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| Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press |
Semifinal de Sul-Americana no Morumbi, mais de 50 mil pessoas, festa para o Ceni, favoritismo absoluto. Não tinha um cenário melhor para uma tragédia. E foi o que aconteceu. Depois de sair na frente, o São Paulo levou a virada da Ponte Preta - um 3x1 que nos deixa quase com os dois pés fora da final.
Muricy decidiu inventar, saindo do habitual 3-5-2. Resolveu que Paulo Miranda seria lateral-direito, Lucas Evangelista ponta-direito e montou um 4-3-3 com cara de 4-2-3-1. Ceni; Paulo Miranda, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Reinaldo; Denílson e Maicon; Ganso, Ademílson e Evangelista; Aloísio.
Parecia que daria certo devido ao começo de jogo do Tricolor. Pressão, time inteiro no ataque, logo surgiram as oportunidades. Na primeira mais concreta, Aloísio tocou pra Ganso na entrada da área, que cortou o zagueiro e chutou, de direita, no canto. Ela ainda bateu na trave antes de entrar. 1x0 no começo, o jogo parecia perfeito e a classificação já estava encaminhada.
A Ponte, assustada, perdia bolas na defesa. Numa dessas, Maicon lançou Ademílson que chutou em cima do goleiro. O segundo gol também não estava muito longe. Mas, a partir daí, a Macaca começou a crescer. Começou a chegar mais e, quietinha, foi criando as suas chances. A defesa foi aceitando - dava espaços, não marcava direito, perdia bolas ridículas e não conseguia desarmes. A Ponte já só não assustava mais por ineficiência própria. Então, resolvemos fazer o serviço por eles.
Paulo Miranda deixou o time campineiro chegar na área pelo lado esquerdo. Uendel, já na área, passou facilmente (muito facilmente) por Denílson e cruzou rasteiro para a pequena área. Tudo nosso, os três zagueiros estavam ali, nenhum ponte-pretano. Ela veio para Antônio Carlos, um dos heróis da nossa classificação para as semis. E ele podia isolar pra qualquer canto, até tocar pra escanteio, fazer o que quisesse, menos uma coisa. E ele fez. Empurrou contra o próprio patrimônio e empatou o jogo para a Macaca.
O 1x1 no intervalo era fundamental para os nossos adversários. Quebrava o entusiasmo do Morumbi lotado, deixava o time nervoso e já dava certa vantagem para o jogo de volta.
Muricy voltou com Wellington, volante. No lugar do frouxo do Denílson, né? Não. No lugar de Evangelista, atacante. 1x1, em casa, sai atacante, entra volante. O time voltou completamente apagado, sem nem ver a cor da bola. Depois de uma série de 3 escanteios seguidos, Ceni defendeu um chute no cantinho. No rebote, Leonardo virou o jogo. A chuva tinha apertado de verdade, nos prejudicando ainda mais, agora a missão ficaria quase impossível. Em outra jogada perigosa dos campineiros, Uendel chutou e contou com desvio de Wellington para conseguir o 3x1. Sim, 3x1.
Veio Luis Fabiano, veio Welliton. De certa forma, me deu esperanças. Na primeira, Luis cabeceou pra fora, rente a trave. Na segunda, Roberto defendeu outra cabeçada do 9. Na terceira, o mesmo centroavante driblou Roberto e chutou para o zagueiro salvar em cima da linha. No rebote, Luis só rolou para Welliton, que tinha a bola e um gol vazio na sua frente. Mas o zagueirão conseguiu salvar outra vez na risca. Acaba, juiz. Hoje não tinha jeito.
Acabou. 1x3 e uma vantagem imensa para a Ponte Preta.
Notas:
Rogério Ceni: 1116
Esquecemos por alguns momentos esse jogo e lembremos dos últimos 1115. Tá, mas não muito, porque se fosse pra falar tudo que eu tenho que falar pra você, daria pra escrever um livro. Obrigado, capitão, ídolo, mito, Ceni. Estamos vendo, ao vivo, o jogador com mais partidas por um único time na história do futebol. Ele joga no seu time, ele é capitão do seu time, ele é um ícone do seu time. Não tem como ficar honrado. Aproveitem enquanto ele ainda está aí.
Paulo Miranda: -63
Porque deve ser bem difícil marcar o atacante no rebote.
Rodrigo Caio: 4
Pelos carrinhos massas que deu, mas só isso. A defesa inteira foi uma merda.
Antonio Carlos: -4
Zagueiro artilheiro.
Reinaldo: s/n
Juro que não vi jogando. Juro.
Denílson:
Me recuso a dar nota pra esse cara. Horrível, imbecil, pífio, exagerado, mole. Ainda teve a capacidade de levar amarelo nos acréscimos. Parabéns, cara.
Maicon: 5
Jogou bem quando o time estava no ataque, era o principal responsável pela saída de bola. Depois, mais apagado com o bom momento da Ponte (e com a chuva), foi substituído.
Ganso: 6,5
Pelo gol, genial, de craque. Mas não vai ter nota boa para a partida de ontem, sinto muito.
Lucas Evangelista: 0
Outro que não vi em campo, apesar de ter saído no intervalo.
Ademílson: 3
Os chutes, cara. Eles são importantes no futebol. Treina, pelamor.
Aloísio: 4,5
Valeu a vontade aí etc mas fica foda quando toda vez que você entra na área você abaixa a cabeça e sai empurrando e chutando os zagueiros. Pra cair no final e pedir pênalti.
Wellington: 1
Tudo que acrescentou à equipe foi um desvio no chute que se transformou no terceiro gol deles. E levou uma caneta linda.
Luis Fabiano: 5
ACABOU A SUSPENSÃO! Te vi ontem, correndo pra entrar no jogo, dando cabeçadas, chutes e passes. De fato, fez mais que o Boi Bandido. Ou tentou.
Welliton: não
"Recebi aqui baita passe do Fabuloso na pequena área, tá sem goleiro, tem só um zagueiro protegendo o gol. Já sei! Vou chutar rasteiro, fraco, no pé dele. Quem sabe entra."
Muricy: 0
Não tiraria nem o Evangelista, nem o Maicon, nem o Ademílson. Também não começaria com o time que ele começou. Ontem eu achei que foi bem mal.
Ponte Preta
Jogaram sério, de forma leal, melhor e conseguiram um resultado espetacular. No fim do jogo, ainda adotaram um discurso extremamente cauteloso. Parabéns pela vitória justa.
Torcida da Ponte Preta
Fizeram uma festa bonita no Morumbi, mas esse papo ameaçando a torcida do São Paulo para o jogo de volta não vai dar certo. Dizem que estão pretendendo abordar os ônibus tricolores na única estrada que liga São Paulo - Mogi Mirim - Campinas. Com a Independente no meio, não vai dar certo mesmo.
Rivais
Foi só metade do confronto, né? Não tem nada decidido ainda. Segurem o secador mais um pouco.
Depois de tudo que passamos no ano inteiro, não dá para desistir. Não agora. Os 3 gols em Mogi Mirim são possíveis. Eu, pelo menos, acredito.
Autor: Diogo Magri
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