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| Foto: Botafogo Oficial |
Lamentável. Essa é a palavra mais branda para denominar a atual situação financeira do Botafogo. Dias atrás, aqui mesmo no C11, foi publicado um texto sobre essa crise, com alguns questionamentos. E a situação de lá pra cá piorou. Jogadores tem organizados (de forma legítima) protestos em virtude de salários atrasados. Esses merecem parabéns, pois mesmo com esse problema e sem previsão de pagamento, são profissionais e fazem uma bela campanha na Libertadores. Mas o objetivo desse texto é abordar a desordem financeira que atinge o alvinegro. E diante dessa situação e com os fatos expostos, chega-se a conclusão de que o culpado desse caos ter chegado a tal ponto chama-se Mauricio Assumpção.
"Jogadores fazem protesto contra os salários atrasados antes do treino", "Jogadores fazem valer vontade, e treino de domingo é cancelado", "Elenco do Botafogo volta a protestar antes de treinamento no Engenhão" e "Assumpção diz entender os atletas, mas avisa: 'Não tenho como pagar' ". Essas foram algumas manchetes publicadas pela imprensa, sendo a última uma das mais preocupantes. Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, afirma que 100% das receitas do clube é penhorada devido a dívidas trabalhistas e com o governo, e a salvação financeira depende do Ato Trabalhista e do Proforte (projeto governamental para renegociar as dívidas dos clubes brasileiros).
Nenhuma empresa ou instituição consegue sobreviver com 100% das receitas penhoradas. Aliás ninguém consegue sobreviver assim, nem mesmo um trabalhador, quanto mais um clube. E isso não vem acontecendo desde hoje. Como o Botafogo consegue se manter então? Quais são os outros clubes que estão na mesma situação, em que o presidente insiste em dizer? Por que não se manifestam?
O problema é que o Botafogo já fez parte do Ato Trabalhista no ano passado (2013), mas perdeu esse direito devido a irregularidades. Então, a culpa é do presidente sim, pois a sua gestão descumpriu o acordo com o Tribunal Regional do Trabalho, e as receitas são penhoradas de forma online pelo órgão. Se não tivesse descumprido o acordo, talvez teria menos sufoco financeiro.
Na última reunião do Conselho Deliberativo do clube, o presidente apresentou as contas dos últimos 5 anos. E os números foram preocupantes: o valor da dívida em sua gestão passou de R$ 120 milhões.
Paralelamente, os valores das receitas aumentaram significativamente. Só de patrocínio atual foram mais de R$ 30 milhões. Venda de jogadores como Vitinho, Fellype Gabriel e Andrezinho resultaram em mais de R$ 26 milhões. Por mais que esses valores, ou parte deles, tenham sido bloqueados ou penhorados, porque a dívida do Botafogo só aumentou?
Sem previsão de pagamentos de salários à atletas e funcionários, a situação em General Severiano é pessimista. Nenhum Ato Trabalhista ou Proforte será a salvação do Glorioso enquanto não houver algumas mudanças internas que geram de fato o problema financeiro.

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