Os melhores do mundo

Cristiano a frente de Messi e Neuer, pelo menos na imagem. Será essa a ordem?

Na próxima segunda-feira, dia 12 de janeiro, a FIFA realizará uma festa em sua sede na Suíça para premiar, junto com a revista France Football, o que aconteceu de melhor no ano de 2014. Na principal categoria, os sempre favoritos Cristiano Ronaldo e Lionel Messi disputam entre si e com o intruso alemão Manuel Neuer a desejada Bola de Ouro, que vem junta com a fama de melhor jogador do mundo. Entre os treinadores finalistas ao prêmio de melhor do ano, Carlo Ancelotti e Diego Simeone representam o dérbi madrilenho que decidiu a última Champions League; entretanto, Joachim Löw, campeão da Copa com sua seleção, também é forte candidato. E, que surpresa, o povo alemão também está presentes nas disputas para melhor jogadora e melhor treinador(a) do futebol feminino. 

Mas... e o Brasil? Bom, já vivemos dias melhores, porém nossa Marta não nos deixa ficar de fora das disputas novamente. Resta sim esperança.

Os prêmios mais aguardados são os de melhor jogador e melhor técnico e, em ano de Copa do Mundo, diversas polêmicas tomam conta das discussões sobre o tema. O torneio deve mesmo ter um peso grande no vencedor? Quem fez uma Copa ruim deve ser praticamente descartado? Essas são só algumas das perguntas que provocam a ira dos fãs nas redes sociais. Enfim, sem mais delongas, vamos aos candidatos:

Bola de Ouro masculina - os melhores de 2014


Já quatro vezes vencedor da Bola de Ouro, Lionel Messi é figurinha carimbada na premiação da FIFA – desde 2007 fica entre os três finalistas. Depois de um 2013 pra lá de conturbado, o argentino viveu grandes momentos em 2014, que lhe colocaram mais uma vez, de forma justa, entre os três melhores do mundo.


Em um Barcelona totalmente desorganizado, dentro e fora de campo, Messi foi mais uma vez o grande destaque culé. No primeiro semestre - que corresponde à segunda parte da temporada europeia -, Messi foi muito contestado por suas más atuações diante do Atlético de Madrid na Champions League. Ainda assim, quase levou o Barcelona ao título espanhol, perdido apenas na última rodada para os Colchoneros. A equipe catalã não contava com Neymar, machucado, além da má fase de Pedro e Alexis Sanchez. 

No segundo semestre, após a Copa e com o Barcelona tentando nova reformulação, Messi voltou a empolgar e quebrou todos os recordes que estavam ao seu alcance. No momento é o maior artilheiro da história do Barcelona, da liga espanhola, da Champions League e do clássico contra o Real Madrid.

Além disso, o que credencia mesmo Lionel Messi à conquista do prêmio é sua boa Copa do Mundo. Com uma Argentina desfalcada no ataque e com sérias limitações, ele guiou o time a uma inesperada decisão.


2014 foi simplesmente o melhor ano da carreira de Cristiano Ronaldo. Primeiro jogador a vencer todos os campeonatos que disputou por dois clubes diferentes, o português fez um caminhão de gols em 2014. Vencedor da Bola de Ouro em 2013, Cristiano é o grande favorito para vencer mais uma vez, mesmo fracassando na Copa do Mundo.

Beneficiado pelo excelente jogo coletivo do Real Madrid, Cristiano Ronaldo o grande destaque do time campeão europeu ao lado de Modric, Di Maria e Bale. Com gols extremamente importantes e quebrando o recorde de mais tentos em apenas uma edição de Champions League (17), CR7 retribuiu o carinho da torcida do Real Madrid com a tão desejada La Decima.

Na segunda metade da temporada, Cristiano adotou um posicionamento diferente, por suas limitações de trabalho defensivo. Porém, jogar mais próximo do gol pareceu só fazer bem ao português. Em apenas 16 jogos, ele já registra incríveis 26 gols e é artilheiro disparado da competição. Conseguiu mais dois títulos – Supercopa da UEFA e Mundial de Clubes -, totalizando quatro em 2014.

O ônus de Cristiano fica para a sua Copa do Mundo - único torneio em que o português foi mal, não conseguindo nem classificar sua seleção para a segunda fase. Se é possível pensar em um obstáculo entre o craque e a Bola de Ouro, este é a Copa.

Robben? Neymar? Bale? Hazard? Lahm? Que nada! O outro finalista da Bola de Ouro joga no gol. E com justiça: Manuel Neuer fez grande temporada tanto pelo clube como pela Seleção e vem revolucionando a posição de goleiro no futebol mundial, além de ser colecionador de títulos e referência do Bayern de Guardiola.

Rodeado de craques, Neuer é a cereja do bolo da defesa do Bayern. Considerado por muitos o melhor goleiro do mundo ao lado do belga Courtois, o alemão pode ter fracassado na missão de vencer a Champions League, mas os feitos nos campeonatos locais são impressionantes. No segundo semestre, com um Bayern ainda melhor, Neuer segue passando muita segurança para o time que, após metade da Bundesliga, já pode ser praticamente cravado como campeão.

O que mais chama atenção em Manuel Neuer é sua versatilidade como goleiro. Muitas vezes criticado por sua falta de habilidade com os pés quando era jogador do Schalke 04, hoje esse é o grande diferencial do alemão. Pode tranquilamente fazer a função de líbero quando o time joga com muitos jogadores na frente, sem comprometer.

Meu voto seria para Messi - por tudo que fez no ano e pelo protagonismo no Barça e na Argentina, ele merece o penta.

Melhores treinadores - futebol masculino




A disputa para melhor técnico pode ser considerada até mais acirrada do que entre os jogadores. Carlo Ancelotti chegou ao Real Madrid para ser sucessor de José Mourinho e conseguiu sucesso imediato. Adotou um novo esquema de jogo que caiu muito bem, além dos quatro títulos ao longo de 2014.

O que credencia Ancelotti ao posto de melhor técnico de 2014 é ter vencido a Champions League. Sonho antigo do Real, La Decima foi conquistado até com certa autoridade, sendo Ancelotti um dos principais responsáveis. 

Uma figura indescritível. Diego Simeone é muito mais que um técnico para o Atlético de Madrid. Uma referência para a torcida e também para seus comandados. Com um orçamento bastante inferior, Simeone conseguiu competir de igual para igual com Real Madrid e Barcelona.

Com um sistema defensivo impecável, meio de campo consistente e Diego Costa implacável, o Atlético de Simeone quebrou a hegemonia de Real e Barça na Liga espanhola e por pouco não saiu com o título europeu. Além disso, é o personagem mais carismático do futebol atual. 

Em ano de Copa, o treinador campeão do mundo não poderia faltar na lista. Vindo de um longo trabalho de reestruturação da seleção alemã, Joachim Löw foi enfim consagrado em 2014, no Brasil.

Apesar de usar o Bayern como base para jogadores e esquema tático, a Alemanha de Löw apresenta coisas novas para o futebol. Por exemplo: fazer sete gols num só jogo de Copa do Mundo em c e r t o s times. 

Para melhor treinador, votar em Diego Simeone é tentador, mas fico mesmo com Carlo Ancelotti. O que o Real Madrid fez, coletivamente falando, foi algo incrível.

Bola de Ouro feminina - as melhores de 2014



A da esquerda, para variar, é alemã. Nadine Kessler tem 26 anos, é meia e craque do Wolfsburg, atual bicampeão da Bundesliga feminina e da UEFA Champions League. E ela já faturou o prêmio de melhor jogadora europeia no ano passado. Talvez seja a com menos pompa da lista de finalistas, mas, se considerarmos só os títulos da temporada, fica difícil superar Kessler.

Marta é aquela que nós conhecemos. Sem nem ter três décadas de vida, ela já está atrás do hexacampeonato da Bola de Ouro, tendo vencido o prêmio de 2006 a 2010. Hoje, desfila nos campos de futebol da Suécia e comanda a Seleção Brasileira feminina que sonha com a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio em 2016, sob o comando do técnico Vadão. A alagoense é a mais vitoriosa na categoria das três, mas não é considerada favorita neste ano.

Abby Wambach é a veterana atacante do Washington Freedom e da Seleção Americana. Melhor jogadora do mundo em 2012, Wambach disputa o que deve ser sua última chance de ganhar o concorrido prêmio, uma vez que tem 34 anos, 6 a mais que Marta, sua grande concorrente. As duas travam a maior disputa por serem as mais famosas, mas será que o prêmio fica mesmo focado no confronto Brasil x EUA?

Se sim, temos uma vantagem. No último confronto entre as seleções, dezembro passado em Brasília, o Brasil fez 3x2 nas americanas, de virada - 3 gols de Marta. Como não votar na nossa representante?

Melhores treinadores(as) - Futebol feminino


Ralf Kellermann tem 46 anos e é o primeiro indicado da lista. Por ser o treinador do mesmo Wolfsburg que joga Nadine Kessler, a sua escolha já é justificada e suas chances são reais. Afinal, é o treinador mais vitorioso do futebol feminino europeu nas últimas temporadas. Alemão? Sim, alemão.

Entretanto, Maren Meinert, de 41 anos, não fica muito atrás. A ex-jogadora de sua seleção agora treina a categoria sub-20 da mesma e se sagrou campeã da Copa do Mundo de sua categoria no ano passado. Alemã? Sim, alemã.

Talvez o japonês Norio Sasaki, de 56 anos, seja o azarão da disputa. Sasaki treinou sim a Seleção Japonesa campeã asiática em 2010, campeã do mundo em 2011 e medalha de prata nas Olimpíadas de 2012, mas não levou nada relevante no último ano.

Pelos títulos, apostaria no Kellermann. Mas é difícil prever algo na premiação menos visada pelo público na noite, apesar de não menos importante.

Prêmio Puskás



Cuadrado ajeita de cabeça para James Rodriguez dominar, com o peito, um pouco atrás da meia-lua. Antes dela cair, o meia colombiano emenda de canhota dali mesmo. Ângulo direito de Muslera: travessão, chão, rede. James abre o placar para a Colômbia no duelo de oitavas-de-final contra o Uruguai, no Maracanã, e entra na lista dos 3 mais belos gols do ano de 2014. Para mim, sem dúvidas, o mais bonito.

Certamente, Stephanie Roche, a irlandesa do Peamount United, e Robin van Persie, o holandês centroavante de sua seleção e do Manchester United, descordam. Os três disputam o Prêmio FIFA Ferenc Puskás, que homenageia o craque húngaro-espanhol ídolo do Real Madrid e elege o gol mais bonito do ano (sim, eu sei, também acho que deveria se chamar Prêmio Dodô).



Entre os outros dois, ainda prefiro o de Roche. Apesar de reconhecer o golaço do van Persie e o ótimo lançamento de Blind, ainda acho mais bonitos outros gols na Copa do Mundo - o do australiano Tim Cahill, por exemplo, contra a Holanda ou o de Robben, no mesmo jogo entre Espanha e Holanda, em que o camisa 11 consegue uma arrancada incrível e deixa Casillas no chão pelo menos duas vezes antes de concluir.





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Podemos concluir que a Alemanha já sai como grande vencedora do prêmio e de 2014 em geral, tendo chances reais em quase todas as categorias. Prever mais do que isso é difícil - nos resta esperar até segunda.

Agradecimentos a Igor Junio (@igor_junio96) pela ajuda; Igor escreveu sobre os candidatos a melhor jogador masculino e melhor treinador de futebol masculino.

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Autor: Diogo Magri

17 anos, são-paulino do interior. Tenho trauma de bola parada, de pênaltis e de elogios ao goleiro antes do fim do jogo. No C11, falo de futebol europeu. Na vida, tento sofr... digo, ser jornalista.
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