Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #2


Continuando com nossa série, após a estreia em 93, chegava a hora de Rogério Ceni conquistar um título de verdade. A conquista do Torneio Santiago Compostela pode ter sido o primeiro título da carreira do goleiro-artilheiro, mas qual a importância de um campeonato que se quer é oficial? Portanto, era ora do maior ser humano que o esporte já viu conquistar uma taça de verdade. A chance era a Copa Conmebol de 1994, uma versão da atual Copa Sul-Americana, com a diferença de ser um torneio que também não era muito valorizado na época pois não levava à lugar nenhum. Mas aquela edição em especial, foi de grande importância.


1994 – São Paulo 6x1 Peñarol – o primeiro título

(Reprodução blogsoberanoarruda.blogspot.com)

O Tricolor com um grande acúmulo de partidas graças à época de grandes conquistas, teve que jogar a competição com o time repleto de jovens jogadores da base, o famoso Expressinho. O time contava com outros jogadores que seriam importantes além de Rogério, como Juninho Paulista, Denilson e o comentarista coxinha que só foi citado porque trabalha na Globo, Caio Ribeiro. Ah, o técnico era ninguém menos que Muricy Ramalho.

A campanha começou com empates contra o Grêmio por 0 a 0, onde a vaga foi decidida nos pênaltis com vitória paulista (detalhe que Rogério já cobrava seu primeiro pênalti, convertido). Em seguida, o Sporting Cristal, com o primeiro jogo no Morumbi e o placar de 3 a 1 para nós. O empate na altitude de Lima de 0 a 0 foi o suficiente para conseguir o avanço para as semifinais. E foi logo contra o Corinthians. Em uma grande partida de Juninho, com um hat-trick e outro gol de Catê, a vitória no Pacaembu foi arrancada num grande 4 a 3. Na volta no Morumbi, a derrota por 3 a 2 forçou mais uma vez a  decisão por pênaltis. Quem brilhou foi a estrela do goleiro-ainda-não-artilheiro-porém-já-batedor-de-pênaltis, pegando duas cobranças. Deus já estava por ali.

O adversário da final era o gigante Peñarol, o maior time uruguaio e um dos maiores da América do Sul.

Coitados.

O Morumbi não recebeu um grande público naquele dia, apenas 5 mil presentes assistiram a partida, culpa das reformas que eram feitas no estádio. Mesmo assim, quem viu aquele jogo jamais vai esquecer aquela atuação. O primeiro gol até foi marcado pelos visitantes, graças ao veterano Pato Aguilera. A partir daí foi um massacre.

O time de garotos não se abalou com o gol logo aos quatro minutos e foi pra cima. Aos 41 do primeiro tempo, Caio Ribeiro marcou um gol e mostrou que não seria tão inútil quanto afirmado em algum dos parágrafos acima. O próprio voltou a marcar aos 30 do segundo tempo. Antes disso, aos 12 do segundo tempo, Catê viraria o jogo para o Tricolor. O garoto ainda marcaria mais dois gols e Toninho complementaria o placar. Caso você tenha se perdido, o placar final foi um incrível 6 a 1.

Todo mundo sabia que o título já era nosso, mas havia a necessidade de uma partida de volta. Os uruguaios até ganharam por 3 a 0, com dois gols de Martín Rodriguez e Darío Silva, mas ainda faltavam dois gols para poder pelo menos alcançar a disputa de pênaltis.


Final de jogo e o título era do Tricolor. A primeira Copa Conmebol do São Paulo veio graças a um time de garotos, liderados por um técnico que seria um dos maiores ídolos da história do time. O título de pouca importância na época viria a ser o único do gigante do Morumbi no ano. Além, é claro de revelar todos os jogadores citados acima, além é claro, do motivo do texto: ser o primeiro título oficial de Rogério Ceni.
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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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