No segundo texto do projeto do C11: Taticando focado na Copa do Mundo de 2014, vamos falar do grupo G, composto por Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos.
Alemanha
O talento, a técnica e a execução do 4-2-3-1:
O esquema tático base dos comandados de Joachim Low é o 4-2-3-1, que coletivamente apresenta linhas próximas, gerando compactação, movimentação por parte de seu quarteto ofensivo, volantes marcando e saindo pro jogo para participar das ações ofensivas, posse de bola, e marcação avançada para recuperar rapidamente a posse de bola. Enfim, execução perfeita do 4-2-3-1 dentro de suas inúmeras características e variações possíveis.
O elenco é recheado de opções, mas Thomas Muller, Mesut Ozil, Marco Reus e Klose devem formar de início na Copa o quarteto ofensivo do 4-2-3-1, com muita técnica, mas os excelentes Kross e Mario Gotze podem pegar também vagas, enquanto que Khedira - caso se recupere a tempo -, e Schwensteiger devem formar a dupla de volantes que marcam e saem pro jogo, já que Gundogan está fora da Copa.
Outra possibilidade ofensiva é o uso do falso nove no lugar de Klose, o que permite mais movimentação ofensiva, e mais aberturas de espaços para infiltrações de jogadores vindos de trás. Muller e Gotze costumam jogar nessa posição.
Outra possibilidade ofensiva é o uso do falso nove no lugar de Klose, o que permite mais movimentação ofensiva, e mais aberturas de espaços para infiltrações de jogadores vindos de trás. Muller e Gotze costumam jogar nessa posição.
Na defesa, Lahm e Schmelzer devem formar as laterais, embora o primeiro citado possa surgir jogando no meio de campo como vem ocorrendo no Bayern de Munique - o lateral direito foi usado no amistoso contra o Chile como volante -, Boateng e Mertesacker devem formar a dupla de defesa - mesmo sendo lenta, o que pode gerar problemas.
O elenco é o melhor entre todas as 32 seleções, mas até mesmo o próprio treinador disse que a seleção alemã não é perfeita, erros coletivos e individuais podem até comprometer uma bela atuação, e a classificação.
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Flagrante tático do posicionamento do 4-2-3-1 alemão, esquema tático dos comandados de Joachim Low que deve predominar na Alemanha dentro das 4 linhas. |
Portugal
A liberdade de Cristiano Ronaldo em campo pode ser a chave da classificação, ou não:
A Alemanha deve vir à Copa jogando no sistema de 4-3-3, que, por sua vez, pode também formar duas linhas de quatro na transação defensiva, com o recuo do ponteiro direito (Nani) para compôr o meio de campo, e juntar o capitão Cristiano Ronaldo na frente ofensiva junto do centroavante, Hugo Almeida, provavelmente.
Miguel Veloso inicia a saída de bola se aproximando dos zagueiros para oferecer opção de passe, soltar os laterais para o apoio, se posicionando bem abertos. Os outros dois volantes do 4-3-3 saem mais para o jogo, aparecendo pelos flancos e perto da área.
Cristiano Ronaldo tem a liberdade de movimentação para armar, infiltrar e se posicionar aonde quiser, da esquerda para a direita, da direita para o meio, enquanto que os jogadores Portugueses dão opção de passes ao capitão.
Mas depender de Cristiano Ronaldo é arriscado, é necessário outra estratégia coletiva para se obter a vitória e a classificação para a próxima fase da Copa.
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O 4-3-3 português que deve vir a Copa. |
Gana
A azarada, que pode até incomodar devido ao vigor físico:
O ponto forte da maioria dos times africanos é o vigor físico, o bom preparo dos jogadores que os faz muita vezes terem mais energia que os demais jogadores. A Gana pode se impor assim, mas a tática
O esquema tático é o 4-4-1-1, duas linhas de quatro, que busca se defender, fechar os espaços, e apostar no contragolpe, a transação rápida com a bola no pé.
Entre os valores individuais, temos Kevin Prince Boateng, que pode ser tanto um dos volantes, como um dos meias mais a frente. Os jovens Andre Ayew, Kwadwo Asamoah, e os experientes Essien e Muntari, na frente, Gyan pode até incomodar.
Mas, mesmo assim, pela inferioridade técnica em relação as outras seleções do grupo, a Gana é favorita a ser a lanterna do grupo.
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Flagrante tático do 4-4-1-1 da Gana. |
O bem postado time americano de estilo alemão pode incomodar:
Jurgen Klismann arrumou a seleção americana e a fez se classificar para a Copa, montando um time ofensivo, compacto e organizado, do estilo alemão que foi semifinalista em 2014.
O esquema tático é o 4-4-1-1, mas que também pode ser um 4-4-2, com as famosas 2 linhas de quatro. Marcação por zona, deslocamento de linha conforme o lado da bola, fechamento de linhas de passe e marcação avançada são características estratégicas coletivas dos americanos, bola no pé, ultrapassagens e velocidade na transição, com a qualidade de Dempsey e Bradley no meio de campo, e Donovan e Altidore definindo na frente.
Um problema coletiva são as linhas de marcação avançadas, próximas, mas distantes do próprio gol, que procuram estreitar o espaço de jogo e abafar o toque de bola adversário num espaço curto, lançamentos em diagonal no limite da linha de defesa podem fazer com que os americanos sofram.
Quem passa?
Nenhum confronto será fácil, o grupo é disputado, mas superioridade técnica de Alemanha e Portugal pode definir a classificação de ambos, enquanto que a organização tática dos americanos pode incomodar. Gana corre por fora.
O líder do grupo acredito que seja a Alemanha, Portugal em segundo, e Estados Unidos em terceiro - mas nem com tanta diferença de pontos em relação a Portugal -, e Gana na lanterna.
Na ordem, os classificados na simulação:
1º Alemanha
2º Portugal
3º Estados Unidos
4º Gana
Este foi a segunda edição do Taticando na Copa, com Diogo Ribeiro, comentando sobre o grupo G em que Alemanha e Portugal passaram com pouca dificuldade na simulação. Fique ligado nos próximos textos e divulguem esta coluna aos amigos!
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