A Roja que assusta agora é outra

Vargas comemora seu gol na partida. (Foto: Twitter: @placar)

Final de jogo e comemoração por parte dos sul-americanos... Assim terminou o sonho do Bi para a atual campeã mundial, que foi derrotada por uma equipe bem montada e com vontade de vencer, nesta quarta feira (18).

Ter três zagueiros no time pode ser sinal de retranca, defensividade, contudo não podemos ter tal argumento quando falamos sobre o Chile de Jorge Sampaoli. Achei muito curioso neste esquema o fato de os alas Isla e Mena irem ao ataque ao mesmo tempo. A cobertura é perfeita e o adversário se perde. Ou pelo menos hoje se perdeu. O jogo da Espanha foi perto do ridículo.

A partida já iniciou com o Chile tendo a iniciativa. Menos de um minuto de jogo e já tinha finalização e escanteio por parte dos Rojos da América do Sul. A partir dos 10 minutos, a Espanha buscou o controle da partida. Usando a posse de bola e avançando os volantes... Opa! "avançando os volantes" acabou não caindo muito bem. Foi aos 19 minutos que Alexis Sánchez, Aránguiz e Vargas armaram contra-ataque fulminante e, no 3 contra 3, fizeram o gol com o atacante do Valência.

A partir daí os espanhóis foram obrigados a buscar o empate, porém não tiveram objetividade. Muito toque de bola na intermediária e poucas finalizações. Assim o Chile buscava encaixar contra-ataques para matar o jogo, até que, aos 43 minutos, Sánchez sofre falta na entrada da área. Ele mesmo vai para a bola; bate bem e Casillas rebate a Brazuca com um soco. No rebote, Charles Aránguiz, o homem da assistência para o primeiro gol, consegue um chute de trivela no contra-pé do goleiro do Real Madrid e marca.

Os gols do Chile foram em momentos cruciais: o primeiro saiu quando a Espanha tinha o domínio das ações, e o segundo nos últimos minutos da primeira etapa, o que fez com que a equipe fosse para o intervalo com mais tranquilidade.

A etapa complementar iniciou-se da forma que foi durante um maior período do primeiro tempo: com a Espanha buscando, buscando  buscando, mas apenas buscando, sem encontrar brechas para finalizar. O sistema defensivo chileno esteve muito bem postado. Os méritos por isso são, claro, por parte dos jogadores, mas por maior parte do grande Sampaoli, que teve sua seleção buscando contra-atacar quando conseguia. Sánchez sempre vencia Jordi Alba na velocidade. Na verdade, o ataque chileno sempre vencia a defesa espanhola na velocidade. Isto é vontade de vencer, é garra, é mostrar que é capaz, e mostrou, foi capaz, o jogo do Chile foi excepcional, beirou a perfeição.

2 a 0, fora o baile!


NOTAS:

Claudio Bravo - Seguro, saía muito bem nas bolas aéreas. Falhou em apenas um lance: aos 38 do segundo tempo esteve mal posicionado e quase sofreu o gol num belo chute de fora da área de Iniesta. Conseguiu mandar para escanteio. Nota: 7,5

Gary Medel - Poderíamos nos basear na atuação de hoje deste jogador para criar um manual de como um zagueiro deve se portar em campo. Atuação que entraria no meu top-10 de melhores partidas de zagueiros que já vi, se eu tivesse esta lista. Era o zagueiro da sobra, o central, ganhou todas do Diego Costa, na cabeça e no chão. Desarmes precisos e categoria na saída de bola também marcaram a excelente partida do camisa 17. Nota: 10

Francisco Silva - Volante que quebra o galho na zaga, não se destacou como Medel, mas também fez bela partida. Soube se portar à frente de grandes jogadores. Nota: 7,5

Gonzalo Jara - Nas minhas anotações diz que ele foi "o mais desligado do sistema defensivo". Num sistema defensivo que não falhou, como foi o do Chile hoje, ser o "pior" dos jogadores não é tão ruim. Jogou pela esquerda e foi incomodado por Pedro Rodríguez, mas não interferiu drasticamente de alguma forma na partida. Nota: 6,5

Maurício Isla - Mostrou grande qualidade técnica, trabalhando bem a saída de bola. Salvou o que provavelmente seria um gol de Diego Costa aos 3 minutos do segundo tempo, quando o atacante do Atlético de Madrid tinha ótimas condições para marcar. Nota: 8,0

Eugenio Mena - Não subia tanto por ter o melhor (ou menos pior) jogador espanhol atacando no seu lado: Pedro. Se saiu bem na marcação do mesmo. Nota: 7,0

Marcelo Diáz - Cobria muito bem os espaços deixados pelos alas em suas subidas e fazia função de marcação à frente do trio de zaga com competência. Nota: 8,0

Charles Aránguiz - Um gol e uma assistência contra a atual campeã do mundo. Também fez parte do sensacional sistema defensivo de Sampaoli. Saiu lesionado aos 19 do segundo tempo. Esperamos que não seja algo grave e que ele já esteja de volta na partida contra a Holanda. Nota: 9,5

Arturo Vidal - Assim como no jogo contra a Espanha, foi o jogador menos importante do Chile no meio de campo. Talvez por conta da cirurgia que fez no joelho há pouco tempo não é o mesmo jogador do início da temporada europeia, pela Juventus. Por outro lado, assim, como o Aránguiz, ajudou na marcação que parou a seleção espanhola. Nota: 7,0

Eduardo Vargas - Abriu o placar com 19 minutos de jogo e baseou sua atuação na busca de contra-golpes. Jogando pela ponta esquerda, sempre que tinha chances incomodava a defesa espanhola buscando o gol. Nota: 8,0

Alexis Sánchez - Nome da assistência do primeiro gol, teve a mesma função que Vargas, porém teve mais oportunidades que o mesmo. Nota: 8,5

ENTRARAM:

Gutiérrez - Entrou no lugar de Aránguiz e teve a mesma função do jogador do Internacional, porém a cumpriu com menos qualidade. Mais marcou do que jogou, e marcou bem. Nota: 7,0

Valdívia - Também mais ajudou na marcação do que jogou bola. Entrou quando a Espanha buscava o gol, daquela maneira, sem conseguir penetrar na área chilena. O jogador do Palmeiras jogou recuado, atrapalhando o toque de bola espanhol na meia-cancha. Nota: 6,5

Carmona - Entrou nos últimos minutos. Não consegui observar algo dele. Sem nota



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Autor: Guilherme Zanco

Apaixonado por futebol em primeiro lugar; Colorado e escritor do C11. Além, fanático pelo Liverpool Football Club. Twitter: @guilhermelnz
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