A Copa Sul-Americana vai caminhando para reta final, chegamos a interessante semifinal da segunda competição continental da América. Times tradicionais, camisas conhecidas e pesadas brigam pelo título e por uma vaga na Copa Libertadores da América, que é concedida ao campeão. São Paulo, Atlético Nacional, Boca Juniors e River Plate vão brigar pelo título. Outros grandes e conhecidos ficaram para trás, nessa que considero a melhor Copa Sul-Americana de todos os tempos. Times como Estudiantes, Emelec, Cerro Porteño, Libertad e Peñarol também participaram, deixando a competição em alto nível.
O São Paulo, após passar pelo fraco Huachipato nas oitavas e pelo tradicional Emelec nas quartas de final, vai pegar agora o Atlético Nacional. Do outro lado, temos o melhor jogo da competição até aqui. Após passar por Penãrol nas oitavas e pelo tetracampeão da América Estudiantes nas quartas de final, o River Plate pega seu maior rival na semifinal, o Boca Juniors, que eliminou Lanús e Cerro Porteño. A briga é boa e vale muito a pena conferir os jogos que serão disputados a partir da semana que vem.
Como todos sabem, a Sul-Americana não é muito apreciada no Brasil, onde dizem ser um torneio fraco ou sem tanta importância, e eu até concordo em partes. Times como Huachipato, Deportivo Capiatá, Trujillanos não vão mesmo dar aquele tesão e frio na barriga dos torcedores, mas o que muitos não sabem é que nos outros países a Sul-Americana é muito importante, simplesmente pelo fato de ser uma competição continental - lembrando que hoje oficialmente só temos três em disputa na América do Sul: Libertadores da América, Sul-Americana e Recopa. E assim a "Sula" vai ocupando ano após ano a galeria de troféus dos clubes de fora, principalmente os argentinos.
Isso me lembra uma pequena história. A Libertadores passou a ser importante no Brasil mais ou menos nos anos 80, quase 90. Motivo? Os clubes apostavam todas suas fichas nos tradicionais campeonatos estaduais e outros, alguns até mandavam times reservas para disputar a América. Quando assustaram, os argentinos já estavam com seus tri, penta e até hepta garantidos.
Claro que a Sul-Americana não pode substituir a Libertadores, visto que ela foi feita para ocupar o espaço das extintas Mercosul, Copa CONMEBOL e Supercopa Libertadores, ou seja ela sempre será a segunda competição. Mas pela forma que caminha, quando o brasileiro resolver dar a devida importância para a competição, os rivais continentais já terão aberto grande vantagem. A Argentina, por exemplo, já conta com seis títulos divididos entre seus clubes, enquanto apenas dois brasileiros conseguiram a conquista, sendo eles o Internacional e o São Paulo.
Aliás, o São Paulo é o único representante brasileiro desde as oitavas de final. O que pra mim é absurdo, assim como esse regulamento imposto pela CBF de classificar apenas os eliminados na Copa do Brasil. Não tem tempo no calendário? Não tem por ser mal feito. A ideia de colocar a Copa do Brasil pra durar quase uma temporada inteira é ridícula, estaduais longos também são sem lógica, mas quem se importa? Só o coitado do torcedor!
Espero ver em breve os clubes brasileiros investindo na Sul-Americana, e que ela não siga o caminho da Copa CONMEBOL, onde os clubes até rejeitavam participar. Que os times tradicionais que estão brigando pelo título esse ano incentivem os nossos a brigar por esse campeonato, que tem tudo pra ser disputadíssimo e desejado por todos.
Até a próxima, meninos e meninas!
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Autor: Anderson Santos
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