2014 - e o sufoco - é logo ali: Relembre o ano do Coritiba (parte I)


O ano de 2014 acabou no futebol há menos de um mês e 2015 já começou para o lado do Alto da Glória. Alex se despediu e Vilson Ribeiro deu adeus ao cargo de presidente no dia 18 de dezembro. Rogério Barcellar, junto com a chapa Coxa Maior assumiu o Conselho Administrativo do Coritiba no próximo triênio. O comando técnico segue com Marquinhos Santos, que renovou contrato após a ida para o Vasco dar errado.

Mas enfim, deixemos os detalhes do futuro para depois e nos concentremos no passado nada distante do Verdão. Lembrar ninguém quer, só que não se pode julgar um ano/desempenho pelo fim, nem fingir que se livrar do rebaixamento é algo normal e motivo de sossego.

Vamos começar pelo começo.

Campeonato Paranaense: a frustração da não conquista do penta

O ano começou com a habitual esperança de algo melhor e o primeiro passo seria a conquista do pentacampeonato estadual, que não acontece desde a década de 70. O pontapé inicial foi dado no dia 19 de janeiro, fora de casa, contra o Maringá (que viria a surpreender na competição). O Coxa não estreou com o time principal e trouxe para casa uma derrota por 2 a 1 (o gol alviverde foi marcado pelo Bartola, lembram dele?) e uma estreia nada boa.

Na rodada seguinte, um empate sem gols contra o Arapongas colocou o sinal de alerta na tabela e no desempenho Coxa Branca. Mas estava só no princípio, que problema poderia haver?

Na sexta rodada, o time principal entrou em campo pela primeira vez na competição e no ano. O adversário foi o Rio Branco e Alex completava seu jogo número 999 na carreira, porém, foi Geraldo quem roubou a cena ao entrar no segundo tempo e marcar os dois gols da vitória alviverde, no Couto Pereira. Contudo, apesar do placar de 2 a 0, a atuação Coxa Branca não foi das mais convincentes.

Alex completou o jogo 1000 com gol decisivo frente ao J. Malucelli e festa da torcida para celebrar a marca. Desta vez, houve domínio alviverde, apesar do placar magro.

Pouco depois, 11 jogos fecharam a conta do primeiro turno e, com cinco vitórias, três empates e o mesmo número de derrotas, o Coritiba se classificou em segundo lugar na tabela, com 18 pontos. Ah, o primeiro? Foi o Paraná Clube, com a mesma pontuação e um gol a mais. Pois é.

Com o regulamento novo, os oito melhores na classificação passaram para a fase do mata-mata. O Coritiba encarou no primeiro embate novamente o Rio Branco e, no Gigante do Itiberê, abriu vantagem vencendo por 2 a 0, gols de Alex.

Na partida de volta, no Couto, poderia até perder por 1 a 0, e foi esse  o marcador que o adversário conquistou até a etapa complementar, mas Keirrison e Alex (sim, de novo ele por aqui), com um golaço de falta, se encarregaram de virar para 2 a 1 e colocar o Cori nas semifinais.

Nada parecia empolgar como em Paranaenses anteriores, contudo, o time caminhava e isso mascarava esta percepção.

Não por muito tempo. 

Eis que veio o Maringá, o caçulinha do Estadual com o melhor ataque do campeonato e torcida empolgada. O Willie Davids foi palco do jogo de ida e do passeio do time da casa que marcou dois gols ainda no primeiro tempo e só não fez mais um por vacilo. O Coxa só diminuiu o placar no apagar das luzes e, pressionado levou a decisão para o Couto.

Em Curitiba, o alviverde não se impôs e arrancou apenas um empate por 1 a 1, insuficiente para se classificar para a final. O desejo do penta se encerrava ali, no dia 30 de março e começava então a certeza de que 2014 não seria nada fácil.

O Maringá disputou o caneco da centésima edição do Campeonato Paranaense com o Londrina, que conquistou o título.


Copa do Brasil: eliminação difícil de engolir

A essa altura, Dado Cavalcanti já não fazia mais parte do clube, após a eliminação no Campeonato Paranaense. Tcheco então assumiu provisoriamente o comando técnico.

Antes de imaginarmos que o ano seria do futebol mineiro, demos a largada na Copa do Brasil em 13 de março, contra o Cene - MS, lá na casa deles. E definitivamente não foi a estreia dos sonhos.

O Coritiba começou meio desorganizado e levou o primeiro gol ainda no primeiro tempo. A desvantagem acordou o time, que chegou ao empate com Roni e, logo nos minutos iniciais do segundo tempo virou o placar com Júlio César. A soma era positiva, tendo em vista os gols fora de casa. Contudo, o anfitrião conseguiu empatar e levou a decisão para a jogo da volta.

No Couto, Celso Roth estreou como treinador. A vantagem ainda era Coxa Branca, já que um empate sem gols daria a vaga ao paranaense. E parecia que era esse o resultado que tentavam administrar, pois até os 19 minutos da etapa complementar não houve rede balançada para nenhum dos lados, até que Julio César abriu o placar e encaminhou a classificação que se confirmou com gol no ângulo de Carlinhos, pouco depois.

Na segunda fase, duas semanas depois, o Caldense foi o adversário e novamente o primeiro jogo era na casa adversário e o Coritiba tinha agravante de estar há duas partidas sem marcar gols (o Brasileirão já havia começado, mas isso é outra história). 

No entanto, Jajá estava entrando em campo pela primeira vez com a camisa do alviverde e acabou sendo o nome do jogo, ao marcar um golaço de fora da área logo no primeiro minuto de partida. Mais tarde, deu um excelente passe para Robinho carimbar o segundo do Coxa e encaminhar o time para a terceira fase da competição. Contudo, Carlinhos criou expectativa frente ao marcador, quando fez pênalti e acabou expulso. Felizmente, Vanderlei evitou o gol que mudaria a história do jogo. E, apesar de ter jogado com um a menos por mais de 45 minutos, o Coxa segurou o placar e eliminou a volta.

A etapa seguinte só se realizou depois da Copa do Mundo, em agosto. Assim, o Coxa recebeu o Paysandu em meio às celebrações do título Brasileiro de 1985 e deu mais motivos para a torcida comemorar com a vitória por 2 a 0 (gols de Zé Love e Keirrison) e ter novamente vantagem para o jogo de volta.

Em Marabá, tudo aconteceu no segundo tempo. Robinho abriu o placar e tudo parecia estar tranquilo, mas o Paysandu acordou e em um intervalo de dois minutos virou o marcador e assustou o Coxa, que torceu para que o jogo se encerrasse logo, e, ainda bem que foi isso que aconteceu.

Paralelo Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro seguia e a situação era péssima, o que levou à demissão de Celso Roth e a contratação/volta de Marquinhos Santos.

Eis que chegam as oitavas de final. No sorteio o Flamengo é definido como adversário. Em casa, o Coritiba foi superior ao time misto do rubro-negro e mostrou que a noite era mesmo alviverde. Zé Love comandou o domínio e fez gol de pênalti, mas antes, Luiz Antônio (contra) já havia abrido o marcador e Leandro Almeida ampliado. Luxemburgo se viu perdido diante de tudo isso, acabou queimando as substituições e passou sufoco com jogadores machucados. 

Enfim, a classificação parecia certa, afinal, o time carioca precisaria devolver o placar para levar para os pênaltis. Mas foi o que aconteceu. Parecia inacreditável.

Alecsandro (2) e Eduardo marcaram os três gols (e haja a mãozinha do árbitro nisso tudo, o que tornou a derrota pior ainda). 

Hora das penalidades e aí meus amigos, era questão de sorte. Sorte e pontaria, porque o negócio não foi fácil.


Vanderlei fez a parte dele e defendeu por duas vezes, o que reacendia a esperança em cada uma delas. Contudo, no entanto, porém, todavia (sim, tudo isso mesmo), Zé Love, Helder, Dudu e Carlinhos bateram mal e deram chances ao goleiro ou mandaram para fora. 

O Coritiba foi eliminado tendo uma vantagem inicial de TRÊS gols. É difícil dizer se a revolta maior foi com a arbitragem ou os batedores dos pênaltis.

(Todas as fotos são de divulgação do Coritiba)
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Para ler a segunda parte da retrospectiva, com o desempenho no Campeonato Brasileiro, clique aqui.
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Autor: Geane

Paranaense, 21, quase jornalista. Amante da escrita e do Coritiba Foot Ball Club. Blogueira futebolística.
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