[Lá na geral #4] - Luhana Baldan


Fala seus Mano Menezes! Salve, salve, ceonzeiros!

Hoje, o Lá na geral conversa com uma ex-ceonzeira. Alguém que realiza um belo trabalho falando da sua paixão, tanto no Donas da Bola, quanto na rádio Esquadrão Esportes.

Luhana Baldan é uma apaixonada pelo Atlético Paranaense, mas, principalmente, pelo futebol em geral. Analisa de uma forma diferente cada detalhe que envolve o esporte bretão e, se eu fosse você, não duvidaria... Confira, vale muito a pena!

1. Luhana, como começou esse seu amor pelo futebol e, é claro, pelo Atlético PR? 

Bom, eu nasci no norte do estado do Paraná e lá já tinha um certo contato com o futebol. Adorava assistir meus primos mais velhos jogando na chuva, no barro, deslizando na grama da casa dos meus avós. Até que vim morar em Curitiba, mais precisamente Região Metropolitana. Meu tio ia todas as quartas e sextas jogar futebol com os amigos e como ele não tinha filhos, levava à mim e meu irmão. Eu era sempre a única menina no meio (risos). Sempre que chegávamos lá, um dos rapazes era responsável pela churrasqueira e por cuidar de mim e do meu irmão, mas eu sempre fugia da casa e ia para a beira do campo. Ficava lá, sentada, com as perninhas balançando e admirando o jogo, os deslizes, as faltas e tudo. Cada gesto e detalhe do jogo. Assim, me apaixonei pelo tal futebol! Pelo Atlético Paranaense, foi outra coisa. Desde pequena observando o esporte e admirando. Até que me apaixonei pela camisa rubro-negra. Ela me chamou a atenção e em minha família, nunca ninguém chegou para mim e falou “você será atleticana”. Eu escolhi e tenho orgulho disso. Sucessivamente, hoje tenho meu irmão, priminhos que torcem para o Atlético-PR graças a mim (risos). Foram contagiados pela minha paixão pelo time. 

2. Qual o seu maior ídolo do Furacão e como você avalia o atual momento do clube?

Sinceramente? Para mim, é como um todo. Meus maiores ídolos no Furacão são as EQUIPES que jogaram em 2001 (Título do Campeonato Brasileiro) e 2005 (Libertadores). Atualmente, fico desolada em ver como o futebol atleticano ficou desgastado. Vejo um time que tem potencial, jogadores que se destacam individualmente, mas que não conseguem jogar em grupo. Em grupo, deixam muito a desejar. O Atlético tem Marcelo, Douglas Coutinho, Nathan, Weverton, Natanael, Sueliton, Dellatorre, Deivid etc etc... Vai me dizer que são caras que não se destacam? Obvio que não. Meu time já teve Kleberson, Pantera, Ricardo Pinto, Oseias, Washington e Assis, Paulo Rink, Alex Mineiro... Você vê jogadores como esses que fizeram parte da história do clube e vê o futebol gasto que está. Não estou satisfeita, nem contente com o futebol apresentado em 2014. Muito se ganhou na raça do time, mas pouco em qualidade. Talvez, se o time tivesse continuado sob o comando de Mancini e com os mesmos atletas de 2013, que chegaram à final da Copa do Brasil, as coisas seriam bem diferentes.

3. Você acumula as paixões por direito e esportes. É o que pretende seguir como carreira? Além disso, como você analisa o atual momento do futebol brasileiro, tendo como o seu principal nome nos últimos dois anos o STJD?

O Direito e o esporte são realmente minhas paixões e, claro, pretendo seguir nesta área do Direito Desportivo. Para mim, é empolgante falar do direito e de esportes, analisar outras regras, inclusive estatutos internacionais e das competições. Acho que quando os julgamentos do STJD não influenciam diretamente em decisões que favorecem a um eixo apenas (e não estou sendo preconceituosa ou diminuindo minha região), foge totalmente no propósito desportivo. Por exemplo, no caso de Portuguesa e Fluminense, sabe-se o que realmente aconteceu, não é verdade? Se vai levar o critério a risca contra um time ‘menor’, que levo a risca contra o maior. Fluminense, Cruzeiro, Flamengo e muitos outros escalaram jogadores irregulares em partidas também no ano de 2013. Enfim, acho mesmo que falta critério do STJD para avaliar e julgar as causas, infelizmente é um sistema falho demais. 

4. Na sua opinião, qual o principal jogador do futebol brasileiro, dentro das quatro linhas?

No futebol brasileiro como um todo, se contarmos com os jogadores que atuam nas equipes de fora, o nome que vem em primeiro é Neymar Jr. Ele tem qualidade e técnica, força. Uma coisa que, conversando com o Vágner Mancini em uma oportunidade, chegamos no assunto “Neymar”. Muitos sabem que Vagner Mancini foi o primeiro técnico a colocar o jogador na equipe titular do Santos. E de fato, compartilhamos da mesma ideia e pensamento. Neymar é um cara que é forte dentro de campo, porque já vimos como apanhava/apanha muitas vezes. É sempre o principal alvo e quem é mais marcado. Infelizmente, criamos a “Neymardependecia” na Seleção Brasileira. Podem dizer o que for, que não, que estou enganada e que não entendo de futebol. Mas, me diga, quem é o cara mais cobrado na seleção se nós perdemos uma partida? “Neymar não jogou nada, não fez nem um gol, por isso perdemos”. É uma realidade, infelizmente!

5. Neymar, Lucas, Philippe Coutinho, Oscar. O presente/futuro da seleção brasileira é animador ou, com Dunga no comando, a tendência é que outros “7 a 1” possam surgir?

Sinceramente, não sei muito o que esperar da seleção. Acho que o ‘7 a 1’ não teria surgido, por exemplo, se Dunga tivesse continuado o trabalho da Seleção desde o seu primeiro comando. Não acho que um resultado desse pode surgir novamente, mas não confio muito nestes nomes. Acho que dar a chance para BONS jogadores, que se destacam pelo GRUPO e não só individualmente pode ser o caminho para uma melhora na equipe. Talvez se não convocasse Neymar por um tempo, fizesse a equipe jogar sem essa dependência, o time jogasse para o grupo.

6. Você curte futebol internacional? Tem algum time que você tenha mais simpatia?

Sim. Sou uma apaixonada pelo futebol e, claro, o futebol internacional é ótimo para desenvolver análises e criticas construtivas. Eu tenho grande simpatia por duas equipes em especial: Liverpool e Arsenal. Mas, claro, assisto ao Manchester City, United, futebol europeu, asiático, mexicano. Mas torcer mesmo para uma equipe de fora, ahhh, LIVERPOOL!!!!! #GoReds We love you!

7. Estamos em época de eleições. Precisamos de mudança na política dos clubes brasileiros?

Acho muito necessário no clube desportivo essa questão de mudança política. Tudo depende de como os próprios clubes se comportam perante os outros ou para com o seu torcedor/sócio. Uma coisa que ficou muito claro ultimamente é que alguns dirigentes deixam o ego se sobressair e esquecem do bem estar clubistico. Quer melhor exemplo que o caso do Botafogo? Quatro jogadores titulares e que, sinceramente, eram os melhores do grupo, dispensados por quais razões reais? EGOCENTRISMO! E quando isso interfere, até as relações externas dificultam. Caso, por exemplo, do dirigente atleticano, Sr. Petraglia, que dificultou as relações com os dirigentes dos clubes da capital e tivemos maior dificuldade para conseguir um estádio para jogar enquanto a Arena da Baixada não ficava pronta. É preciso repensar a forma de administrar o clube.

8. Agora, quero pegar no pé da Luhana polêmica da Esquadrão Esportes e Donas da Bola; Você acha que as mulheres que entendem de futebol estão bem ou mal representadas na mídia esportiva nacional?

Acho que tudo depende. Não citarei nomes (risos). Mas depende do foco e lugar. Muitas mulheres na televisão, por exemplo, acabaram se tornando bonecas, fazendo papel apenas e meio que denegrindo a imagem de quem realmente é apaixonada por esportes e entendem do assunto. Talvez pela falta de conhecimento, ou até mesmo pela falta de qualidade daqueles que estão ali na linha de frente organizando programas. Acho que na mídia ‘oficial’ nacional, estamos pouco representadas. Mas diria que na mídia ‘amadora’ (que, diga-se de passagem, não tem nada de amadora), estamos muito bem representadas. Não querendo puxar saco e nem nada do tipo, mas o Donas da Bola é um exemplo disso. Várias mulheres juntas que buscam seu espaço de reconhecimento e que apresentam uma visão diferenciada, até mesmo histórica, e sem papas na língua, sobre assuntos que muitos se privam ou que não entendem.

9. Passou-se a Copa do Mundo e a Alemanha foi a grande campeã. Quais os ensinamentos que, além da Alemanha, Holanda, Argentina e até a Costa Rica, deixam para o nosso futebol?

O nosso futebol parou no tempo, enquanto que o futebol de fora evoluiu. A Alemanha nos ensinou que a persistência vale mais do que o nome. Apesar do grande nome da seleção alemã, eles mostraram futebol, digo isto porque foram anos de preparo, uma mesma equipe sendo selecionada, sendo trabalhada e lapidada, durante oito anos. Resultado? Campeã do mundo e que, aliás, é a grande favorita para a próxima Copa. Meus amigos, Colômbia, Costa Rica, Holanda, Chile, México... Tiro o chapéu! Destes nomes, apenas a Holanda era mais acreditada. Me diz aí, quem imaginava que a Costa Rica chegaria onde chegou, principalmente pela CHAVE que pegou logo de cara? Equipes bem postadas dentro de campo, que evoluíram seu futebol. Ah, não posso deixar de mencionar as equipes africanas, que também deram um show de futebol. Acho que o Brasil precisa sim passar por uma reformulação do futebol, evoluir, parar de centralizar o poder da equipe em apenas um ou dois jogadores. Parar com dependência. Nosso futebol parou no tempo e agora é o momento para acordar e correr atrás, talvez estudando estas equipes que citei, que eram desacreditadas, e que hoje posso dizer que foram donas do FUTEBOL da Copa das Copas.

10. Para concluir, cara Luhana, gostaria que você deixasse uma mensagem para os ceonzeiros de plantão que acompanharam essa tão marota entrevista:

O futebol é muito mais do que só a bola rolando e as torcidas cantando e incentivando. Se existe uma coisa que eu aprendi com tudo isso, é ter discernimento do que é certo, errado, fácil, difícil, trabalhoso, esforço e dedicação. Quero deixar um adendo principalmente ao fato das torcidas organizadas que se matam pelas ruas: ISSO NÃO É FUTEBOL, ISSO NÃO É TORCER. Se você é assim e faz esse tipo de coisa, se intitula ‘torcedor’, sinto te informar, meu caro, você não é torcedor. Torcedor(a) sou eu, que acompanho meu time, que SOU ATLETICANA PARANAENSE DAQUELAS ROXAS E DOENTES, que são apaixonadas pelo MANTO RUBRO-NEGRO, mas que tem como melhor amiga, uma pessoa QUE É COXA BRANCA. Vai muito alem de time, é muito mais respeito ao próximo. Que namora um vascaíno e que tem amigos são-paulinos, palmeirenses, rubro-negros Baianos e baheaninhos, além de flamenguistas que adoram provocar, mas que perdem apostas e cantam hinos dos nossos times no ar (risos). É tudo uma questão de saber torcer, vibrar pelo time, suar a camisa junto com o time e chorar, se for preciso, mas nunca perder a linha com os outros por uma coisa que surgiu para nos dar alegrias e tristezas, mas nunca trazer dor física.

Espero que tenham gostado desta entrevista e agradeço a oportunidade de falar um pouquinho do que penso e que aprendi. Um beijo grande, ceonzeiros de plantão. Até a próxima!

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E esse foi mais um Lá na geral, comigo, Felipe Henriques, entrevistando a Luhana Baldan. Vocês gostaram? Se sim, compartilhe nas redes sociais e comente abaixo! Se não, peço para que deixe sua sugestão de melhora, críticas construtivas, dicas etc. Muito obrigado, e até mais! 

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Autor: FH

Futuro jornalista, curto futebol nacional e internacional e tento escrever minhas ideias sobre o esporte bretão. Ah, acima de tudo, rubro-negro! #SRN
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