Foto: (Marcelo Dias/Futura Press/Estadão Conteúdo) |
A bola iria rolar para Fluminense e América-RN. Nas cabines de transmissão da Rede Globo, Luis Roberto, Arnaldo Cezar Coelho e Júnior. Eis que ela veio. Ela, Sérgio? Ela quem, cara? A frase. Sim, uma frase, frase essa que ficaria marcada na minha mente. As primeiras palavras de Júnior, ex-jogador e hoje comentarista - bom comentarista, não vou crucificá-lo pela frase infeliz -, foram de que a equipe do Fluminense iria realizar um coletivo contra o América-RN no Maracanã, deitado na vantagem conquistada no jogo de ida - 3 a 0 - da terceira fase da Copa do Brasil. Eu sorri. Sorri por talvez sentir ali que teríamos algo diferente do esperado. Sendo justo, claro, realmente houve um coletivo no estádio carioca, mas quem treinou foi a equipe de Natal. A vitória por 5 a 2, histórica, memorável, indescritível, foi pequena diante das chances desperdiçadas pelo América, principalmente no segundo tempo. Poderia ter sido mais.
O jogo foi bem diferente do padrão baixo que estava começando a ser implantado no América. Ainda cheio de desfalques, o Mecão fez a mesma coisa que realizou em Natal: encarou o Fluminense. Sem medo, sem retranca. Diferente do que aconteceu na Arena das Dunas, dessa vez deu muito certo, e é preciso destacar o trabalho do técnico Oliveira Canindé. Antes mesmo do primeiro confronto, Oliveira Canindé disse que iria pra cima do Fluminense, pois queria fazer história. E fez. Aliás, continua a fazer, pois ser campeão do Nordeste com o Campinense não é uma missão fácil. Levar o América a ter um dos melhores ataques do Brasil em 2014 e ser uma das equipes que mais venceu na temporada também não é fácil, logo, essa "história" que Oliveira Canindé constrói, no futebol, não tem pausa. Bom para o América.
A partida brilhante que fez Marcelinho, e as oportunidades aproveitadas por Alfredo, Max e Pimpão foram decisivas para a construção dos 5 a 2. Eternos 5 a 2. Sem dúvida, esse resultado além fazer muito bem aos cofres americanos - entrarão cerca de R$ 500,000 - faz bem ao grupo moralmente. A euforia pela merecida classificação às oitavas da Copa do Brasil não pode interferir na Série B, pois esse mesmo espírito de luta pelo resultado precisa tornar-se, novamente, padrão, rotineiro.
Antes de terminar, quero pedir perdão. Eu estava errado em pensar que estava errado. Depois da derrota de sábado, bem contrariado, questionei pela primeira vez na temporada a qualidade do elenco do América. Disse que talvez não fossem capazes de brigar, apenas de serem competitivos. Como disse, estava errado em pensar que estava errado. Esse grupo é bom, pode dar mais, estive certo o tempo inteiro, e de forma precipitada, talvez influenciado pelo calor da derrota, questionei-os. Perdão por fraquejar. Vocês, grupo, estão na história do América Futebol Clube para sempre. Você, Oliveira Canindé, é o azarado mais sortudo que esse Nordeste já viu.
Como diriam os velhos comentaristas, treino é treino, jogo é jogo. O América treinou no Maracanã e precisa jogar contra o Icasa, sábado.
Foi um bom coletivo.
Ficha Técnica
Fluminense 2 x 5 América-RN
Local: Estádio Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Rodrigo Alonso Ferreira (SC)
Gols: América-RN: Max, Pimpão, Marcelinho e Alfredo (2) - Fluminense: Fred e Cícero
Fluminense: Diego Cavalieri, Bruno Vieira, Elivelton, Fabrício e Carlinhos; Valencia, Jean, Cícero, Chiquinho e Rafael Sóbis (Conca); Fred (Walter). Técnico: Cristóvão Borges.
América-RN: Fernando Henrique, Marcelinho, Cléber, Lázaro e Paulo Henrique; Tiago Dutra (Val), Márcio Passos, Andrezinho, Jéferson (Rodrigo Pimpão) e Arthur Henrique; Max (Alfredo). Técnico: Oliveira Canindé.
Sérgio Ricardo Jr é acadêmico em Jornalismo pela UFRN e Blogueiro do América-RN no C11.
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