Campeonatos Estaduais - O último que sair apaga a luz |
O Bahia jogará em 2014 o Campeonato Baiano, a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a Copa Sulamericana. Num ano em que teremos Copa do Mundo no Brasil, ou seja, um mês a menos no calendário. Mais do que nunca, o discurso do Bom Senso FC sobre os ajustes das datas do futebol brasileiro precisa ser posto em prática. A primeira forte consequência prática desse arrocho no calendário está acontecendo desde 2013: a morte dos campeonatos estaduais. O Atlético-PR jogou o estadual de 2013 com o time sub-23, e foi até a final. O planejamento deu certo e o Furacão fez uma bela campanha no brasileiro. E então, acendeu uma lâmpada nos outros times: “Nós também podemos”.
Botafogo, Flamengo, Atlético-MG já confirmaram que jogarão os estaduais em 2014 com reservas ou juniores. Outros clubes da Série A já sinalizam nesse sentido. Por aqui, Bahia e Vitória só entrarão na segunda fase do estadual, dia 09/02, uma vez que a Copa do Nordeste começa em 19/01. As fases semi-final e final do Nordestão e quartas, semi e final do Baianão começam a embolar na metade de março. Caso os times baianos cheguem longe nas competições, o sacrifício será grande. Decisão atrás de decisão.
Os campeonatos estaduais são deficitários para os grandes clubes, mas muitas vezes são a salvação da lavoura para os menores. A saída dos grandes prejudica os pequenos, uma vez que o torcedor e a TV perdem (ainda mais) o interesse no campeonato. Em bom português, será menos dinheiro nos cofres dos clubes.
A Federações tentam pressionar os clubes para que revejam essa posição mas não têm o poder de obrigá-los a irem completos para o estadual. Argumentos vazios surgem como “é uma chance de título, já que no Brasileiro só disputam 3 ou 4”. Puro mimimi.
Da perspectiva do clube e parte dos jogadores, é perfeitamente justificável o desdém com os estaduais e o calendário nacional:
- Estadual dá prejuízo.
- Campos medíocres como o Adauto Morais, em Juazeiro, são verdadeiros pastos em que clubes e jogadores preferiam passar longe.
- Jogadores têm suas carreiras prejudicadas com tantas lesões, em decorrência da fadiga ocasionada pelo excesso de jogos e viagens.
- Os clubes não têm nenhum período livre para, por exemplo, participar de torneios internacionais e divulgar sua marca.
- Por começar e terminar em período diferente dos campeonatos nacionais europeus, o Brasileirão sofre uma devassa na janela de transferência européia, com seus grandes destaques sendo vendidos no meio da disputa. Detona qualquer planejamento.
A mudança é drástica mas precisa ser realizada. E logo. Com tantos torneios acontecendo ao mesmo tempo, os grandes precisam estabelecer o que é prioridade. E é óbvio que a parte mais fraca da corrente é o campeonato estadual. Se até a Copa Sulamericana é colocada de lado pelos clubes que estão brigando por algo no Brasileirão, por que os estaduais seriam perdoados?! A volta da Copa do Nordeste foi um excelente ganho para todos os times do nordeste e deve sim ser a prioridade. É um campeonato mais difícil, que dá parâmetros reais sobre em que nível se está para disputar o nacional, o que não acontece com o estadual. Além do mais, dá vaga à Sulamericana. Mas acabar com o estadual é, em outro nível, desempregar muita gente e quase extinguir alguns clubes, que só tem esse campeonato para disputar. É uma equação difícil. José Maria Marin tem uma oportunidade em suas mão de se imortalizar no futebol brasileiro, não por suas recorrentes gafes, mas por um grande feito. Pode ter também uma bela bomba no colo. Uma greve dos jogadores (como ameaça o Bom Senso FC) no “país da Copa”, para o mundo todo ver, não seria nada interessante. Com a palavra, a CBF.
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