente da vitória, chuva torrencial em Santa Catarina, cenário perfeito para um jogo feio e complicado. Foi exatamente o que aconteceu: partida travada, dura (de se jogar e de se assistir), fraca tecnicamente. Teríamos voltado a São Paulo com apenas 1 ponto, não fosse o gol salvador de Kardec no fim da partida.

As dificuldades começaram a aparecer antes mesmo do início da partida: Souza, que seria titular, sentiu dores e foi poupado, dando lugar a Maicon e causando um susto enorme nos torcedores quando estes viram a escalação - esperar por Souza e deparar-se com Maicon é traumatizante. O time que foi a campo tinha Rogério; Hudson, Lucão, Edson Silva e Alvaro; Denilson, Maicon; Michel Bastos, Ganso, Kardec; Luís Fabiano. Antônio Carlos ficou no banco por opção de Muricy.

O São Paulo vem fazendo muitos gols de cabeça e hoje não foi diferente: os dois aconteceram assim. Algo muito estranho, visto que o time vinha marcando pouquíssimos gols dessa forma nos últimos meses - anos, talvez - e também sofre defensivamente com lances de bola parada. Seria a volta do Muricybol? Se os títulos voltarem também, ótimo. Edson Silva, que tem enorme vantagem na bola aérea por motivos óbvios, abriu o placar na primeira etapa após cobrança de escanteio de Michel Bastos, que teve um desempenho abaixo dos últimos mas ainda assim deixou sua assistência. O primeiro tempo terminou com vantagem são paulina apenas no placar, porque o time não fazia um bom jogo: muitos erros de passe, incapacidade de ficar com a bola e falta de agressividade.

Estava na cara que o São Paulo não terminaria o jogo sem levar um gol. Rogério já havia salvado a equipe com ótimas defesas, mas não faz milagres - na verdade faz, mas não foi o caso - e não teve o que fazer quando, aos 25 minutos do segundo tempo, a defesa o deixou sozinho contra três atacantes do Criciúma. Gol do atacante Souza (aquele) em mais um caso de desaparecimento da zaga são paulina e o jogo estava empatado. Time jogando mal, chuva muito forte e o adversário crescendo na partida. A vitória parecia distante.

Ironicamente, Maicon sofreu uma torção no joelho e teve de ser substituído por Souza, que foi a campo no sacrifício. O volante não havia levado a camisa para o banco (!!!) e demorou para entrar, protagonizando um dos episódios mais curiosos do campeonato. Muricy tirou também Luís Fabiano - que não fez bom jogo muito por culpa da má atuação do time como um todo, já que a bola não chegava a ele - e Michel Bastos para colocar Ademilson e Osvaldo, apostando na correria dos dois. Manter Kardec, mesmo jogando mal, em campo se provou uma decisão acertada aos 37 minutos: cruzamento de Ademilson - que entrou muito bem, pasmem - e o camisa 14 cabeceou livre para sacramentar a vitória importantíssima conquistada fora de casa.

E vamos ao parágrafo do texto dedicado a Ele. Dessa vez, o capitão merece mais do que nunca a citação: Rogério Ceni foi o melhor jogador do São Paulo na partida. Fez três ótimas defesas e quase marcou mais um de falta. A hora de parar está muito próxima e vê-lo em campo torna-se algo cada vez mais especial. Os muitos rivais que o caracterizam como egoísta devem ficar mordidos quando veem o goleiro dividindo a faixa de capitão entre os jogadores que considera 'candidatos' a assumir o posto no ano que vem. Ele já havia dado a oportunidade a Kaká e Alvaro e, dessa vez, Ganso foi o dono da braçadeira. Quanto egoísmo, hein? Esperamos que Ele possa encerrar a carreira assim, em alto nível e feliz. É o mínimo que merece.

A vitória tornou-se mais importante ainda porque, dos sete times que brigam na parte de cima da tabela, cinco venceram seus jogos - só o Atlético-MG e o time de Itaquera não conseguiram ganhar. A seis rodadas do fim do campeonato, o São Paulo está na vice-liderança, 5 pontos abaixo do líder e 5 acima do 4° colocado. Vitória (F), Palmeiras (C), Inter (C), Santos (F), Figueirense (C) e Sport (F) são os jogos que faltam. Se ainda quisermos sonhar com o título, precisamos vencer no mínimo cinco dessas partidas. Por isso, a classificação para a Libertadores parece, mais do que nunca, o objetivo mais realista. Mas convenhamos: o sonho do hepta ainda existe e permanecerá até o último instante. A esperança é a última que morre.


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Autor: Victor Castro

Apaixonado por futebol acima de tudo, são paulino fanático desde criança, estudante de engenharia na Poli-USP e fã de Iron Maiden. Escrevo no C11.
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