Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #9

Uma dinastia. Foi isso o que foi construído pelo São Paulo no período entre 2006-2008 quando se trata de Campeonato Brasileiro. Não foi algo tipo o Boston Celtics nos seus áureos tempos na NBA ou o que o Bayern e a Juventus fazem nos seus campeonatos atualmente, mas seguindo o critério de "ganhar vários títulos seguidos = dinastia", podemos dizer que esse posto foi alcançado. Liderados por Rogério Ceni, o time recém campeão da Libertadores e do Mundo, era hora do M1TO se estabelecer nacionalmente. E 2006 foi o primeiro passo para tudo isso.

(PS: Eu sei que esse texto sai nas sextas, mas tivemos muitos quadros novos na semana passada e o calendário não foi muito favorável para nós. Mas here we are).



2006 - São Paulo 1x1 Atlético-PR – O país pt.1



O ano de 2006 começou difícil para o Tricolor. A primeira tentativa de estabelecer a dinastia veio com a chance de conquistar o bicampeonato da Libertadores e poder enfrentar o Barcelona no Japão. Mas acontece que Rafael Sóbis tinha outros planos e o Internacional conquistou o campeonato de 2006, com direito a falha de Rogério Ceni no Beira-Rio e toda a catástrofe aconteceu.

Não restou outra coisa que não fosse se concentrar no Brasileirão, com o time base campeão do mundo, mas com desfalques como Grafite e Amoroso. E a estreia, com a competição sul-americana ainda rolando foi contra o Flamengo, no Morumbi. A vitória magra, com gol de Rogério poderia preocupar os mais críticos, mas a verdade é que começamos consideravelmente bem. 

Porém, já na segunda rodada a primeira derrota aconteceu, contra o Fortaleza no Castelão, com um time misto contando com jogadores como Fábio Santos, Ramalho e Lenílson. Já na rodada seguinte porém, o fraquíssimo Santa Cruz não conseguiu fazer muito no Morumbi e tomou uma sapatada, um 4 a 0 para os donos da casa, com mais um gol do goleiro-artilheiro.

Na sequência, tivemos sete rodadas até a parada pra Copa de 2006. Destaques para as duas vitórias em clássicos, um 3 a 1 no Corinthians fora de casa e um belo 4 a 1 no Palmeiras, com dois gols de Ricardo Oliveira. Na última rodada antes da parada, um empate contra o Juventude nos tirou a liderança do campeonato, que ficou dividida com Inter e Cruzeiro, ambos com 21 pontos, um a mais que o Tricolor, com 20.

Aí veio a Copa da Alemanha e Zidane nos ensinou a jogar bola.

Voltando ao Brasileirão, o Soberano bateu o Grêmio na reabertura da competição, 2 a 1. Na rodada seguinte, a liderança teve seu novo dono, que se manteve lá até o final de 2008. Uma vitória em casa contra o Figueirense e derrota do Inter, somados ao empate do Cruzeiro nos deram a primeira posição.

Nas partidas seguintes, uma vitória contra a Ponte Preta e uma goleada sofrida em pleno Morumbi pro Santos, que foi tão feio que vou apenas dizer que foi 4 a 0 e nada mais. Já pulando pra 18ª rodada, um momento histórico para o nosso herói. Podemos dizer que Rogério Ceni decidiu mais um jogo, conquistando quase um hat-trick contra o Cruzeiro.

Depois de estar perdendo por 2 a 0, Rogério, que precisava de dois gols para passar Chilavert e se sagrar o goleiro com mais gols na história, cometeu o crime. Mas primeiro, era hora de se destacar com as mãos. Aos 40 do primeiro tempo, pênalti e a chance de abrir um provavelmente irreversível 3 a 0. Mas o Deus sagrado conseguiu defender o pênalti, mantendo o resultado intacto, 2 a 0 ainda.

E dois minutos mais tarde, era hora de começar a história. Primeiro, em falta de longe e dessa vez com uma roladinha pra Danilo parar a bola, RC se igualou a Chilavert como o goleiro com o maior número de gols marcados. E a chance de passá-lo, veio com um pênalti sofrido por Aloísio. E finalmente, o goleiro Tricolor se tornou único, ao converter aquela cobrança e empatar o jogo, dando números finais aquele jogo.

Dando sequência ao Brasileirão, o primeiro turno se encerrou com 38 pontos conquistados, sendo encerrado com uma vitória sobre o Paraná por 3 a 2. O segundo lugar era o Inter, com quatro a menos.

Nos clássicos do segundo turno, empatamos em 0 a 0 com o Corinthians em casa e perdemos para o Palmeiras por 3 a 1. Outro resultado importante foi o confronto direto contra o Colorado em casa, com uma vitória por 2 a 0. No Sansão que ocorreria mais tarde, a vitória fora de casa por 1 a 0, com gol de Mineiro, nos colocaria cinco pontos na frente do time gaúcho já na 33ª rodada.

E chegamos ao jogo do título, três rodadas mais tarde. O adversário também foi um oponente nosso em final de Libertadores, pra ser mais exato, o do último título. O Atlético-PR, ocupando um 13º lugar super meia-boca, porém querendo se vingar de 2005 foi ao Morumbi. O clima era lindo demais, Morumbi lotadíssimo e a festa já estava praticamente pronta, tudo o que era necessário era uma vitória.

Aos 25 minutos, Fabão colocou-nos na frente do placar com uma bela testada, explodindo o estádio e fazendo os torcedores enlouquecerem e fazendo o torcedor comemorar mais uma vez. O volante Cristian ainda empatou no final do segundo tempo, mas o estrago já estava feito, com uma grande colaboração do Paraná, que venceu o Internacional com um gol aos 50 do segundo tempo. São Paulo FC, dono do melhor ataque e da melhor defesa da competição, foi, merecidamente o campeão Brasileiro de 2006!

Nas duas rodadas seguintes, vitória contra o Cruzeiro e empate contra o Paraná fora de casa em dois jogos apenas pra cumprir tabela. 

O título veio, mesmo que chorado, pelo melhor time da competição e com um gostinho especial para o nosso capitão, que além de ter batido o recorde de Chilavert, anotou oito gols no campeonato inteiro, sendo o artilheiro do time junto de Lenílson, além de conquistar a Bola de Prata da revista Placar. Mas isso não era o bastante. 2007 vinha aí e a sequência continuaria. Mas isso é assunto pro próximo texto.

Até lá, vocês podem seguir e curtir a página do C11 - São Paulo para mais informações.


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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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