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Fábio Seleçantos: NUNCA CRITIQUEI (FOTO: Daniel Augusto Jr.) |
Finalmente com um bom resultado na bagagem após a última vitória no domingo por 2x1 sobre o Internacional, o Corinthians foi até a Arena Pantanal, no Mato Grosso, como mandante para receber o Vitória e buscar aumentar mais ainda a distância da crise que assolava o Parque São Jorge. No final, vitória alvinegra por 2x1, em jogo, mais uma vez, intenso no começo e no fim, e sonolento durante todo o seu desenvolvimento. Pelo menos o torcedor pôde ver três belos gols para compensar os bocejos.
O Coringão veio a campo com quatro desfalques significativos: Ralf, como de costume, ainda não havia finalizado o tratamento de sua lesão e seguia de fora; Fágner e Cássio, que levaram o terceiro amarelo contra o Inter; e, por fim, mas não menos importante, Paolo "El Depedrador/Deus Inca/muitos outros apelidos" Guerrero, que foi julgado pelo infame STJD e pegou gancho de 3 jogos de suspensão por empurrar (carece de fontes) o árbitro Leandro Bizzo Marinho no jogo contra o Bragantino pela Copa do Brasil.
Mesmo com os desfalques, Mano Menezes não quis abdicar da formação vitoriosa do último jogo, então manteve o 4-5-1 com: Walter; Ferrugem, Gil, Anderson Martins, Fábio Santos; Bruno Henrique, Elias, Petros, Jádson, Renato Augusto; Romero. A inclusão de Romero como centroavante móvel no lugar do fixo Guerrero foi vista por muitos como controversa, mas, convenhamos, não tinha quem colocar.
A bola nem bem tinha rolado direito e Renato Augusto já carimbava a trave rubronegra. Aos 4 e 6 minutos, mais duas chances, com uma cabeçada de Petros e uma trapalhada do goleiro Wilson. Logo em seguida, o meia Marcinho, do time baiano, quase faz um gol olímpico e cala a torcida "da casa". Aos 9 minutos, Romero dando chapéu (e não fazendo nada útil depois, mas aí já é costume). Aos 11, Bruno Henrique arrisca e quase abre o placar.
Com tantas chances, o presságio era de um jogo agitado e cheio de lances ofensivos. E, aos 18 minutos, o torcedor viu de perto o que parecia a confirmação desse sentimento: Renato Augusto conduziu a bola pelo meio, tentou o passe, interceptado parcialmente por José Welison, e, no rebote, bateu pro gol. A bola bateu no abdômen do zagueiro Kadu (quem lembra? por mim podia ter pego era bem no saco, ia soltar rojões de felicidade) e sobrou na esquerda para o Fábio Santos, que adiantou um pouco e fuzilou o ângulo de Wilson. Uma pintura na Arena Pantanal, o placar aberto e o corinthiano sorrindo.
Mas alegria de pobre - e de rico, especialmente nesse campeonato - dura muito pouco. Obviamente, o sr. Mano Menezes nos fez o favor de recuar o time e aumentar a agressividade, diminuindo o ritmo de jogo e fazendo muitas faltas. Um ou dois chutes contra o gol do Vitória e três ou quatro contra o Corinthians aconteceram antes do árbitro terminar a primeira etapa.
Nenhum dos times mudou para o segundo tempo, e eu digo isso em todos os sentidos: continuamos vendo faltas grosseiras e chances perdidas, além de Jadson perdido e Petros errando lances bobos. Aos 14 minutos, provavelmente depois de muita gritaria por parte da turma do amendoim, Mano Menezes tirou o sempre inútil atacante Romero e colocou Luciano no comando do ataque.
E todos nós sabemos o que acontece quando Luciano entra no segundo tempo.
O ritmo de jogo do Corinthians continuava lento, mas, agora sendo o alvo das faltas, o Timão buscava tentar resolver na bola parada usando o combo Jádson-Gil, que deu certo no último jogo. Aos 20 minutos, Anderson Martins colocou a bola no travessão, mas a bola parecia se recusar a entrar.
O relógio marcava 25 minutos do segundo tempo quando Mano desistiu de Jádson e colocou o garoto Malcom. Com a personalidade de sempre, a joia alvinegra buscava todos os espaços possíveis, e, 10 minutos depois, a recompensa veio. Com a bola na esquerda, Malcom deu um lindo (mas eu falo lindo mesmo, daqueles de ir atrás do replay) passe de calcanhar para Fábio Santos, que cruzou para o meio da área. Lá, achou Renato Augusto, que fez um pivô que qualquer outro dos atacantes em campo nem sonharia em fazer e soltou para o lado, onde a bola caiu nele, sempre ele, Luciano Ronaldo, Lucianel Messi, você manda. O artilheiro do Corinthians na temporada driblou os dois zagueiros que o marcavam na pequena área e colocou no fundo das redes.
O gol do Corinthians entusiasmou todo mundo, mas entusiasmou um pouco demais o treinador Mano Menezes, que se virou para a torcida que o criticava e mandou beijinhos. Afinal, todos nós sabemos o quão injustas são as críticas. Os torcedores é que são loucos!!!!!!!!
Os beijinhos de Mano quase nos custaram a vitória. Aquilo que eu gosto de chamar de Karma da Fiel™ (patente sob proteção), que nos atacou domingo passado disfarçado de Nilmar, hoje encarnou mais um ex-corinthiano. Aos 38 minutos, falta perigosa para o Vitória. Na bola, Edno, que havia entrado no segundo tempo. Ele cobra a falta, a bola flutua sobre a barreira e cai, mansa, no canto esquerdo de Walter. 2x1 no placar e a apreensão da Fiel só foi se acalmar aos 48 minutos, quando o árbitro encerrou a partida.
É importante que a Fiel Torcida não se deixe iludir pela vitória, muito menos pela tabela: o time do Corinthians ainda é muito dependente de seus craques, ainda é lento, ainda não tem iniciativa e, principalmente, ainda precisa e muito de reforços para representar uma ameaça. Mano Menezes escolheu manter a retranca-e-reza-pra-vencer. Enquanto estiver ganhando, ótimo; mas o preço que ele tem que pagar é conviver com a eterna desconfiança do torcedor. E menos beijinhos.
O resultado recoloca o Corinthians no G4, na terceira colocação, com 52 pontos. O próximo compromisso do Coringão é fora de casa, no clássico contra o Palmeiras, dia 25 (domingo), às 16:20. Já o Vitória, que caiu para 17º com 31 pontos, joga no mesmo dia 25, às 18:30, contra o Criciúma, no Barradão.
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