Botafogo e o Ato Trabalhista, segundo grupo Mais Botafogo

Maurício Assumpção é alvo de críticas do grupo Mais Botafogo (Foto: www.ndonline.com.br)

O grupo Mais Botafogo, divulgou um boletim na última segunda-feira (31), sobre a situação que ocorreu com o clube em relação ao Ato Trabalhista. Segundo o grupo, foi o próprio presidente Mauricio Assumpção que resolveu sair do Ato e que a incompetência gerencial e a prepotência do mesmo causaram a crise financeira. Veja abaixo, a íntegra do documento.

Rio de Janeiro, em 31 de março de 2014.
Prezado Sócio do Botafogo de Futebol e Regatas,
Em meados do ano passado uma notícia surpreendia a todos: o Botafogo fora excluído do Ato Trabalhista.
Esta notícia indicava que, se essa decisão não fosse revertida, momentos muito difíceis seriam vividos pelo Botafogo, uma vez que o Ato Trabalhista, acordo feito entre o Clube e a Justiça do Trabalho, permitia que o clube mantivesse uma fila de credores e não ficasse sujeito a penhoras judiciais, desde que destinasse ao pagamento desta dívida trabalhista um percentual pré determinado da receita.

Na época, a razão veiculada pela imprensa para a exclusão do Botafogo foi o não cumprimento do acordado com o TRT, realizando pagamentos em valores menores do que o percentual da receita determinado.

Imediatamente as penhoras passaram a ocorrer, gerando problemas de toda ordem, inclusive para o pagamento dos salários de jogadores e funcionários durante a parte final do Campeonato Brasileiro, que resultaram em movimentos de protesto no elenco.

O tempo foi passando sem que o assunto fosse resolvido ou devidamente esclarecido pela Diretoria.
Nas últimas semanas ocorreram diversas manifestações do Presidente relativas ao assunto, como as publicadas pelo site globoesporte.com no dia 14 de março em que afirmava: "Hoje, temos 100% de penhoras das receitas do Botafogo. Este é o maior problema do clube hoje. Da forma como está, não consigo pagar o mês seguinte. Infelizmente. O Botafogo deve hoje cerca 90 milhões de dividas trabalhistas – disse Assumpção”.

Considerando a gravidade do problema, na reunião do Conselho Deliberativo, realizada no último dia 25 de março, o Presidente foi questionado sobre a razão de ter sido o Botafogo excluído do Ato, tendo respondido, para surpresa dos presentes, que "o ato expirou no fim do ano passado, e nos termos de então não interessava ao Botafogo continuar”.

Assim tomamos conhecimento que a grave crise que vivemos, a qual na palavra do Sr Maurício Assumpção é "o maior problema do Clube”, foi causada por uma decisão do próprio Presidente e não por uma decisão da Justiça!!!

Crise que, às vésperas de um jogo da Libertadores, leva os jogadores a protestarem e a cancelarem um treino, merecendo do Presidente o seguinte comentário: "Hoje são os jogadores, mas daqui a 20 dias serão os aproximadamente 400 funcionários do Botafogo que estarão nesta situação. Não vão receber os seus salários. É uma situação que aconteceu no ano passado, mas tínhamos receitas liberadas. Este ano a situação é muito ruim. Não posso nem prometer que vão receber nem caso se classifiquem”.

Por que então tomou a decisão de sair do Ato? Não sabia que as penhoras iriam acontecer? Onde estão seus executivos especializados em avaliação de riscos? Por que tomou esta decisão, de tanto impacto e risco, sem ouvir nenhum dos poderes do Clube? Qual a alternativa previu ao tomar a decisão? Se o Botafogo deixou o Ato por vontade própria, por que não retorna, também, por vontade própria? Por que tem de quase implorar para voltar ao Ato?

Certamente muito existe a ser esclarecido, uma vez que o Botafogo foi excluído do Ato em julho de 2013 e não no final do ano, como afirma o Presidente, e que as primeiras notícias davam conta de que a exclusão ocorrera por não ter o Botafogo cumprido com os pagamentos acordados. Mas uma coisa parece certa: a incompetência gerencial e a prepotência do Presidente causaram esta grave crise, cuja saída parece não depender do Botafogo.

Certamente temos o direito de saber a verdade dos fatos. Tendo em vista que, de maneira sistemática, o Presidente tem se negado a prestar ao Conselho Deliberativo e, consequentemente aos sócios, quaisquer informações mais detalhadas sobre quaisquer assuntos, estamos levantando as informações disponíveis na Justiça do Trabalho, as quais lhes serão enviadas tão logo as tenhamos consolidado.

Saudações alvinegras,

GRUPO MAIS BOTAFOGO


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Autor: Eduardo Ferreira

Botafoguense, engenheiro e carioca.
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