Vaidades e brigas políticas prejudicam o Náutico

No ano da maior renda de sua história, fato que ficou mais evidente após a assinatura do contrato com o consórcio da Arena Pernambuco, ato que forçou a saída do Timbu do Estádio dos Aflitos, a torcida do Náutico acreditava na formação de um bom time, apesar da saída de alguns destaques do ano passado (Kieza, Rhayner, Araújo e Souza). Esperava-se que as peças perdidas fossem repostas à altura.

Porém, falando de forma bem "seca", o que se vê atualmente é um time TOSCO. Eu poderia falar "limitadíssimo" só porque é uma palavra mais bonitinha, mas a omissão não é algo sugerível nessas horas; a sinceridade é mais aconselhável. E os problemas não se refletem apenas dentro de campo. Fora dele, dirigentes desunidos, com suas briguinhas e vaidades políticas, estão prejudicando bastante o Clube Náutico Capibaribe. Também vale ser ressaltada a falta de transparência. Um bom exemplo de tal fato é a não-revelação dos valores das negociações de jogadores como Auremir (com o Vasco, em 2012) e Douglas Santos (com o Granada, da 1ª divisão espanhola, em 2013). Não se pode deixar de dar satisfação à torcida. Ela, sendo o maior patrimônio do Náutico, tem o direito de saber absolutamente tudo que acontece no clube, mas infelizmente isso não ocorre.

Coincidentemente (ou não), tudo começou a desandar depois de Daniel Freitas assumir o cargo de superintendente de futebol do CNC em janeiro. Ele não tinha deixado boas lembranças no Vasco da Gama. Em terras pernambucanas, a história não foi diferente. Causou intrigas e fez más contratações. Acabou sendo escanteado já no mês de maio, após a formação de um colegiado composto por 17 diretores cuja função era tomar conta do futebol alvirrubro, algo que culminou na demissão do diretor, anunciada em julho. Sua saída dividiu opiniões dentro da instituição. Depois, alguns membros começaram a deixar o colegiado e o grupo chegou à sua total dissolução no final de setembro. Segundo o líder André Campos, o motivo do fim do grupo foi o fato de Paulo Wanderley - presidente do Náutico - e Berillo Júnior - presidente do Conselho Deliberativo - tomarem algumas decisões sem consultar os dirigentes.

Daniel Freitas e o Colegiado Alvirrubro fizeram cosplay de MC Daleste: chegaram, mas já saíram fora.
(respectivos créditos das fotos: Aldo Carneiro/Pernambuco Press e Daniel Gomes)
Hoje, às vésperas das eleições presidenciais, o Náutico é uma terra de ninguém, é a "Casa da Mãe Joana". Paulo Wanderley e sua trupe, integrantes de uma gestão ineficiente e sem o devido planejamento, estão longe de ter a simpatia da torcida.

E agora? Quem poderá nos defender? O Chapolin Colorado! Bem, o futuro do Alvirrubro da Rosa e Silva está nas mãos dos seus sócios, que escolherão o próximo presidente do clube nas eleições do dia 15 de dezembro. É bem provável que o evento exponha ainda mais o racha dentro do Náutico. A oposição já anunciou sua chapa e a situação está prestes a informar a dela. Porém, cogita-se a formação de uma chapa do colegiado cujos membros (não todos, mas alguns) apoiaram a situação nas eleições de 2011. O mesmo colegiado fogo de palha, que apareceu como algo promissor e se afrouxou com o momento difícil da equipe timbu nas 4 linhas.

É por isso, senhoras e senhores, que o Timbu do Capibaribe encontra-se na parte de baixo da tabela do Brasileirão - "metaforizando", naquela camada embaixo do pré-sal - e com um jejum de títulos perto do seu 10º ano.
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Autor: Luís Francisco Prates

Náutico, Borussia Mönchengladbach e Benfica. Pernambucano, 20 anos, cristão e estudante de Jornalismo.
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