Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #15 (Episódio Final)

Começarei isso com a mesma frase que abri essa série: Infelizmente tudo tem um fim. Aqui, no primeiro texto da série, comecei a desenrolar uma série de textos que não tinha ao menos uma certeza se poderia chegar ao final. Hoje, 13 de Dezembro de 2014, três meses depois da minha estreia no C11, que foi justamente no primeiro texto dessa série, posso dizer que não só terminei a série, mas terminei dizendo que gostei do resultado e considero que minha homenagem à carreira desse monstro, pode não ter sido a altura de Rogério Ceni, afinal, poucas coisas são dignas desse selo, mas digo que, 15 textos depois, uma pequena parte de mim diz que foi algo merecedor da ultimamente tão rara sensação de satisfação.

(Mais um agradecimento especial à Diogo Magri, que me ajudou a elaborar a lista e foi um dos principais motivadores no começo da série).

Falando sobre o texto, hoje é dia de falar da melhor atuação recente do goleiro-artilheiro. Em 2013, o sonho do bicampeonato da Copa Sul-Americana parou na Ponte Preta. Mas ainda sim tiramos boas coisas daquela competição, mesmo com um fraquíssimo time. A maior talvez, seja a afirmação de que Rogério ainda poderia jogar em um nível altíssimo.

2013 - São Paulo 4x3 Universidad Católica - A atuação


(Reprodução foxsports.com.br)
Por ser o atual campeão da Copa Sul-Americana, o São Paulo já iniciou a campanha nas oitavas-de-final, contra os próprios chilenos. Enquanto no Morumbi, um decepcionante empate em 1 a 1 levou o jogo para o Chile com o favoritismo para o lado da Universidad Católica, o jogo de volta no Estádio San Carlos de Apoquindo seria histórico e emocionante.

O Tricolor foi à campo com Rogério Ceni; Paulo Miranda, Edson Silva, Rafael Toloi e Douglas; Rodrigo Caio, Denilson, Maicon e Ganso; Aloísio e Ademilson. Sim, esse time era fraquíssimo, considerando que quase caímos em 2013, mas ainda sim conseguiriamos o milagre naquela noite.

Falando sobre o jogo, logo aos 23 segundos Rogério já fez uma boa defesa. Em cruzamento da lateral, Castillo cabeceou e RC encaixou. Aos oito, em mais um cruzamento, Castillo novamente cabeceou pro chão, a bola quicou e Rogério fez seu primeiro milagre, com as pontas dos dedos impedindo aquele que seria o gol que abriria o placar e deixaria o SPFC em situação delicadíssima.

Os gols começaram a sair aos 16, quando Sosa abriu o placar, após Toloi bobear e não conseguir afastar a bola. Dois minutos depois, Aloísio, o famoso "boi bandido" recebeu a bola de costas pro gol, girou e tocou por cima do goleiro Toselli, empatando o jogo e ainda dando esperanças ao torcedor são paulino.

Esperanças essas que quase desapareceram quando Cordero, aos 22 desempatou o jogo, aproveitando falha de Douglas (sim, isso joga pelo Barcelona hoje) 2 a 1 para os mandantes. Porém, de novo ele, Aloísio empatou novamente um minuto depois, aproveitando passe magistral de Ganso, driblando o goleiro e anotando mais um gol no placar, 2 a 2.

Voltando ao nosso herói, Rogério salvou novamente o Tricolor, em uma defesa inacreditável. Após Tomás Costa tentar encobrir o goleiro-artilheiro, Ceni se esticou todo, esticou o máximo possível, em um momento digno de protagonizar algum filme de super-herói e salvou o São Paulo, em um momento. No segundo tempo, mais uma. Aos quatro, após mais um cruzamento, Sosa se jogou na bola e Rogério salvou uma bola em seu contrapé, protagonizando mais uma defesa milagrosa.

O gol da virada sairia dos pés de (veja só você) Ademilson, que aos 19 do segundo tempo recebeu assistência de Aloísio, o outro herói da noite e tocou por cima de Toselli, 3 a 2.

Os mandantes não desistiam e continuavam o bombardeio, porém paravam num monstro debaixo das traves. Em escanteio, Cordero finalizou forte e, mesmo com muita gente na sua frente, Rogério Ceni mostrou mais uma vez o porquê de ser considerado um mito, realizando mais um milagre.

Mirosevic empataria novamente o jogo aos 25, em cobrança de pênalti, dessa vez sem chances para Rogério. Mas ele ainda salvaria o SPFC novamente, em finalização de Costa que tinha o ângulo como endereço, mas parou nas luvas do goleiro que teve uma noite memorável, protagonizando outro milagre (perdão pela repetição da palavra, mas já estão faltando adjetivos).

E teve ainda outra, quando o ainda inseguro Edson Silva quase anotou um gol contra, mas graças à Deus, Ele estava presente embaixo das traves.

E para acabar com o jogo, após bela troca de passes, Welliton saiu na cara de Toselli e tocou por baixo do goleiro, acabando com o jogo aos 40 do segundo tempo e classificando o Tricolor, após uma batalha em campo em um jogo emocionante, 4 a 3.

Apenas para ilustrar tudo o que foi dito, abaixo temos um vídeo com todas as defesas do goleiro na partida, com uma incrível narração de Marco de Vargas.



Depois disso, pode-se afirmar que, mesmo com 40 anos, o M1TO ainda era um senhor jogador, com reflexos em dia. Mais do que isso, Rogério continua mostrando os motivos da adoração do torcedor por ele, mostra porque podemos ainda dizer que existe o tal do "amor à camisa". Rogério é um dos últimos ídolos do futebol brasileiro, daquele que o torcedor tem orgulho de ter no seu time.

E posso dizer que essa foi a melhor maneira de encerrar uma série sobre esse monstro, um texto unica e especialmente sobre ele.

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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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