[Taticando] Por que o 4-2-3-1 é o esquema da moda?


E o Taticando voltou! A famosa coluna do C11 que cravou a final e campeã da Copa do Mundo (antes mesmo de acontecer: aqui) está voltando com força total e um novo formato de conteúdo. Aos "tatiqueiros" que querem conhecer mais os fundamentos do futebol, comece por este texto do Raí Monteiro. Boa leitura!

Em tempos de valorização do espaço, o 4-2-3-1 apareceu como uma alternativa viável em muitos clubes do Brasil. O esquema nasceu de uma variação do 4-2-2-2 e tirou um homem de área para acrescentar um meia-central e dois pontas, abertos, agudos, formando uma linha de três. No futebol de hoje a aplicação tática pode vencer o talento em muitas oportunidades, e o “esquema da moda” vem se solidificando também por isso. 

Após o Mundial de 2010, o esquema apareceu com força. Para se ter uma ideia, três dos quatro semifinalistas daquela Copa, jogavam no 4-2-3-1: Alemanha, Holanda e a campeã Espanha. Nos anos seguintes foi assim também na Europa. Os campeões da Champions, Internazionale (2010), Chelsea (2012) e Bayern de Munique (2013) também tinham como base o esquema. 

4-2-3-1 x 4-2-2-2: Melhor ocupação dos espaços do campo.
Assim surgiu a linha de três armadores sobre o "quadrado" do meio-campo.

Mesmo com a formatação tornando-se menos presente nos grandes times e seleções, vide a última final da Champions League entre Real Madrid (4-3-3) e Atlético de Madrid (4-4-2), também a final da Copa do Mundo entre Argentina (4-4-1-1) e Alemanha (4-1-4-1). O esquema parece não sair da prancheta dos técnicos brasileiros. Confira os motivos:

  • O 4-2-3-1 é um esquema muito versátil, que te permite propor o jogo, mas esperar pelo contra-ataque também. A compactação do mesmo faz-se presente, tendo em vista que os homens de lado recompõem formando uma segunda linha de quatro. Fechar os espaços pelo lado é essencial, mas explorá-los também. 

  • Ter dois jogadores abertos dará amplas possibilidades como: incursões pelo centro, entradas em diagonal, chegadas ao fundo ou tabelas com quem vem de trás ou pelo meio. O “armador” não é mais aquela figura do camisa dez. Nesse estilo de jogo, ter um segundo volante organizador faz muita diferença. Vide o recente sucesso de Corinthians, com Paulinho na tal função; também o Cruzeiro com Lucas Silva organizando o time. 

Reprodução: TV Globo | O 4-2-3-1 do Corinthians se compactando em duas linhas de quatro
na final do Mundial. A aplicação tática do time de Tite rendeu o título mundial. 

O dez, já citado, fica com a função do último passe, do arremate, ou dá chegada na área. Casos como o de Ricardo Goulart, Paulo Henrique Ganso e Conca. Dar o último passe, não quer dizer ficar parado esperando que a bola chegue para a distribuir, dar o último passe é procurar espaço e abrir espaço. Fundamentalmente é participar do jogo. 

O primeiro volante não tem mais aquela função apenas de desarmar. Hoje ele pensa, ele recua entre os zagueiros e faz saída de três, liberando os laterais e tendo superioridade numérica. O jogo ficou muito mais complicado, tático, pensado e ocupar os espaços com inteligência é o mínimo que um time deve fazer, além é claro da intensidade nas ações e da velocidade nas transições. Bons exemplos são Cruzeiro e São Paulo.

Reprodução: SporTV | Ofensivamente o Cruzeiro tem a melhor proposta do
 Brasil nos últimos anos. Velocidade nas transições, chegadas com muita gente e finalizações cirúrgicas. 

Mesmo “sumindo” em alguns centros, o 4-2-3-1 parece ter muita lenha para queimar no futebol brasileiro, pelos conceitos e a versatilidade já citada. O esquema da moda ainda deve frequentar muito nosso espaço esportivo e as pranchetas dos professores.

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Autor: Unknown

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