Despedidas, eliminações, queda. Será que 2013 valeu a pena?

Um ano para ser esquecido ou serviu novamente como lição? 

(Foto: Marcelo Sadio/vasco.com.br)

Não sei definir ao certo o sentimento que os torcedores estão passando. Tristeza, decepção e muito mais que revolta. Cair para a segunda divisão de um campeonato nacional é triste, mas passa. No entanto, cair duas vezes, e em um período tão curto, é digno de vergonha. Sim, vergonha. Não com o Clube, mas o que fazem com o mesmo. Despedidas, eliminações, queda. Vamos relembrar toda a trajetória? 

Despedida de um ídolo: Pedrinho
Vasco derrotou o Ajax, da Holanda, por 1 a 0 em janeiro no estádio São Januário. Um amistoso marcado para a despedida de um grande ídolo da torcida vascaína: Pedrinho. Apesar de não ter marcado gol, o jogador conseguiu apresentar uma belíssima atuação com jogadas invejáveis. 

(Gazeta Press)

O jogador, revelado pelo Vasco, jogou no clube até o ano de 2001. Ganhou dois Campeonatos Brasileiros, um Campeonato Carioca, um Torneio Rio-São Paulo, Copa Libertadores da América e Mercosul. Seu maior auge na carreira foi em 1998, quando marcou dois gols fundamentais nas quartas de finais contra o Grêmio pela Libertadores.  

Confira alguns dos seus gols:

Campeonato Estadual
O ano de 2013 até que parecia começar bem. De oitos jogos, cinco vitórias, um empate e duas derrotas. O Vasco era um time que estava se formando aos poucos, com algumas saídas de jogadores importantes e chegada de outros. Eis que surge a semifinal da Taça Guanabara: Flamengo x Botafogo e Vasco x Fluminense. 

O jogo: Vasco x Flu
Um dos melhores jogos do ano para o Vasco e Fluminense, principalmente para o Gigante da Colina. A partida foi completamente dominada por fortes emoções. Primeiro tempo foi equilibrado e com boas chances de gol, mas somente aos 24 do segundo tempo as redes do Engenhão balançaram, com um belíssimo gol do Bernardo. Logo após, Thiago Neves e Wellington Nem viram o placar para o Flu, dois gols seguidos em apenas dois minutos. 

E aí, Vascão? Desistiu? Não! Gaúcho apostou na substituição tirando o atacante Éder Luís e lateral Thiago Feltri para colocar os jovens Dakson e Romário, que logo fizeram uma bela cobrança de falta ensaiada, levando ao gol de empate. Tudo ficou mais tenso. Bola para cá, bola para lá. Qualquer lance era para maltratar o coração! Dois minutos após o gol do Romário, o mito Dedé desempata o jogo. Vasco 3 a 2 Fluminense. Grande destaque ao treinador e ao zagueiro Dedé.

(Foto: Placar.abril)

• Escalação Vasco: Alessandro, Nei, Dedé, Renato Silva, Thiago Feltri (Romário); Abuda (Felipe Bastos), Wendel, Pedro Ken, Carlos Alberto; Bernardo e Éder Luís (Dakson). Técnico: Gaúcho.
• Escalação Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno (Wellington Silva), Gum, Anderson (Rhayner), Carlinhos; Edinho, Jean, Deco (Wagner), Thiago Neves; Wellington Nem e Fred. Técnico: Abel Braga.
• Renda: R$ 449.910,00.
• Público: 20.632 presentes.

Classificado para a final do primeiro turno, o Vasco iria enfrentar o Botafogo, já que o mesmo derrotou o Flamengo por 2 a 0. Com o estádio lotado, as duas torcidas faziam a festa e acreditavam até o último segundo no título de seu time. Primeiro tempo tecnicamente fraco. Já no segundo tempo, a equipe botafoguense dominava o jogo. Somente aos 35 do segundo tempo, Lucas abre o placar no Engenhão. Botafogo 1 a 0 Vasco, campeão da Taça Guanabara. 

Sete jogos, duas vitórias, um empate e quatro derrotas: Taça Rio para o Vasco foi assim, ficando na sétima posição do grupo A. Campeão dos dois turnos, Botafogo sagrou-se campeão do Estadual, não havendo necessidade de ir à final. E para o Vasco? O ano só começava a piorar.

Copa do Brasil
Tenorio (d) é abraçado pelos companheiros após marcar os dois gols na vitória do Vasco
(Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco)

Classificado diretamente para as oitavas de final, o Vasco tinha o Nacional-AM como o seu primeiro adversário na competição. Primeiro jogo, realizado no estádio Roberto Simonsen (SESI), resultou em uma vitória vascaína por 2 a 0, com dois gols de Carlos Tenório. Mesmo pequeno, o estádio estava lotado e alguns torcedores deram um jeito inusitado de acompanhar ao Vascão. Veja na imagem abaixo:

Torcedores, que ficaram de fora do estádio, subiram em árvore para assitir a partida
(Foto: Ao Vasco tudo!)

Nove dias depois, as duas equipes se enfrentaram em São Januário. O que parecia ser um jogo totalmente fácil, tornou-se complicado. Vasco ainda levou um pouco de pressão do time visitante. O placar terminou em 2 a 1 para o clube carioca e com a classificação para as quartas de final. 

O próximo adversário e o mais difícil: Goiás. A situação no Campeonato Brasileiro para as duas equipes eram opostas. Logo no primeiro minuto de jogo, Edmílson abre o placar no Serra Dourada. Não demorou muito para que o mandante empatasse: Walter aos oito minutos. Após isso, nada de tão emocionante.

(Foto: Marcelo Sadio/Vasco.com.br / Divulgação)

No finalzinho da etapa, exatamente aos 27 do segunto tempo, Roni desempata e abre vantagem para o Goiás, que dependia apenas de um empate no confronto de volta ou diferença de dois gols. Caso fosse 2 a 1, a decisão iria para os pênaltis.

Um mês se passou e a hora da decisão chegou. Vasco x Goiás em pleno Maracanã, com torcida cheia e esperançosa. Será que iríamos calar a todos que duvidavam de nossa capacidade? Praticamente isso aconteceu. O garoto Thalles marcou um golaço logo aos três primeiros minutos da partida, após receber cruzamento do lateral Fágner. Pouco tempo depois, o atacante novamente balança as redes do estádio. Mas nem tudo foi tão fácil! Com assistência de Walter, o jogador Hugo diminuiu para o Goiás e conseguiu reanimar sua equipe.

Lances polêmicos. Dado início do segundo tempo, Amaral empata. Com esse placar, a possibilidade de ir para os pênaltis já estava descartada. Situação complicadíssima para os vascaínos, necessitando de dois gols. O lateral Yotún acerta cruzamento para o Willie e o atacante acerta o fundo da rede com uma bela cabeceada. Vasco 3 a 2 Goiás.

Thalles foi o grande destaque do primeiro tempo, com dois gols anotados Foto: Mauro Pimentel / Terra
(Foto: Mauro Pimentel / Terra)

Vale lembrar do gol anulado injustamente do zagueiro Luan. Caso a arbitragem não tivesse errado, a história poderia ter sido outra. Vasco jogou muito superior e ainda conseguiu a vitória, mas não a classificação. Este foi o nosso fim da Copa do Brasil 2013.

Campeonato Brasileiro
Para quem havia terminado o Brasileirão de 2012 em quinto lugar, as expectativas para este ano eram enormes. No entanto, o elenco praticamente estava mudado. Sem Anderson Martins, Diego Souza, Rômulo, Fernando Prass, Fágner e agora sem Dedé. O zagueiro, conhecido pela torcida como Mito, deixou o clube em Abril e foi ao Cruzeiro por R$14 milhões pelos 45% de direitos econômicos.

Dedé coletiva saída do Vasco (Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)
(Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)
 Com o elenco tecnicamente fraco, a primeira rodada começou com uma vitória sobre a Portuguesa por 1 a 0. Depois daí, a palhaçada já foi virando rotina. Sofrer goleada por 5 a 1 do São Paulo em plena segunda rodada do campeonato é simplesmente vergonhoso. 

As imagens de São Paulo 5 x 1 Vasco (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)
(Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)

Uma derrota ali, uma derrota aqui, um empate sem graça. Novamente uma goleada, desta vez contra o Internacional por 5 a 3. Seria o fim das goleadas ou apenas o começo? Os erros do setor defensivo não mudavam nunca, só pioravam. O que fazer? Uma atitude foi tomada. No Clássico dos Milhões, que teve como resultado uma vitória flamenguista por 1 a 0, Vasco escalou um novo goleiro: Diogo Silva. O estreante conseguiu fazer incríveis defesas. 

Perdeu? Enfrenta o Fluminense, simples e fácil. Após Maracanã reformado, as duas equipes jogaram e surgiu então uma grande polêmica. O lado ocupado desde 1950 no estádio foi reformulado, ficando então como direito dos tricolores. Como forma de provocação, a torcida fez um mosaico escrito: "É o destino!"

                                                                       (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)

Freguês realmente tem razão. Juninho Pernambucano abriu o placar aos 16 minutos. Dado início ao segundo tempo, André marca um golaço após receber uma linda assistência do Juninho. Carlinhos diminuiu e o jogo fica tenso. Com uma cobrança de escanteio, o atacante Tenório decide o jogo. A festa de 111 anos do clube tricolor foi comemorada pelos cruz-maltinos. Fluminense 1 a 3 Vasco.

                                                (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)

Juninho Pernambucano? Sim, o Reizinho finalmente retornou à Colina após ter passado uma curta temporada no New York RB, dos EUA. Uma esperança reanima o coração do torcedor cruz-maltino. O futebol necessita de ídolos como o nosso camisa 8.

Embora com o apoio da torcida, os resultados não eram nada agradáveis. Gols ridículos resultavam em derrotas e empates, algo que podia ser evitado se a zaga não falhasse tanto. É inegável que os três pontos dentro de campo sejam importantes lá na frente. Todos sabem, menos o Vasco. A cada rodada era um sentimento de desgosto acumulando-se, a postura do time não era a mesma de dois anos atrás. O que aconteceu com o Vasco de 2011? Foi vendido, inclusive está espalhado até pelo Brasil. Todavia, alguns voltaram, como aconteceu com o lateral Fágner. A torcida comemorou sua volta como um grande mérito da diretoria. Parabéns!

E nos gramados? Cruzeiro 5 a 3 Vasco. Levar cinco gols três vezes já pode pedir música no Fantástico? O saldo de gols vascaíno terminou com -11, e não foi a toa. Às vezes tentava e mostrava uma certa preocupação e raça, mas o time era tecnicamente fraco. Torcedor não merecia tanta humilhação. 

Vasco finalizou o ano com 94 jogadores registrados na CBF, sendo 40 atuando no profissional. Contratar goleiro para quê? Carlos Germano não viu necessidade e decidiu reversar entre Michel Alves, Diogo Silva e Alessandro. Treinador? Só em 2013 foram quatro: Gaúcho (trabalhou apenas no Carioca), Paulo Autuori (Carioca e uma parte do Brasileiro), Dorival Júnior e Adílson Batista. Nada adiantou. 

Surpresas, decepções. Campeonato resumido em números: 11 vitórias, 11 empates e 16 derrotas. Aproveitamento de apenas 36.8%. Como aceitar? Como não sofrer? Torcedor de verdade sofre junto com o time. E não há nada pior do que ver algo que tanto se ama sendo destruído, e logo assim... É simplesmente o ano que deve ser esquecido, mas nunca será apagado de quem sofreu e riu da nossa queda. 

Feito por: @amanda_vascaina


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Autor: Unknown

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