Chegou, amigos! Saiu mais um Taticando na Copa, hoje, comigo Gabriel Avellar. Na quinta edição comentaremos sobre o Grupo D, o grupo da morte. Vamos lá? Acompanhe! Não esqueça de deixar seu feedback.
• Uruguai
A façanha de 2010 pode ser
repetida?
Quatro anos atrás, a Seleção Uruguaia chegou a Copa da
África desacreditada. Composta de um plantel recheado de jogadores de muita
vontade, muita entrega dentro de campo, mas com pouca abundância de técnica. E
foi na vontade que aquele grupo chegou longe e surpreendeu o mundo,
protagonizando uma sensacional partida nas quartas de final de parar o coração.
Quatro anos depois, algumas mudanças. A base é a mesma, mas
alguns jogadores – a maioria devido a elevada idade – deu lugar a outros
compatriotas. E alguns jogadores que foram importantíssimos naquela Copa e
seguem entre os convocados ainda hoje – caso de Diego Forlán – estão longe do
auge. Por outro lado, outros estão mais perto deste – caso de Suárez.
Nas últimas cinco partidas o Uruguai somou duas vitórias,
dois empates e uma derrota. Nestas partidas, atuou bastante em um 4-2-2-2 – com
dois meias mais recuados e dois mais avançados e abertos – podendo variar para
um 4-4-1-1, dependendo das peças em campo. Com Forlán jogando, como foi o caso
do recente empate em 1 a 1 contra a Áustria, o técnico Oscar Tabárez optou por
recuar um pouco seus alas, deixando Forlán jogar atrás do centroavante. Já com
Cavani fazendo companhia a Suárez na frente, os alas têm mais liberdade para
subir e Cavani joga mais à frente, mais como atacante, menos como trequartista
(como faz Forlán).
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11 Titular vs Áustria |
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11 Titular vs Jordânia |
Acima, podemos notar ambos os esquemas: o primeiro o 4-4-1-1 utilizado no jogo supracitado, o segundo o 4-2-2-2 utilizado nos dois jogos anteriores (vitória por 5 a 0 e empate em 0 a 0, ambos frente a Jordânia, valendo a vaga na Copa). É importante frisar não só a constante movimentação de Cavani e Suárez, como dos alas de Tabárez. No caso, ele optou por Cristian Rodríguez e Christian Stuani (atacante de origem), mas Gaston Ramírez é uma excelente opção.
• Costa Rica
Uma mera figurante, um
mero turista
Complicado falar o que a Costa Rica vem fazer ao Brasil. Os Ticos já tiveram alguns jogadores de
relativo reconhecimento perfilando sua camisa. Talvez o mais lembrado seja
Paulo Wanchope (ex-West Ham, Manchester City e Málaga), mas Walter Centeno e
Mauricio Solís também fizeram seus nomes. Hoje, porém, o único jogador mais
experiente que tem certo reconhecimento é Álvaro Saborío, atacante de 32 anos.
Além dele, o país joga suas esperanças em jovens promessas como o goleiro
Esteban Alvarado (24, AZ), o defensor Bryan Oviedo (24, Copenhague), o meia
Celso Borges (25, AIK) e o atacante Joel Campbell (21, Arsenal). Para um grupo
tão complicado como esse, porém, as esperanças são pouquíssimas.
Em suas últimas cinco partidas, a Costa Rica
somou duas vitórias e três derrotas. Venceu México e Paraguai, perdeu para
Austrália, Chile e Coreia do Sul. Muito pouco para alguém que almeja surpreender.
E pior: consistência tática não parece ser o forte do treinador colombiano
Jorge Luis Pinto. Ele alternou entre o 3-4-3 (vs Austrália), o 4-4-1-1 (vs
Chile), o 4-4-2 (vs Coreia do Sul) e o 4-3-1-2 (vs Paraguai). E mesmo os onze
titulares variaram muito, em todos os setores – defesa, meio e ataque. Se é
complicado cravar uma equipe titular para a Costa Rica, por outro lado fica
fácil saber até onde eles vão na Copa do Mundo no Brasil. Acho difícil que consigam
voltar para casa com um ponto sequer conquistado. Muito difícil.
• Inglaterra
Com tantas caras jovens,
será que agora vai, English Team?
Roy Hodgson renovou a Seleção Inglesa. Hoje, os veteranos
são minoria, tais com Ashley Cole na defesa, Carrick, Gerrard e Lampard no meio,
Defoe e Lambert no ataque. Além dessa gradual renovação, depois de diversos
problemas no gol, Hart parece ser, enfim, o nome certo para a posição.
Hodgson manda a campo seu time normalmente postado em uma espécie de 4-4-1-1. Dos últimos cinco jogos (três vitórias e duas derrotas), o
único no qual a formação fugiu disso foi a derrota por 2 a 0 para o Chile, quando
o treinador optou por entrar no 4-5-1, com Rooney sozinho na frente. No esquema
anteriormente citado, o ídolo do United joga um pouco mais recuado, vindo de
trás e dando suporte para Sturridge, que deve ser a grande esperança de gols
dos ingleses na Copa.
Se há uma coisa que Roy Hodgson não pode reclamar é de não
ter boas peças a sua disposição. Em todos os setores, existem bons titulares e
reservas de qualidade – em sua maioria, como já citado, jovens. Na zaga Cahill
deve ser titular, com Jagielka a seu lado e a dupla Jones-Smalling fazendo
sombra. Na esquerda Baines e Ashley Cole brigam pela vaga, enquanto na direita
Glen Johnson terá a sombra de Kyle Walker. No meio Gerrard parece ser
unanimidade e nos quatro jogos no 4-4-1-1 teve quatro companheiros diferentes:
Lampard, Carrick, Cleverley e Wilshere. Todos boas opções. Henderson é outro
que pode aparecer por ali. Pelos lados dos campos, o jogador que mais ganha
chances é Townsend. Sterling, Oxlade-Chamberlain, Welbeck, Lallana, Jay
Rodríguez e Milner também podem jogar. No ataque, Rooney e Sturridge são
soberanos, mas Defoe e Lambert correm por fora, em especial pela vaga de
centroavante.
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11 Titular vs Dinamarca |
• Itália
Com Prandelli, Itália vai
a frente, mas retrospecto atual não anima...
Já faz tempo que a Seleção Italiana deixou para trás o rótulo
de só jogar de forma defensiva. Com Prandelli, o time faz coisas que torcedor
nenhum mais estava acostumado a ver. Repleta de nomes experientes, a Itália vem
forte para o Brasil, mas há um porém: nos últimos cinco jogos, nenhuma vitória.
Foram quatro empates (Dinamarca, Armênia, Alemanha e Nigéria) e uma derrota
(Espanha). Crise? Fim do bom futebol?
Se, anteriormente, falei na falta de sequência da Costa
Rica, o mesmo pode se aplicar a seleção italiana. Nas últimas cinco partidas,
Prandelli alternou entre QUATRO esquemas táticos: 4-4-1-1, 4-3-3, 4-3-1-2 e
4-5-1. Além disso, promoveu uma grande rotação entre os titulares, em especial
no meio-campo e ataque, mas também na defesa. Jogando sempre com quatro
defensores, sobram seis jogadores para meio e ataque. Pois bem, para essas seis
vagas, foram utilizados – como titulares – DEZESSEIS diferentes jogadores. Talvez isso explique um pouco o motivo pelo qual a equipe não venceu seus
últimos jogos.
Na defesa a rotação é um pouco menos intensa, mas é perceptível
também. Testes devem ser feitos, é claro. Mas nesse nível, tão perto da Copa?
Difícil saber o que passa pela cabeça de Prandelli.
Em minha análise classifiquei as tais seleções citadas abaixo:
1º Inglaterra
2º Uruguai
3º Itália
4º Costa Rica
• • •
Esta foi a quinta edição do Taticando na Copa, com Gabriel Avellar, comentando sobre o grupo D em que a Inglaterra passa fácil e Uruguai, junta a Itália, brigam pela segunda colocação do grupo. Divulguem este texto, vale a pena sempre ler sobre essa parte no futebol. Estimular a leitura sobre táticas enriquece conhecimento e é cultura!
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