No jogo desta quarta-feira, 27, Muricy Ramalho alcançou a incrível marca de 400 jogos no comando do São Paulo Futebol Clube. Importantíssimo na história do nosso clube, o atual treinador, também fez história como jogador - o que muitos não sabem, mas viveu seus melhores dias comandando o Tricolor.
Como jogador:
Tudo começou em 1973, quando o até então jovem meio-campo, chegou a capital paulista para jogar no Tricolor. Carregando o fardo de, acreditem se quiser, 'Um dos sucessores de Pelé' , o camisa 8 correspondeu no time do Morumbi, marcando 26 gols em 177 partidas e presente na conquista de dois títulos importantes na história do São Paulo, o Campeonato Paulista de 1975 - sendo revelação do campeonato - e o Campeonato Brasileiro de 1977, o primeiro da história do clube.
Como treinador:
Teve três passagens pelo São Paulo: 1997, 2006-2009 e 2013-Atualmente. E foi marcante nas três passagens, na primeira, surgiu como auxiliar técnico de Telê em 1994, mas foi uma espécia de interino até 1997, quando foi marcante na carreira do maior ídolo da história do São Paulo; foi ele quem colocou Rogério Ceni pra cobrar sua primeira falta, e com ele, o nosso capitão, fez seu primeiro gol, no dia 15 de fevereiro de 1997, contra o São João de Araras. Apesar disso, não obteve bons resultados e foi substituído por Daryo Pereira, que levou o time ao vice campeonato daquele ano.
A sua segunda passagem. Ah... Nenhum são-paulino esquece. Chegou em 2006, as expectativas eram grandes, e justas para um time que havia acabado de ser campeão mundial. Muricy assumiu o comando logo após a conquista do campeonato Paulista, substituiu Paulo Autuori.
O time era bom, o treinador era bom. Desta forma, o São Paulo chegou a final da Libertadores de 2006, era a chance de Muricy entrar de vez para a história do São Paulo com a conquista do tetra da America, mas o time acabou perdendo para o Internacional de Porto Alegre. Com isso, o planejamento foi colocado em risco, o time balançou e ficou desacreditado. E mesmo com tudo contra, o São Paulo renasceu e, com uma arrancada incrível, acabou sendo tetra campeão brasileiro. O jogo do título foi marcado contra o Atlético/PR no Morumbi, e mesmo com o empate de 1-1, o Tricolor do Morumbi festejou mais uma conquista, Muricy, a sua primeira.
2007 não foi diferente, começou difícil e acabou em glórias. Após deixar seu cargo a disposição do presidente Juvenal Juvêncio após uma eliminação na Libertadores frente ao Grêmio, Muricy estava certo da saída, mas o presidente recusou seu pedido e a permaneceu no clube. No decorrer do ano, o São Paulo foi ganhando uma cara, marcado por armar sistemas defensivos incríveis, Muricy fez jus a fama, foi campeão novamente e sofrendo apenas 19 gols em toda a competição. Desta vez, contra o América/RN, com quatro rodadas de antecedência.
2008? Mais um título, com o hexa campeonato conquistado, Muricy Ramalho entrou pra história do futebol brasileiro, sendo o único treinador a ser tri campeão brasileiro pelo mesmo time de forma consecutiva. Já a campanha, parecida com a de 2006, foi marcada pela raça, pelo suor e pelo amor a camisa. O título foi consolidado em uma difícil batalha contra o Goiás, no Distrito Federal, jogo em que, de baixo de muita chuva, o São Paulo venceu por 1-0, gol de Borges.
Já na terceira passagem, Muricy mostrou que nasceu para treinar o São Paulo Futebol Clube, salvou o clube de um rebaixamento que seria inédito e ainda nos deixou na faixa de classificação para a sul-americana. Outro excelente feito deste ídolo no Morumbi. Só nos resta, agradecer.


A identificação do torcedor:
Claro, além dos títulos, o que contribuiu para toda essa idolatria da torcida ao monstro que comanda o São Paulo, foi seu estilo linha de dura de ser, lembrando o Mestre Telê Santana, Muricy cobra exaustivamente até nos treinamentos, não admite uma derrota, não admite erros. Além disso, o espirito torcedor dele nos fez amá-lo, a cada vibração, a cada reação nós percebemos isso.
Parabéns a Muricy Ramalho pela expressiva marca com a camisa do nosso clube. Que venham mais 400 jogos.
Victor Castro.


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