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| Gláuber Vasconcelos é o novo presidente do Náutico. (Foto: Anderson Malagutti / Site Oficial do Náutico) |
O tão aguardado 15 de dezembro, dia das eleições presidenciais do Clube Náutico Capibaribe, entrou para a história da mais que centenária agremiação da Avenida Conselheiro Rosa e Silva. A votação, realizada na sede do Náutico, ocorreu das 8h às 17h (horário de Recife) e foi a segunda com a participação dos sócios do clube - a primeira realizou-se em 2011, quando Paulo Wanderley derrotou os oponentes Marcílio Sales e Paulo Henrique Guerra.
Por volta das 17h45m (horário local), a fumaça branca (ou, melhor dizendo, vermelha e branca!) saiu dos Aflitos. O resultado não foi surpreendente para ninguém, nem mesmo para as chapas derrotadas. O candidato opositor Gláuber Vasconcelos, da chapa MTA (Movimento Transparência Alvirrubra), obteve 73,22% dos votos - uma verdadeira "goleada" - e foi eleito. A porcentagem dos adversários foi a seguinte: Marcílio Sales, da chapa Alvirrubros de Coração, formada por integrantes do antigo Colegiado Alvirrubro, ficou com 21,29%; Alexandre Homem de Melo, candidato da situação e representante da chapa Renovação (curioso esse nome, né?), foi votado por apenas 3,25% dos eleitores; já Alberto de Souza, da chapa Camisa 12, cujos integrantes eram membros de torcidas organizadas do Náutico, foi o candidato com a pior adesão entre os votantes: 2%. Os votos brancos e nulos, juntos, contabilizaram uma porcentagem de 0,24%. Ao todo, 2.151 sócios alvirrubros compareceram à votação. Nota-se que foi um número bastante expressivo e isto representa o tamanho da indignação dos associados para com a gestão em exercício.
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| Números da eleição presidencial alvirrubra. (Foto: Twitter Oficial do Náutico) |
Tudo ocorreu na sua devida tranquilidade, certo? Errado! Quando o atual presidente (futuramente, e felizmente, ex-presidente) Paulo Wanderley chegou à sede do CNC para votar, o clima esquentou. O mandatário alvirrubro (depois de tudo que ocorreu este ano, não tenho mais certeza se ele é alvirrubro) levou sonoras vaias, diversos xingamentos, um copo de água na cara e escapou de apanhar. Fora isso, a paz e a tranquilidade reinaram na Rosa e Silva. Um momento bastante marcante foi o final da votação, quando os sócios, reunidos na sede, se uniram e cantaram o hino do clube. Sem dúvidas, uma prova de amor e fidelidade ao mesmo.
Gláuber Vasconcelos presidirá o Náutico no biênio 2014/2015. Pela primeira vez na história, o Timbu do Capibaribe terá um integrante da oposição como presidente, coisa que só uma democracia proporcionaria. Tomemos o Santos e o Flamengo, duas das agremiações mais expressivas do cenário nacional, como exemplos: acreditaram nas suas oposições e voltaram a conquistar títulos. Esperemos que isso também aconteça com o Timba.
É importante ressaltar o fato de o novo "manda-chuva" timbu não ter usado nenhum artefato de torcida organizada após a confirmação da sua vitória nas eleições. Começou muito bem! É importante que o Náutico e todos os outros clubes do Brasil parem de bancar esses grupos, tendo em vista as inúmeras e desnecessárias confusões protagonizadas por eles dentro e fora dos estádios brasileiros.
Os maiores desafios certamente serão o fim do jejum de títulos do Náutico, que já dura 9 anos, e o aumento do quadro de sócios (a meta, segundo o próprio Gláuber, é de 10 mil ou mais sócios). A pressão será grande, pois o clube vive uma fase bastante turbulenta e a candidatura de Gláuber simbolizava a mudança pela qual a instituição precisa passar. A torcida depositou toda a sua confiança no MTA. Pode-se dizer que o protesto mais eficiente contra a gestão de Paulo Wanderley e cia. foi realizado ontem, nas urnas. Independente de chapa, o verdadeiro vencedor desta eleição tem que ser o Clube Náutico Capibaribe, que precisa voltar aos tempos gloriosos.
Autor: Luís Francisco Prates
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