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O tão esperado título de 2014 não veio. Mas 2015 traz possibilidades melhores (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net) |
Ainda bem que demorei para escrever sobre o jogo de quarta-feira. A tristeza era tanta que o texto seria tão melancólico quanto um discurso fúnebre. O meu caso era ainda pior: aquela seria a última vez em que eu veria Rogério Ceni atuar ao vivo em partidas oficiais, já que não poderei ir ao Morumbi domingo. Na primeira vez em que fui ao templo sagrado, em 2001, Ceni já era titular e capitão do São Paulo. Felizmente, a tristeza relacionada a tudo isso praticamente sumiu: o goleiro anunciou que permanece no clube em 2015, a princípio para jogar apenas até o término da Libertadores. Que notícia sensacional. Mas isso é assunto para ser aprofundado em outro post.
A partida que resultou na eliminação teve tudo que dela se esperava: muito nervosismo, um adversário fechado e bem postado, o Morumbi cheio - ainda que o público de 45 mil tenha sido um pouco decepcionante -, a torcida apoiando o time o tempo todo. A forte chuva que caiu em São Paulo horas antes do jogo - e também durante alguns minutos da partida - contribuiu para deixar o clima mais tenso.
Mas não nos atenhamos à partida em si. Ela já foi suficientemente traumática, não precisamos recordar os lances que, no fundo, queremos apenas esquecer. É importante que se discuta a respeito das razões dessa eliminação. É claro que o Atlético Nacional tem muitos méritos, sobretudo devido ao jogo de ida, no qual foi infinitamente superior e poderia ter vencido por mais do que 1x0. Mas os erros cometidos pelo São Paulo devem ser analisados e corrigidos. Afinal, temos o tetracampeonato da Libertadores para buscar em 2015.
1) Desgaste dos titulares
Falou-se muito, não à toa, sobre o cansaço do time nos últimos meses. Era nítido que alguns jogadores estavam esgotados e Muricy insistia, mesmo assim, em usar os titulares praticamente sempre. Ainda que alguns atletas tenham sido poupados no último jogo do Brasileirão, contra o Santos, a rotação do elenco não foi feita da forma que deveria e pode ser que o preço disso tenha sido a eliminação. Talvez, se os jogadores estivessem mais inteiros, o São Paulo teria sido mais intenso na partida e, sobretudo, mais eficiente, deixando de desperdiçar tantas oportunidades. Com o péssimo calendário organizado pela CBF, o desgaste é inevitável e Muricy precisa usar mais os reservas.
2) Demora nas substituições
Mais um erro que vem sendo cometido por Muricy há tempos. O treinador reluta demais em realizar alterações, insistindo em jogadores que não estão bem nas partidas ao invés de colocar atletas descansados que podem ser muito mais úteis. Na partida de quarta-feira, o técnico fez apenas duas substituições - Pato nem sequer entrou -, sendo que a primeira delas ocorreu apenas aos 35 do segundo tempo. Falta ousadia a Muricy. Essa demora em mexer no time é característica antiga do treinador e dificilmente veremos alguma mudança nesse aspecto, mas a esperança é a última que morre.
3) Ordem dos cobradores
Não, eu não fiz este item para colocar a culpa em Kardec. O atacante deu um tremendo azar ao escorregar - vale lembrar que o campo estava molhado. Mas não colocar Rogério Ceni para cobrar o primeiro pênalti, o que sempre ocorreu, foi um erro monumental. E pior ainda foi escolher alguém que havia jogado apenas dez minutos para inaugurar a série. Estava na cara que isso não daria certo. A probabilidade de qualquer atleta desperdiçar a cobrança nessas condições não seria pequena, e converter o primeiro pênalti é essencial para dar confiança ao resto do time. Era indispensável que abríssemos a disputa com Rogério ou Luís Fabiano.
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