O apito final machucou lá no fundo

Uma imagem vale mais que mil palavras (Foto: Bruno Alencastro/Agência RBS)


Eu passei a última semana, e sei que foi da mesma forma com muitos outros colorados, sem tirar a cabeça de um dos jogos mais importantes da história recente do Internacional. E este jogo foi o de hoje, contra o Cruzeiro.

Era uma final. Conversei com um cruzeirense que me disse que eles também estavam tratando a partida como final. Não à toa, mais de 50 mil celestes estiveram presentes no Mineirão.

Abel Braga modificou a equipe que vinha atuando nos últimos jogos, e não só com a entrada de Valdívia no lugar do lesionado Sasha, mas também com a entrada de Willians na vaga de Alex, mudando bastante a forma de jogar da equipe, e dando mais liberdade a Aránguiz. Já é sabido, pelo menos por nós, colorados, que Aránguiz rende infinitamente mais como segundo volante do que como meia de ligação. O time havia encntrado um ótimo sistema de jogo, mas Abel mexeu, ao meu ver, de forma altamente precipitada. Sei que o jogo era fora de casa e contra uma grande equipe, e por isso uma forte marcação é essencial. Mas aí eu te pergunto: por que a marcação do Inter foi a bosta que foi no primeiro tempo de jogo?

Não houve pegada. Os jogadores do Inter pareciam estar numa "zona de conforto", enquanto do outro lado tinham 11 jogadores dando o máximo, como se estivessem numa verdadeira final. O Cruzeiro marcou em cima, sufocou o Inter, enquanto a nossa marcação foi frouxa e extremamente recuada.

Um lance que me chamou bastante atenção foi quando Mayke, lateral direito do Cruzeiro, recebeu uma bola no centro do campo e foi a carregando, com ridícula facilidade, até ao interior da área do Inter, quando, aí sim, a zaga passou a cogitar que poderia, talvez, pensar na possibilidade de pressionar, de dar o bote.

Aos 19 minutos de jogo, Aránguiz cometeu uma cagada que nos custou o Campeonato Brasileiro. Ele ficou com a bola perto da meia-lua da área do seu time, após o ataque adversário, quando ainda haviam jogadores de azul dentro da área. E então ele resolveu parar para pensar em onde poderia tocar. Se virou para um lado, e se deparou com o terrível jogador Willians. Pensou: "Não, esse cara é muito ruim...". Virou para o outro lado e viu Gilberto livre, porém parou e ficou sem fazer nada. Perdeu a bola e Willian teve calma para deixar Marcelo Moreno em plenas condições de abrir o marcador. Cruzeiro 1 a 0.

Com 34 minutos de partida, Marquinhos recebeu a bola S-O-Z-I-N-H-O , por trás dos zagueiros do Inter, dentro da área, após cruzamento de Éverton Ribeiro pelo lado esquerdo de seu ataque. 2 a 0. 

Assim acabou a primeira etapa, e com o Cruzeiro tendo 8 finalizações contra 2 do Inter, sendo que uma delas foi, na verdade, uma tentativa de cruzamento do Valdívia.

Abel promoveu a entrada de Alex na vaga de Wellington no intervalo, mas também deve ter mexido com o ânimo dos jogadores, que passaram a fazer um bom jogo, com muita pegada.

Não demorou muito para o Inter puxar bom contra-ataque com Valdívia e Alex sofrer falta na entrada da área. Após jogada ensaiada, D'Alessandro conseguiu boa finalização, onde o goleiro Fábio dividiu a bola com a trave e ela rolou, suavemente, sobre a linha do gol. A zaga conseguiu afastar. Clique aqui para ver o inacreditável lance. Ali pareceu que o Inter poderia empatar a partida e, quem sabe, num milagre, virar. 

Aos 10 minutos, Alex consegue uma pintura de fora da área. 2 a 1.

A partir daí o jogo serviu apenas para acabar com as unhas de quem ainda as tinha. Ficou chato e o Inter não conseguiu chegar ao empate. Destaque para o nosso camisa 11, do qual eu me recuso a citar o nome, que, aos 40 minutos do segundo tempo, com seu time precisando desesperadamente de um gol, preferiu fazer embaixadinhas de cabeça ao invés de buscar o ataque.

O campeonato acabou, amigos, e o campeão é o Cruzeiro. Busquemos, agora, vaga para a Libertadores 2015.


Notas:

Dida: 6,0; Seguro, recebeu muitas bolas pelo chão e não se atrapalhou.

Gilberto: 7,0; Foi seu melhor jogo desde as lesões de Wellington Silva e Cláudio Winck. Foi quem mais demonstrou vontade de vencer no time do Inter.

Paulão: 4,0; Falhou, junto com Juan e Fabrício, no lance do segundo gol do Cruzeiro. 

Juan: 3,0; Além de falhar no segundo gol, não fez jogo seguro.

Fabrício: 3,5; Buscou a frente, sem muita qualidade. Isto sem falar do segundo gol do Cruzeiro. Sou um grande defensor do seu futebol, mas hoje foi difícil...

Wellington: 3,0; Marcação pífia e saída de bola ruim.

Willians: 0,1; Marcação pífia e saída de bola HORROROSA.

Aránguiz: 2,0; Falhou de forma tenebrosa no primeiro gol do Cruzeiro e fez jogo mais ou menos.

D'Alessandro: 6,0; Jogou pela faixa central do campo, onde acho que é seu lugar. Buscou o jogo, mas foi limitado pela ruindade de seus companheiros.

Valdívia: 4,5; Correu muito, se esforçou muito, caiu muito no chão, e é feio demais.

Você sabe quem: -10; Só por ser ele, -5. Pelas embaixadinhas, mais -5.

Entraram:

Alex: 8,0; Pôs fogo no jogo e fez um golaço.

Leandro: Sem nota; Correu muito, mas esteve sempre no lugar errado. Nem sei se chegou a tocar na bola.

Alan Patrick: Sem nota; Entrou no finzinho, arriscou uma finalização, mas não foi o suficiente para avaliá-lo de forma justa.



Acompanhe o C11 nas redes sociais:
Meu Twitter pessoal: guilhermelnz














Compartilhar no Google Plus

Autor: Guilherme Zanco

Apaixonado por futebol em primeiro lugar; Colorado e escritor do C11. Além, fanático pelo Liverpool Football Club. Twitter: @guilhermelnz
    comentar com Facebook