O maior adversário do São Paulo, de novo, foi ele mesmo


O jogo foi fraco e deixou o São Paulo desfalcado para o próximo jogo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)



O cenário para um jogo difícil já estava desenhado desde o início. A começar pelo fato de o jogo ser contra a Chapecoense, teoricamente uma das equipes mais fracas do campeonato. Para qualquer time normal isso seria uma vantagem, mas o São Paulo, inexplicavelmente, torna isso um problema. Além disso, as ausências de Luís Fabiano, Pato e Michel Bastos reduziram bastante as opções ofensivas de Muricy Ramalho na partida. Já era de se esperar que o São Paulo se complicasse hoje.

O treinador, surpreendentemente, escolheu Ewandro para acompanhar Kardec no ataque. Dada a má fase recente de Osvaldo, a aposta do treinador foi válida. O meio-campo foi o tradicional, com Denilson, Souza, Kaká e Ganso. Na defesa, Paulo Miranda ganhou a vaga de Hudson na lateral-direita, infelizmente. Rogério, Toloi, Edson Silva e Alvaro completaram o sistema defensivo do time.

Desde o início do jogo, a Chapecoense tomou a iniciativa e pressionou mais. A dificuldade de criação do São Paulo era incrível e isso só melhorou levemente na segunda etapa, quando Kaká - que fez péssima partida - passou a se aproximar mais de Ganso. Nos primeiros 45 minutos, o camisa 10 ficou muito preso ao lado direito e praticamente não apareceu no jogo, enquanto Kaká atuou aberto pela esquerda e não conseguiu dar sequência às jogadas que tentou. Tomamos alguns sustos do time catarinense mas conseguimos segurar o empate - que já parecia ser um bom resultado, dadas as circunstâncias.

No intervalo, Muricy lançou Osvaldo e sacou Ewandro. O garoto não fez boa partida, mas não pode ser culpado pela má atuação do time. Se Kaká e Ganso estavam mal, é justo que se cobre alguma coisa do menino? Com a entrada de Osvaldo, Kaká foi centralizado e ficou notável que, quando o meia joga próximo a Ganso, a qualidade ofensiva do time aumenta. Mesmo melhorando no jogo, a equipe não conseguiu criar mais do que duas jogadas de perigo e obrigou Muricy a fazer mais uma alteração. O treinador colocou Boschilia no lugar de Kaká, e provavelmente um dos motivos da mudança foi a menina que gritava escandalosamente todas as vezes em que Kaká pegava na bola. Para a tristeza dos telespectadores, porém, ela continuou gritando após a saída do camisa 8.

A vida de Boschilia não é fácil no São Paulo. O jovem tem destaque nas seleções de base, faz boas partidas quando entra e, mesmo assim, Muricy não lhe dá muitas chances. Talvez porque o treinador não goste de jogadores com a sua personalidade - Boschilia aparenta ser bastante 'estrelinha' - mas isso não justifica o reduzido número de jogos do garoto. Poucos minutos depois de sua entrada, Paulo Miranda cometeu falta em contra ataque da equipe de Chapecó e tomou o vermelho direto. A arbitragem errou três vezes no lance: o jogador que sofreu a falta estava impedido ao receber o lançamento, Paulo Miranda não era o 'último homem' e a falta nem sequer ocorreu. A expulsão do jogador, pelo menos, poupou-nos de ter que vê-lo jogar até o fim - ele havia, minutos antes, cedido um contra-ataque que resultou no terceiro cartão amarelo de Toloi, fora do próximo jogo. Para arrumar o time após o ocorrido, o técnico lançou Hudson no lugar de quem? Boschilia. Coitado do garoto.

Os últimos minutos ainda foram tensos, como se já não bastasse o péssimo jogo que estávamos assistindo até então. A Chapecoense pressionou e insistiu no jogo aéreo, com o qual todo são paulino que se preze tem pesadelos constantes. O São Paulo teve a chance de sair com a vitória, quando Osvaldo fez ótima jogada e cruzou na cabeça de Kardec, livre. O atacante, porém, cabeceou longe do gol e tivemos que nos contentar com o empate. Fim de jogo, nenhum gol no placar e a sensação de que a noite poderia ter sido pior. Pelas circunstâncias do jogo, poderia mesmo.

Rogério Ceni poderia ter batido mais um recorde hoje. Quando achamos que não há mais marcas para o goleiro superar, somos sempre surpreendidos. Caso o São Paulo tivesse obtido a vitória, o capitão seria o jogador com mais vitórias por um time, superando o galês Ryan Giggs, que tem 590 vitórias atuando pelo Manchester United. Seria o quarto recorde mundial do goleiro, que já é o atleta que mais vezes atuou por um time, o jogador que foi mais vezes capitão de uma equipe e, claro, o maior goleiro-artilheiro do mundo. Infelizmente, esse quarto recorde ficou para o próximo jogo, contra o Goiás, no Morumbi. A partida ocorrerá na segunda-feira, por conta das eleições. Além de Toloi, Kaká também levou o terceiro amarelo e está fora do jogo. Esperamos que dessa vez o São Paulo consiga superar seu maior adversário, que é o próprio São Paulo. E que adversário complicado.


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Autor: Victor Castro

Apaixonado por futebol acima de tudo, são paulino fanático desde criança, estudante de engenharia na Poli-USP e fã de Iron Maiden. Escrevo no C11.
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