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| Na foto, temos o personagem da partida - e também Paulo Henrique Ganso (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net) |
Fui ao jogo com alguns amigos e o pai de um deles. Este, que frequenta o Morumbi há mais de 30 anos, disse que nunca havia presenciado tamanha revolta da torcida com a arbitragem em um jogo - e ontem tinham 'apenas' 22 mil pessoas nas arquibancadas. Não é novidade para ninguém que muitos jogos no Brasil são influenciados diretamente pelos árbitros e ontem não foi diferente. Eu não sou adepto de nenhuma teoria da conspiração, não acho que tenha existido intenção premeditada de prejudicar o São Paulo - até porque houve erros para ambos os lados -, mas, infelizmente, acabou sobrando para nós ontem.
A vitória era essencial para que pudéssemos seguir sonhando com o hepta brasileiro. O Inter vinha desfalcado de Aránguiz, Willians e D'Alessandro, três de seus principais jogadores, o que torna ainda mais doloroso o fato de termos deixado a vitória escapar. Muricy optou por Lucão na zaga, decisão que ainda foge da minha compreensão, deixando Antônio Carlos no banco mais uma vez. Fomos a campo com Rogério; Hudson, Lucão, Edson Silva, Michel Bastos; Denilson, Souza; Ganso, Kardec, Kaká; Luís Fabiano.
O São Paulo começou bem, sufocando o Inter e controlando o jogo, mas, como de praxe, isso durou pouco. Quando já conseguia equilibrar o jogo, o time gaúcho teve uma falta que originaria uma confusão enorme e daria início à 'excelente' atuação da equipe de arbitragem. Alex levantou na área e, após desvio de Bertotto, o zagueiro Paulão, 1 km impedido, abriu o placar. Um impedimento escandaloso, absolutamente claro, não marcado pelo bandeira. E pudemos ver novamente que o assistente que fica atrás do gol não serve para nada; ele tinha a obrigação de confirmar ao juiz que o desvio havia sido do jogador do Inter. A revolta de Rogério não adiantou em nada e o gol foi validado.
Os minutos que sucederam o gol foram, talvez, os piores de um juiz no ano. Héber Roberto Lopes viu o Inter cometer inúmeras faltas e parecia ter esquecido os cartões no vestiário. Mas só parecia: quando Kaká reclamou, levou amarelo. Quando Ganso reclamou, também foi amarelado. E quando Rogério reclamou no intervalo, adivinhem só: mais um amarelo. Estava na cara que Héber já havia perdido o controle do jogo - e a culpa era toda dele. Além das faltas, o time colorado fazia cera desde que abrira o placar e, novamente, o juiz fingia que não via. Patético.
Arbitragem à parte, o São Paulo podia ter saído com a vitória. Para o nosso azar, porém, o goleiro Alisson estava muito inspirado e foi o grande responsável do Inter por impedir que conquistássemos os três pontos. Ele só não pode fazer nada em um único lance, no começo segundo tempo: cruzamento de Hudson pela direita e Luís Fabiano, sempre ele, mandou para as redes. O camisa 9, aliás, fez uma ótima partida, levando Muricy a garantir sua titularidade no clássico de domingo contra o Palmeiras. Não apenas pelo gol mas pelo bom jogo como um todo, Luís Fabiano foi o melhor em campo pelo São Paulo. Destaque também para Denilson, que fez outra boa partida.
Infelizmente, os destaques negativos não foram poucos. Kaká e Kardec foram muito mal, errando praticamente tudo o que tentaram fazer na frente. Paulo Miranda, que entrou devido a uma lesão sentida por Lucão, conseguiu matar o torcedor de susto várias vezes jogando apenas alguns minutos. E, por fim, Muricy Ramalho. Não dá para entender a resistência que o treinador tem a substituir antes dos 30 minutos do segundo tempo. Estamos perseguindo o líder no campeonato, precisávamos a qualquer custo da vitória, Kaká e Kardec estavam péssimos e ele não tomava nenhuma atitude. Essa teimosia custou caro, pois poderíamos ter conseguido algo diferente no jogo com a entrada menos tardia de jogadores descansados. Além de Lucão, Hudson também teve de sair, dando lugar a Auro, e apenas Osvaldo entrou por vontade do comandante - faltando cinco minutos para o fim do jogo. Isso não é atitude de um treinador que já foi quatro vezes campeão brasileiro - três delas pelo São Paulo - e busca o quinto título,
O título passou a ser praticamente impossível. Dificilmente o Cruzeiro vai desperdiçar muitos pontos nas rodadas restantes e temos que focar totalmente na Copa Sul-Americana a partir de agora. O jogo de ida das semi-finais contra o Atlético Nacional, na Colômbia, acontece já na próxima quarta-feira. Nós precisamos desse título. Rogério Ceni precisa desse título.

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