Recordar é viver: Final do carioca de 1941, o "Fla-Flu da Lagoa"


Nada como relembrar um clássico marcante. Ainda mais quando estamos às vias de presenciar mais um capítulo desse livro sensacional, que é um Fla-Flu. Hoje eu vou apresentá-los um dos mais sensacionais jogos da história do confronto, se não o melhor. Trata-se da final do estadual de 1941 entre Flamengo e Fluminense, mais conhecido como “Fla-Flu da Lagoa”.

O Fluminense havia sido campeão nos anos 1936/37/38, além do de 1940. O Flamengo, uma equipe forte, sagrara-se campeão de 1939. Logo, a partida tinha ares de decisão das decisões, além de ser um clássico.


O jogo:

A partida foi sensacional. O Fluminense, logo no primeiro tempo, abriu a vantagem de 2-0 com Pedro Amorim e Russo. Antes de terminar a etapa, a equipe rubro negra diminuiu com Pirilo. As equipes foram para o intervalo com o jogo em 2-1, placar que interessava ao Flu, já que o empate era o suficiente para ser campeão.

A segunda etapa foi um dos cenários mais incríveis e emocionantes da história do futebol. O Flamengo pressionava, buscava o gol a cada lance. O Fluminense, com um placar favorável , simplesmente se defendia CHUTANDO A BOLA NA LAGOA RODRIGO DE FREITAS! A cada lance, era uma bola isolada em direção à lagoa. Quando se acabaram as bolas, os dirigentes do Flamengo fizeram com que os remadores do clube fossem pegar as bolas na lagoa, para colocá-las de volta ao jogo com rapidez. O juiz José Ferreira Lemos entendeu esse tipo de jogo da equipe tricolor como cera e expulsou o jogador Carreiro, ponteiro do Fluminense. Foi aí que surgiu o craque: Romeu Pelliciari. Romeu resolveu chamar a responsabilidade e manter a posse da bola. Era um jogador excepcional. Pegava a bola, driblava, fintava, alongava as passadas, andava e corria com a pelota de um lado para o outro e os jogadores do Flamengo simplesmente não sabiam o que fazer. Ninguém era capaz de pará-lo. A única solução foi fazer faltas. Na cobrança, Romeu levava a bola até a bandeira de escanteio e a protegia como uma filha. Ninguém a tocava, ninguém podia vê-la. Ela estava ali, mas sendo protegida por um jogador como nenhum. Diante de tanto tempo de bola parada, o juiz assinalou doze minutos de acréscimo. Já no final da partida, o arqueiro tricolor Batatais deslocou a clavícula e se manteve em campo. Sua bravura inspirou aos seus torcedores e companheiros de equipe, que lutaram heroicamente pra manter o resultado. O tempo se arrastou e, após todos os minutos de acréscimo, o juiz apontou o centro de campo e encerrou a partida. Fluminense, em um dos mais esplêndidos jogos de sua história, sagrou-se campeão carioca de 1941.

Equipes e súmula:

Flamengo 2 x 2 Fluminense
Data: 23/11/1941
Estádio: Gávea
Público: 15.312
Árbitro: José Ferreira Lemos “Juca da Praia”
Gols: Pedro Amorim e Russo (FLU); Pirillo (2) (FLA)
Flamengo: Yustrich, Domingos e Newton; Biguá, Volante e Jayme; Sá, Zizinho, Pirillo, Ruben e Vevé.
Fluminense: Batatais, Renganeschi e Machado; Mallazo, Brant e Afonsinho; Pedro Amorim, Romeu, Russo, Tim e Carreiro.
Cartões Vermelho: Carreiro (FLU)
Fontes: Wikipédia


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Autor: Unknown

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