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Estudiantes vem para esse confronto com uma campanha irregular da primeira fase. Acumulou 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. O time é treinado pelo ex-jogador Gabriel Milito, que teve passagens por Zaragoza e Barcelona. Agora como treinador do time de La Plata, vem ambicionando trazer resultados brilhantes e com ares de inovação, principalmente no aspecto tático.
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Mauricio Pellegrino, (antecessor de Milito no comando do Estudiantes) colocava o time em campo no esquema 3-5-2 e por algumas vezes no 4-4-2. Com essas formatações táticas, o time se portava de maneira muito irregular e com pouca intensidade tática e técnica em campo, por isso mesmo, não engrenou e nem transmitiu muita confiança, tanto para os torcedores de “los pinchas”, quanto também para a diretoria do clube.
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Foi aí que a diretoria se convenceu que deveria mudar e resolveu arrojar contratando Milito mesmo em meio a disputa da fase de grupos da Libertadores. Esse arrojo, ao menos até o momento, tem trazido resultados positivos para a equipe e o time tem encontrado mais estabilidade e harmonia entre os 3 setores do campo.
Em suas partidas iniciais no comando do Estudiantes, o time não perdeu até o momento. Já acumula 2 empates pelo Campeonato Argentino (1x1 com o Rosario Central e 0x0 com Olimpo) e uma vitória importantíssima fora de casa contra o Barcelona SC, resultado que garantiu o time para a fase mata-mata da Libertadores.
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Milito tem uma preferência tática que já lhe é peculiar desde a época de jogador. Quando atuava como zagueiro, sempre demonstrou certa técnica, agressividade e uma pitada de ofensividade. Por isso mesmo fica fácil entendermos o motivo da sua preferência pelo esquema 4-3-3. O time do Estudiantes tem absorvido bem o seu espírito aventureiro e agressivo, os resultados parecem que irão melhorar e com um pouco mais de sorte, talvez possam chegar mais longe na competição. No setor defensivo, o time se destaca nas laterais, com Aguirregaray e Alvaro Pereira. Os uruguaios têm ótima capacidade de transição entre defesa e ataque, a disciplinada movimentação e flutuação em campo desses jogadores blinda melhor a defesa, impedindo de se criarem o que chamamos “avenidas", além de se destacarem também por uma boa mobilidade e senso de cobertura. Para Milito, os laterais uruguaios são peças fundamentais para o funcionamento do seu 4-3-3, pois com eles a defesa não fica exposta.
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No meio-campo, podemos destacar o experiente jogador Damonte, que depois de rodar o mundo por diversas equipes, retornou ao clube que o projetou. Jogador que ajuda muito na qualidade e manutenção da posse de bola e é também o ponto de equilíbrio da equipe no aspecto do jogo coletivo e pelo seu espírito de liderança em campo. Já no ataque, não tem como ser diferente. O destaque maior é também o “homem-gol” da equipe. Estou falando, claro, do matador Guido Carrillo. Sua ascensão na temporada é notória e em La Plata é tratado como uma jóia pelos torcedores e pela diretoria do clube. Não podia ser diferente. Dos 7 gols do Estudiantes até o momento na competição, 6 foram marcados por Carrillo e que garantem a ele até o momento, a vice-artilharia da Copa Libertadores 2015.
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Pelo lado do Independiente Santa Fé, o treinador do time colombiano, o argentino Gustavo Costas, já tem um trabalho desenvolvido de longa data e obteve êxito recentemente com a conquista do Campeonato Colombiano de 2014. Treinador destacável e reconhecido em vários países na América Latina, principalmente no Peru, Paraguai e Equador, onde conquistou competições nacionais por clubes dentro desses países, agora vem, com seu repentino sucesso em solo nacional, também desejando atingir o ápice em uma competição de expressão continental, como é a Copa Libertadores da América. Na primeira fase o time acumulou 4 vitórias e 2 derrotas (coincidentemente perdeu as duas para o Atlético MG).
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A formatação de jogo que mais lhe agrada é o 4-3-1-2, que privilegia bastante o volume de jogo no meio-campo e tem como objetivo principal uma maior posse de bola e por vezes com boas jogadas ensaiadas e de bola parada. Fora de casa, buscando manter o equilíbrio tático e visando não deixar o adversário muito a vontade em seus domínios, Costas varia o esquema para o 4-5-1, mas essa é uma formatação mais conservadora e que na maioria das vezes é falha também, visto que na própria Libertadores, quando ele usou esse esquema contra o Atlético MG, o time saiu derrotado e não viu a “cor da bola”.
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Os principais destaques individuais que podemos enaltecer dessa equipe são: o volante “El cabezón” (Daniel Torres), que atua como cão de guarda, fazendo bem a cobertura da jovem zaga colombiana e garantindo o equilíbrio tático-defensivo para o bom funcionamento do meio-campo. O cerebral e craque do time, Omar Perez. “El pelado” como também é conhecido, tem a incumbência de desenvolver o setor de criação do time e alimentar o ataque com bons passes e lançamentos para gol, principalmente bolas para o matador Morelo, que até o momento é o artilheiro da competição e do clube na temporada.
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Esse jogo promete ser de grande equilíbrio e com uma disputa enorme pela posse de bola no meio campo. Um duelo entre um time que tem como grande arma as jogadas de profundidade e velocidade (Estudiantes) contra uma equipe que se pauta em anulá-las com seu meio-campo bem povoado e que no campo de ataque cria chances com jogadas ensaiadas e bolas bem distribuídas (Santa Fé). JOGO IMPERDÍVEL!
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