 |
| Vamos todos dar as mãos. Ok. Agora olhe para o lado. Sim, é a bola lá dentro. Tu caiste no escárnio de Sir Danilo (FOTO: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians) |
A escalação de Tite, novamente, não mudou. Parece que o técnico está aprendendo a evitar as invenções no onze inicial. A campo, foram escolhidos: Cássio; Fágner, Gil, Felipe, Uendel; Ralf, Emerson Sheik, Elias, Danilo, Jádson; Guerrero. Os desfalques foram Renato Augusto, poupado após desconforto no jogo contra o San Lorenzo, e Fabio Santos, ainda lesionado.
O primeiro tempo pecou em chances e se sobressaiu em apito. Um total de 4 cartões amarelos (Sheik para o Corinthians e Tolói, Reinaldo e Ganso para o São Paulo) foi mostrado durante o jogo, enquanto 7 lances perigosos foram interrompidos devido a posição de impedimento. Do lado do São Paulo, que pressionou mais pelos primeiros 10 minutos, Centurión explorou a avenida deixada por Fágner no lado direito, mas sem sucesso.
Apostando em trocas de passes e contra-ataque, o Corinthians, com apenas 34% da posse de bola aos 11 minutos de jogo, respondeu as tentativas frustradas do Tricolor. Guerrero, pela direita, chamou Reinaldo para dançar e cortou o lateral. O cruzamento foi fraco, mas Michel Bastos não alcançou a bola e Édson Silva falhou em deixar Danilo, o maestro, o decisivo, o terror dos clássicos paulistas, live. O meia pegou de chapa, de primeira, e contou com uma forcinha do amigo Rogério Ceni para balançar as redes. 1x0 Corinthians.
Satisfeito com o gol, o Corinthians apertou a marcação e desceu as linhas, deixando o São Paulo chegar. E chegou, direitinho, mas sempre errando no ultimo toque. Não há simbolismo maior que o lance aos 24 minutos: Centurión puxou contra-ataque após erro de escanteio do Corinthians, lançou Michel Bastos e recebeu de volta. Driblou Cássio e por pouco não fez, mas no rebote, Denílson isolou a bola como um bom kicker de NFL.
No segundo tempo, nenhuma alteração nas escalações e nem na maneira de jogar. O São Paulo continuava investindo nos ataques pelos flancos enquanto o Corinthians se fechava, buscando lançamentos e contra-ataques pontuais.
O desastre bateu à porta alvinegra. Aos 7 minutos, Michel Bastos fuzilou de longe e a bola bateu no braço de Gil, que, dentro da área, gerou um pênalti para o São Paulo e o segundo amarelo para Gil, amarelado no início da segunda etapa. Com um a menos, Tite sacou Danilo e colocou Edu Dracena antes mesmo da cobrança, enquanto Rogério Ceni vinha até a grande área.
Cássio de um lado, Rogério de outro, dois goleiros consagrados, cada um do seu jeito. O pentacampeão bateu no meio, deslocado à direita, mas o gigante arqueiro corinthiano salvou com a sua coxa direita e contou com o travessão. Explosão de alegria na ala alvinegra, que impulsionou um time cada vez mais acostumado a batalhar com um a menos - é o terceiro jogo em desvantagem nos últimos 30 dias.
Tite recuou mais ainda o time e afundou qualquer incisividade ofensiva, buscando apenas a solidez defensiva e na marcação. Colocou Guerrero para marcar na esquerda, ficou sem homem de referência e sacou Sheik para colocar Cristian. Muitos criticariam - para mim, foi um ato de genialidade do gaúcho. O São Paulo insistiu, mas não sabia o que fazer com a bola no pé, tendo chegado no máximo duas vezes ao gol do Corinthians com perigo.
Aos 34, Tite ia colocar o garoto Malcom para tentar dar alguma saída criativa para o time, mas Fágner sentiu e, para ser poupado, deu lugar a Edílson. A alteração, porém, não atrapalhou em nada. Um inspiradíssimo Ralf segurou qualquer resquício de ataque do rival, e, até os 49 minutos, quando soou o apito final, nada aconteceu.
Mais uma vitória, o tabu é esticado e a solidez tática, defensiva e de espírito do Corinthians fizeram o diferencial de novo. O time se posta em campo sempre de maneira consistente e flexível, de tal maneira que mesmo com um a menos consegue impor a sua maneira de jogo. Todavia, não é demais atentar ao fato de que, mais uma vez, passamos apuros com um a menos. A parte disciplinar do Corinthians ainda merece uma atenção especial. No mais, tamo junto.
O próximo compromisso do Corinthians é em casa, pelo Paulistão, no dia 11/03 (quarta), às 21h50 (Brasília), contra o São Bernardo. O São Paulo joga contra o São Bento, no dia 15/03 (domingo), às 16h (Brasília), pelo mesmo Paulistão.
comentar com Facebook