Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #10

A campanha do tricampeonato já começou. No último capítulo da nossa saga, o São Paulo se sagrou campeão nacional em 2006, se sagrando tetracampeão. O que já era histórico, dado que o time um ano antes já havia conquistado a Libertadores e o Mundial, ficaria ainda mais bonito, na melhor campanha dos três anos, com uma grande vantagem para o segundo lugar e várias rodadas de antecedência. Sem mais enrolação, vamos ao décimo texto da série.


2007 – São Paulo 3x0 América-RN – O país pt.2



O ano de 2007 não foi lá dos melhores no começo. Na Libertadores, fomos eliminados pelo Grêmio, começando uma espécie de zica que duraria até 2010, onde todos os times que eliminavam o Tricolor eram vice da América (foi assim com o próprio Tricolor gaúcho, Fluminense e Cruzeiro, tendo a sequência encerrada com o Internacional). No Paulistão, conseguimos ser eliminados pelo São Caetano do glorioso Somália.

O time contava com importantes reforços. Na defesa, talvez o melhor trio de zagueiros que esse país viu em muito tempo. André Dias, Alex Silva, Breno e Miranda se revezavam e formaram a melhor defesa do país durante anos, sendo a marca do time do Morumbi, uma situação completamente diferente do que se vê nos dias atuais. Dagoberto e Aloísio (frequentemente Borges assumia também) faziam uma bela dupla também, municiados por Hernanes, uma senhora descoberta do time. Sem dúvidas o melhor time da dinastia.

Já no Brasileirão, defendendo seu título, o Tricolor estreou com o pé direito, batendo o Goiás em casa, 2 a 0 com gols de Jorge Wagner e de Rogério. Na segunda rodada, porém, veio a primeira derrota. No saudoso Estádio dos Aflitos, o Náutico garantiu seus três pontos com um gol de Acosta. Na rodada seguinte, o Morumbi já sediaria um clássico contra o Palmeiras. O 0 a 0 porém foi inevitável, assim como a preocupação, afinal, conquistar quatro pontos de nove não era um começo tão animador. Na quinta rodada, mais uma derrota, contra o Atlético-MG no Morumbi e um nono lugar nada ideal.

Porém, nas próximas quatro rodadas, 10 pontos foram somados, incluindo uma vitória na Vila Belmiro contra o Santos por 2 a 0, com gols de Aloísio Chulapa e Dagoberto. E precisou de uma derrota para o Fluminense em casa para o time acordar de vez. Naquele momento, ocupávamos a sétima posição, com cinco pontos atrás do Botafogo, o líder da 13ª rodada.

Depois de engatar vitórias em sequência, o Maracanã esperava por um confronto entre o líder Fogão e o vice, o Tricolor, um ponto apenas atrás. Em um grande jogo, Alex Silva e Leandro garantiram os três pontos e pela primeira vez no campeonato, a liderança.

Os meses foram se passando e a distância aumentando. Destaque para grandes goleadas no Náutico, 5 a 0 na 21ª rodada com gols de Dagoberto, Hugo duas vezes, Aloísio e RC e um 6 a 0 no Paraná, com mais dois do Chulapa, dois de Dagol, um de Souza e outro de Leandro.
O Soberano só tropeçaria novamente no Morumbi, contra o Flamengo, que segurou um 0 a 0 na 29ª rodada. Poderia ser ruim, mas naquela altura, a diferença para o vice-líder Cruzeiro era de incríveis 12 pontos. Na rodada seguinte, um clássico marcante negativamente contra o Corinthians, que venceu com um gol de Betão e acabou com uma invencibilidade de 4 anos do São Paulo. Mas isso não foi grande coisa, afinal eles caíram no mesmo ano (hahahahahaha) e a diferença passou pra 11.

Já na reta final, a 33ª rodada reservava uma grante partida na temida Ilha do Retiro contra o Sport, campeão da Copa do Brasil. O Tricolor já poderia ser campeão ali, bastava uma combinação de resultados e a taça já poderia ser entregue. O jogo até foi vencido, com mais um gol do goleiro-artilheiro e Aloísio novamente. Da Silva descontou, mas o 2 a 1 ainda não foi o suficiente. O título ficaria para o Morumbi, numa noite de quarta-feira, contra o poderoso... América-RN, lanterna da competição com um aproveitamento patético.

A festa no Morumbi era maravilhosa, e o futuro campeão queria se envolver nela, porém o início da comemoração demorou mais do que se pensava. Quem já esperava um time totalmente dominante pra cima dos potiguares teve que se contentar com o placar aberto no final do primeiro tempo, com um tento de Hernanes.

Indo pro intervalo, já se ouvia o grito de “É Campeão”. Na vota, Miranda já tratou de apresentar o time que ergueria a taça, ampliando a vantagem. Dagoberto encerraria o jogo com o terceiro gol, que consagraria o São Paulo Futebol Clube como o campeão nacional de 2007, com quatro rodadas de antecedência e 15 pontos de vantagem. Mais merecido que isso é impossível.

Nas outras rodadas, nada o time entrou relaxado e não conseguiu bater o recorde de menos gols sofridos, acabando a campanha com (ainda incríveis) 19 gols sofridos. O que de mais importante aconteceu foi o empate em 1 a 1 com o Corinthians, confirmando o rebaixamento deles.

(hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha)

Para coroar aquele time, a seleção do Brasileirão de 2007 teve Rogério Ceni, Breno, Miranda, Hernanes e Richarlyson, todos de suma importância no time. O M1TO ainda ficou com o prêmio de melhor jogador e Breno a revelação, pra demonstrar a força do time.

O passo número 2 do tricampeonato foi dado, com a maior dominância da trilogia. O Deus das traves, já consagrado foi mais uma vez decisivo para o time, anotando sete gols e sendo o artilheiro do time novamente, ao lado de Dagoberto e Chulapa. Mas ainda falta uma parte da história. Isso, você vai ver no próximo texto.
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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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