Salah comemora gol pela Fiorentina (Foto: corrieredellosport.it) |
Em 19 jogos pelo Chelsea desde que foi contratado junto ao Basel, o meio-campista egípcio Mohamed Salah marcou míseros 2 gols. Entre partidas apagadas e o desprestígio, a carreira do jogador de 22 anos parecia ganhar rumos sombrios. A imprensa inglesa sempre especulou sobre diversos empréstimos possíveis para Salah, que conseguiu permanecer no elenco dos blues mesmo sem ser aproveitado, algo que é difícil de entender, principalmente conhecendo a política do time inglês com jovens promissores.
A transferência do colombiano Cuadrado da Fiorentina para a ex-equipe de Salah abriu, finalmente, as portas de saída do clube azul de Londres para o egípcio. Salah foi incluído na transação milionária que levou o winger sul-americano ao Chelsea. Tido como estrela da Viola, Cuadrado ainda não mostrou absolutamente nada no clube inglês, e tem se mostrado como um dos piores - se não o pior - investimento da janela de janeiro na Europa.
Enquanto Cuadrado patina no time de Mourinho, Salah voa na Fiorentina de Montella. E a explicação para os 7 gols em 13 jogos no time italiano pode estar na mudança de posicionamento do jogador.
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Na Fiorentina de Montella, Salah joga centralizado, sendo responsável por conduzir a bola dos bons volantes do time italiano até os atacantes (Imagem: Sérgio Ricardo Jr./C11) |
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No Chelsea, Salah sempre fora aproveitado como winger, aberto e fazendo somente a ala do campo (Imagem: Sérgio Ricardo Jr./C11) |
O que fica claro na simulação tática acima é a diferença de posicionamento do jogador na Itália. Por jogar com três defensores e ter uma linha de meio muito compacta, sobra espaço na frente para o egípcio, que sem tanta responsabilidade de recomposição, tem sido presença constante na área adversária, o que explica o crescente número de gols e assistências. Salah mostrou-se, na Itália, um jogador que precisa estar "solto", com liberdade para chegar até a zona ofensiva do meio para os lados e não no movimento inverso, como ocorria na Inglaterra.
Sem dúvida, ainda é cedo para cravar qualquer coisa em relação ao jogador do Chelsea emprestado à Fiorentina. O que devemos observar é a nova fase do meio-campista, seu crescimento, suas adaptações e o trabalho de um treinador jovem e capacitado. Montella soube, por necessidade, já que perdeu seu principal jogador, encaixar a nova "aquisição", Mohamed Salah, em um novo estilo de jogo e fez isso de forma bem sucedida. O que não significa dizer também que o meio-campista esteja preparado para assumir a condição de principal jogador da Viola ou voltar, ao final da temporada, ao Chelsea com status alto.
O Chelsea talvez tenha errado ao investir tanta grana em Cuadrado, todavia, acertou ao emprestar Salah. Os novos aprendizados e as novas funções aprendidas pelo jogador podem ser uteis ao time inglês futuramente. Sorte da Fiorentina, que encheu seus cofres e ganhou, ainda, um cara que não dá brechas para a saudade do colombiano que marcou época. A maior vencedora da última janela de transferências está na Itália.
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