Quatro novas franquias irão fazer parte da Major League Soccer em um futuro bastante próximo. Dois novos mercados estarão entrando no radar do futebol estadunidense. Outro, um dos originais da MLS, volta com toda a força. E um quarto já está na liga, mas promete se tornar ainda mais marcante. O que podemos esperar das novas franquias? Segue abaixo uma breve análise, seguida de série de palpites:
A Inominada Franquia de Atlanta
Começando a série de expansões da Major League Soccer, Atlanta, a maior área metropolitana da MLS sem uma franquia, obteve o direito de ter uma equipe em 16 de abril de 2014.
Operada pelo empresário Arthur Blank, fundador da Home Depot e também dono do Atlanta Falcons - franquia da NFL - a franquia ainda não possui nome, devendo passar por uma escolha de torcedores para esta decisão, enquanto as cores já estão definidas - vermelho e preto com detalhes em dourado.
Alguns palpites despretensiosos sobre este novo clube:
O surgimento de um forte mercado: apesar de não ter sido contemplada na inauguração da Major League Soccer em 1996, Atlanta é e sempre foi um forte mercado em potencial - a região metropolitana possui uma população de cerca de cinco milhões e seiscentos mil habitantes.
Conhecida por ser uma cidade competitiva nos esportes, fora o hóquei - Atlanta Falcons, Atlanta Braves e Atlanta Hawks são franquias fortes nas suas ligas - certamente a franquia fará de tudo para manter o nome da cidade no topo do mercado desportivo;
Um fantástico e moderníssimo estádio: parte da proposta da franquia era a construção de um grandioso novo estádio na cidade. O New Atlanta Stadium - que também será a casa dos Atlanta Falcons - terá o mísero custo estimado de 1,4 bilhões de dólares e se situará ao lado do Georgia Dome.
Com um design futurista e inspirado no Panteão Romano - a abertura no teto se inspirou nesta icônica construção - o estádio terá teto retrátil, capacidade para até 75 mil espectadores e um placar eletrônico espetacular, três vezes maior que o mesmo dispositivo do Cowboys Stadium, o maior da NFL.
Se a franquia de Atlanta não chamar a atenção pelo futebol e pelas vitórias, já é garantido que a paisagem do campo de jogo será marcante (veja fotos aqui).
Los Angeles Football Club
Por conta da saída do Chivas USA da MLS - o clube foi vendido para o grupo de investidores da nova franquia - um novo clube fará parte do mercado mais forte e glamouroso dos Estados Unidos da América: Los Angeles, anunciado em 30 de outubro de 2014.
A franquia é propriedade de um grupo de investidores chefiado pelos empresários americanos Henry Nguyen, Peter Gruber e Tom Penn e que ainda inclui Magic Johnson, Nomar Garciaparra, Mia Hamm-Garciaparra, Chad Hurley e Tony Robbins entre as celebridades que possuem parte das ações.
Um logotipo sóbrio e marcante já está sendo desenvolvido (deve ser próximo deste), e existem planos para um novo estádio na região metropolitana da cidade. A ideia dos donos é trazer uma marca universal para o futebol norte-americano e, quem sabe, se tornar a grande potência da MLS.
Palpites:
Mídia fortíssima: de início, o clube já possui grandes caras como parte do grupo de donos, já mencionados acima. Como de praxe, a mídia norte-americana irá focar muito mais nos proprietários do que no próprio time e nos seus atletas, provavelmente.
Entretanto, por conta disto, esperam-se contratações vultuosas e midiáticas, para fortalecer ainda mais a imagem "universal" e a marca do LAFC;
Uma nova rivalidade: a partir da criação do LAFC, Los Angeles ganhará mais uma rivalidade fulgurante - assim como os Lakers e Clippers, apesar da abissal diferença de grandeza entre as duas franquias.
A California já possuía três franquias na Major League Soccer - o Los Angeles Galaxy e o San Jose Earthquakes, além do finado Chivas USA - mas os clássicos atuais não chamam tanto a atenção quanto irá chamar um Los Angeles Derby (sugestão de nome do autor);
Minnesota United FC
Ao contrário do clube anteriormente mencionado, a vigésima terceira franquia oficializada pela MLS possui, sim, nome, logotipo (veja aqui) e inclusive equipe e comissão técnica. Minneapolis, a Cidade dos Lagos, irá ter um clube de futebol na liga norte-americana.
Fundada em 25 de março de 2015, a franquia tem como dono Bill McGuire, médico e executivo da área médica e ex-CEO da UnitedCare. Além disso, o MUFC é a sexta franquia a "subir" de divisão para a MLS - precedida por Seattle Sounders, Portland Timbers, Vancouver Whitecaps, Montréal Impact e Orlando City SC.
O time de Minnesota deverá iniciar a participação em 2018 - ou em 2017, se o Los Angeles Football Club não estiver ainda em condições para iniciar as atividades.
Outros palpites:
Uma nova esperança de títulos para Minneapolis: desde 1991 o estado de Minnesota não sabe o que é comemorar um título nas grandes ligas - o Minnesota Twins foi a última franquia a vencer um título nacional.
Talvez o United se torne uma nova força dominante no futebol norte-americano, embora isso seja pouco provável, sendo que a cultura futebolística está pouquíssimo inserida no meio-oeste dos Estados Unidos - o esporte mais forte, de longe, é o Futebol Americano, com o Beisebol correndo bastante atrás. Pelo menos, a esperança existirá enquanto a franquia for viva;
Muito frio em campo: o calendário da MLS se estende de março até dezembro (para aqueles que atingem os playoffs). Suponhamos que, por um milagre do acaso, o Minnesota United consiga sucesso imediato e vá longe na competição: o resultado, provavelmente, será assistir pinguins fardados jogando futebol num campo tomado por neve. Minneapolis possui a média de temperatura mais baixa entre todas as cidades da MLS (em dezembro, máxima de -2,7 ºC e mínima de -10,9 ºC). Se o estádio a ser construído for outdoor, prepare-se para assistir jogos dentro de uma geladeira - o que pode fortalecer muito o homefield advantage do United.
A também Inominada Franquia de Miami
Finalmente, a vigésima-quarta franquia anunciada pela MLS também não possui nome nem logotipo, mas, felizmente, possui mercado e local já certos: a quente, movimentada e majestosa Miami, a Cidade Mágica.
Um consórcio formado por Marcelo Claure (empresário boliviano-americano, CEO da Sprint, quarta maior empresa de telecomunicações dos Estados Unidos), Simon Fuller (empresário inglês do mundo do showbiz) e David Beckham (que dispensa maiores apresentações) ganhou o direito de ter uma franquia na Major League Soccer, após o último ter exercido o direito de opção na aquisição de um novo slot na liga - por força de cláusula de seu contrato com o Los Angeles Galaxy, Beckham possuía a opção de adquirir uma franquia.
O novo clube deverá iniciar operações em 2017, ainda estando pendentes projetos efetivos de estádio para a cidade.
Os palpites finais:
Um nome infame: entre as sugestões de nome para o novo clube, já estiveram "Miami Vice" (em homenagem à legendária série de televisão dos anos oitenta), "Miami Current" (inspirada na corrente marítima da Florida) e, pasmem, "Miami Beckham United" (o nome oficial do grupo do consórcio, que também dispensa maiores esclarecimentos).
O nome mais óbvio, Miami FC, já é patenteado pelo Fort Lauderdale Strikers - clube que faz parte da North American Soccer League e que tem parte possuída por Ronaldo Nazário. Espero, sinceramente, que os responsáveis escolham um nome sonoro mas, ao mesmo tempo, sensato;
Sede de Títulos: assim como com as grandes franquias desportivas da cidade de Miami - Miami Heat, Miami Dolphins, Miami Marlins e Florida Panthers - existe uma incessante cobrança por glórias.
A cidade de Miami está associada à dinheiro, fama, polêmica e vitórias em praticamente todos os aspectos da vida. Com o futebol, certamente não será diferente - cerca de 70% da sua população é hispânica, ou seja, apaixonada pelo esporte. Cabe a Beckham e seus comandados arranjarem - e logo - um time competitivo e vencedor;
O ressurgimento de um forte mercado: em consequência da paixão da cidade por vitórias, e, de certa forma, pelo futebol, o mercado de Miami é um dos maiores - se não o maior de todos - ainda não explorados nos Estados Unidos.
Pode se esperar um grande consumo de merchandising, estádios sempre lotados e muita mídia sobre o novo clube. Além disto, o grande David Beckham é e sempre será a maior figura representativa do clube - acredito que o jogador mais midiático da história será um ótimo garoto propaganda para a nova franquia.
Acompanhe-nos:
C11 no seu coração ♥
comentar com Facebook