Hoje, veremos como foram as conquistas de 2005 e 2011 do Corinthians no Brasileirão. Após três conquistas na década de 1990, o quarto e quinto título só veio a acontecer nos anos 2000. Vamos relembrar!
2005
Já na era dos pontos corridos, a edição de 2005 teve 22 participantes onde todos enfrentavam um ao outro entre turno e returno, totalizando 42 rodadas.
Antes de tudo, temos que lembrar que no final de 2004 a Media Sports Investment – MSI – realizou uma parceria com o Corinthians, onde o objetivo era investir no clube do Parque São Jorge por 10 anos, mas após uma acusação de lavagem de dinheiro pelo então presidente da empresa Boris Berezovski e formação de quadrilha, a parceria foi encerrada em 2007.
Mas em 2005, a parceria seguia de pé e mais forte do que nunca. Os Galácticos – como eram chamados por Kia Joorabchian e Alberto Dualib -, anunciaram contratações de peso como Carlos Tevez, Javier Mascherano, Nilmar, Roger, Carlos Alberto e muitos outros.
Time base
Fábio Costa; Eduardo Ratinho, Marinho (Betão), Sebá, Gustavo Nery; Mascherano, Marcelo Mattos (Rosinei), Carlos Alberto, Roger; Nilmar e Tevez.
Fábio Costa; Eduardo Ratinho, Marinho (Betão), Sebá, Gustavo Nery; Mascherano, Marcelo Mattos (Rosinei), Carlos Alberto, Roger; Nilmar e Tevez.
Após um vice-campeonato no Paulistão, o Corinthians estreou muito mal no Brasileirão deste ano obtendo sua primeira vitória apenas na quarta rodada, diante do Atlético Paranaense. Dessa vitória em diante, foram outros 4 triunfos – Figueirense, Atlético Mineiro, Flamengo e Brasiliense. Com as 5 vitórias seguidas o Timão ficou entre os líderes, mas teve sua sequência quebrada pelo Fortaleza.
Depois de um desastroso clássico contra o São Paulo na primeira rodada – 5 a 1 com direito à demissão de Daniel Passarela -, o segundo clássico seria contra o Palmeiras no Pacaembu. Rosinei em dia inspirado, marcou duas vezes e guiou a vitória corinthiana por 2 a 1
Mas um dos jogos mais simbólicos desse campeonato foi contra o Paysandu no Pacaembu. Róbson abriu o placar para os paraenses na primeira etapa, Bobô e Dinélson viraram para a equipe do Parque São Jorge, mas Róbson marcou novamente aos 38 do segundo tempo. Porém o Corinthians estava com praticamente 8 em campo. Betão e Bobô foram expulsos e Jô, machucado, teve de permanecer em campo já que as três substituições já haviam sido realizadas. Só que, aos 41 do segundo tempo, o próprio Jô recebeu lançamento, driblou o zagueiro e deu o triunfo para o Corinthians. Uma partida memorável.
Duas rodadas depois, outro jogo dramático. Um 4 a 3 sobre o Cruzeiro, mais uma vez no Pacaembu. Roger, Rosinei – duas vezes – e Tevez marcaram para o Corinthians, enquanto Marinho – contra -, Fred – com auxílio da trave e das costas do Fábio “Costa”- e Moisés marcaram para o Cruzeiro.
No dia 25 de setembro, o Corinthians foi até o Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo e o então presidente do clube, havia concedido uma entrevista com tom provocativo antes da partida ao dizer que “não conhecia o Tevez”. Bem, o Corinthians venceu a partida por 3 a 1 com 2 gols do argentino. Poderia ter ido para casa sem dar uma dessa, né?
Infelizmente no dia 2 de outubro tivemos um caso lamentável conhecido como “máfia do apito”. Todos os 11 jogos que foram apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho foram anulados e remarcados por acusação de manipulação de resultados. Uma mancha enorme para o título corinthiano que vinha acontecer em seguida e uma mancha maior ainda para o futebol brasileiro que sempre ficará marcada.
Dessas 11 partidas remarcadas, 2 eram do Corinthians. Justo os clássicos contra São Paulo e Santos, onde ambos a equipe do Parque São Jorge havia sido derrotada. Contra o Santos em uma partida cheia de polêmicas, o Corinthians voltou a vencer o Peixe após 4 anos e a torcida adversária, inconformada, invadiu o campo depois do término da partida. No duelo contra o São Paulo, um empate em 1 a 1 e mais um ponto precioso para o Corinthians.
Corinthians chegou a ter 10 pontos de vantagem do segundo colocado Goiás, mas no final de contas não foi tão fácil assim. Com dois tropeços seguidos, o Timão voltaria a encarar o Santos, agora no Pacaembu.
Em uma partida memorável onde nenhum torcedor corinthiano irá esquecer – e nem santistas -, o Corinthians aplicou uma acachapante vitória por 7 a 1. Rosinei, Tevez – três vezes -, Nilmar – duas vezes - e Marcelo Mattos foram os autores dos gols. Ah, e Geílson fez o único gol do Santos.
Após mais uma derrota para o São Caetano – uma asa negra para o Corinthians – uma final antecipada contra o Internacional no Pacaembu. Tevez marcou para o Timão na primeira etapa e Sóbis empatou para o Inter no início do segundo, mas o lance mais polêmico foi aos 28 minutos da segunda etapa e protagonizado por Tinga. O volante recebeu dentro da área, tentou driblar o Fábio Costa e acabou caindo no chão. Márcio Resende de Freitas – o árbitro – viu simulação do jogador colorado e o expulsou de campo. Tirem suas conclusões.
Faltando duas rodadas para o fim, caso o Corinthians vencesse a Ponte Preta e o Internacional tropeçasse no Palmeiras, o torcedor corinthiano já poderia gritar que era campeão. Corinthians sofreu, mas venceu a Ponte por 3 a 1, porém os gaúchos com um gol no fim adiaram a festa alvinegra.
Na última rodada o Corinthians para ser campeão poderia até ser derrotado, desde que o Inter não tirasse uma vantagem de seis gols de saldo para o Timão. O Corinthians tropeçou – 3 a 2 para o Goiás em Goiânia -, mas o Inter perdeu para o Coritiba por 1 a 0 e o Corinthians sagrou-se tetracampeão do Campeonato Brasileiro.
O Corinthians terminou a competição com 24 vitórias, 9 empates, 9 derrotas, 87 gols marcados e 59 gols sofridos em 42 partidas. 81 pontos ganhos, contra 78 do vice-campeão Internacional. Tevez terminou a competição com 20 gols, sendo artilheiro da equipe no campeonato. Romário, no Vasco, terminou com 22 tentos.
Quem tirou a perspectiva do campeonato depois de 10 rodadas, achou que o título seria fácil para o Corinthians. Ah, mero engano, nada é fácil para o Corinthians.
2011
Já obtendo o formato da edição atual, o Brasileirão de 2011 teve 20 participantes onde se enfrentavam em turno e returno completando 38 rodadas.
O Corinthians vinha de um início de ano perturbador. Com o vice-campeonato do Paulistão – derrota para o Santos de Neymar – e uma desclassificação inédita na fase prévia da Libertadores da América para o Tolima, a grande aposta da direção foi o retorno de Liédson. O atacante brasileiro naturalizado português, deixou o Sporting onde era ídolo e voltou para a equipe que o revelou para o mundo.
Time base
Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex; Jorge Henrique, Emerson e Liédson.
Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán, Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex; Jorge Henrique, Emerson e Liédson.
Apesar da perspectiva para o campeonato não ser boa, o início foi arrasador. Em 10 rodadas, o Corinthians tinha 9 vitórias, 1 empate e liderava o Brasileirão com folga. Na estreia, vitória contra o Grêmio, em pleno Olímpico e de virada. Gols de Chicão e Liédson.
Após vitórias contra Coritiba por 2-1 e Fluminense por 2-0, além de um empate contra o Flamengo em 1-1, chegou a hora do primeiro clássico no Brasileirão. O adversário seria o São Paulo no Pacaembu.
Danilo com um golaço, Jorge Henrique e Liédson – três vezes – foram os autores da festa corinthiana. Era a “vingança” da goleada sofrida em 2005 também no Pacaembu.
Depois da goleada, vitórias contra Bahia, Vasco, Atlético Goianiense, Internacional e Botafogo, todas em sequência. Uma sequência incrível que chegou ao fim na 11ª rodada, em pleno Pacaembu. Em duelo contra o Cruzeiro, Wallyson aproveitou a desatenção de Renan e mandou de cobertura, praticamente do meio-campo, fazendo o único gol do jogo.
Na sequência, nova derrota para o Corinthians, agora contra o Avaí na Ressacada por 3 a 2. Em seguida, a equipe do Parque São Jorge receberia em casa o então lanterna América Mineiro. Jogo para golear, certo? Sim, mas o Corinthians gosta de fazer seus torcedores sofrerem. O time jogou muito mal, mas conseguiu vencer por 2 a 1 e permanecer na liderança.
Em seguida, 3 empates contra Atlético Paranaense, Santos e Ceará que empacaram o time no caminho do título. Para voltar a vencer, o Corinthians protagonizou uma das partidas mais emblemáticas dessa conquista. O adversário era o Atlético Mineiro em Belo Horizonte e fomos para o intervalo com uma vitória parcial de 2 a 0 para os mineiros. Na segunda etapa, Emerson, Alex e Liédson marcaram e decretaram uma virada histórica do Corinthians.
Para encerrar o primeiro turno, duas derrotas contra Figueirense e o arquirrival Palmeiras. Apesar dos tropeços, o Corinthians terminou a primeira parte do campeonato na liderança.
Ao contrário do primeiro turno, o segundo turno ficou marcado pelos altos e baixos do alvinegro. Depois de vitória sobre o Grêmio e tropeço diante do Coritiba, o Corinthians receberia o Flamengo no Pacaembu precisando vencer para retomar a liderança. Deivid marcou para os rubro-negros na primeira etapa e Liédson empatou na segunda etapa para os paulistas. O empate parecia certo, mas aos 43 do segundo tempo, Liédson volta a marcar para dar a vitória e a liderança para o Corinthians.
Dos 9 pontos seguidos, apenas 1 conquistado. Derrotas para Fluminense e Santos, empate com o São Paulo. Porém a recuperação veio nos 3 jogos seguintes. Vitórias contra Bahia e Atlético Goianiense e empate fora de casa contra o rival pelo título, Vasco.
O tempo passava e o Corinthians seguia entre altos e baixos. Nas 4 rodadas seguintes, foram 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota. E então veio um jogo totalmente atípico contra o América, em Minas Gerais. A partida seria em Uberlândia, com 90% de torcedores corinthianos. O líder contra o lanterna. Porém o Corinthians praticamente não entrou em campo e foi derrotado por 2 a 1, igualando sua pontuação com o Vasco – mas o Coringão tinha uma vitória a mais.
Depois do “vexame” em Uberlândia, duas vitórias contra Atlético Paranaense e Ceará, enquanto o Vasco tropeçava diante do Palmeiras em São Paulo. A diferença foi para 2 pontos de vantagem e foi a que permaneceu até o fim.
Porém o Vasco havia vencido na rodada seguinte e assumiu a liderança provisoriamente, enquanto o Corinthians receberia o Atlético Mineiro no Pacaembu. Logo aos 9 minutos de jogo, os mineiros abriram o placar. Liédson empatou na primeira etapa e Adriano – sim! – Aos 44 do segundo tempo, virou o jogo e deu a vitória para o Corinthians.
Na penúltima rodada, o Corinthians precisava vencer o Figueirense e torcer para o Vasco tropeçar diante do Fluminense para ser campeão. Bem, Alex fez a parte para o Corinthians, mas o Vasco com gol aos 45 da segunda etapa adiou a festa.
4 de dezembro de 2011, a última rodada do Brasileirão e o Corinthians só dependia de si para ser campeão pela quinta vez, mas a fiel amanheceu triste. Sócrates, o doutor da bola, faleceu em São Paulo vítima de infecção intestinal depois de passar meses lutando contra uma cirrose.
Em busca de honrar o ídolo e amenizar a tristeza da torcida, o Corinthians foi a campo contra seu arquirrival Palmeiras e em um jogo truncado, lutou até o fim para assegurar a taça. O jogo ficou no 0 a 0, e além do mais, o Vasco não conseguiu vencer o Flamengo – 1 a 1. Fim de jogo e festa para a torcida corinthiana.
O Timão encerrou o campeonato com 21 vitórias, 8 empates, 9 derrotas, 53 gols marcados e 36 gols sofridos, totalizando 71 pontos ganhos. O vice-campeão Vasco terminou com 69 pontos.
Liédson foi o artilheiro do Corinthians na competição com 12 gols, mas passou longe do artilheiro do campeonato. Borges, então no Santos, marcou 23 vezes.
Sócrates: “Quero morrer em um domingo e com o Corinthians campeão”.
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Este foi o último texto da série que relembra os títulos do Campeonato Brasileiro do Corinthians. O que achou? A publicação foi feita pelo convidado Felipe Arce, com apoio de Thais Costa, ambos torcedores fanáticos do Corinthians. Gostaria de conversar mais sobre o tema com eles? Encontre-os pelo Twitter: Felipe e Thais.
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