Dança dos incompetentes

Desce, sobe, só falta empinar e rebolar. A dança dos incompetentes na Série B continua, e empolga os participantes a cada rodada. Moralmente, e digo sem medo de errar, a segunda divisão do campeonato nacional brasileiro tem sete rebaixados. Do ABC, 13° à Portuguesa, 20°, todos merecem críticas duras e um belo atestado de incompetência pendurado na porta de entrada da instituição. 

Sábado, diante do Sampaio Correa, o América reviveu um dos piores momentos do ano. Assim como diante da Portuguesa, conseguiu, com muito esforço, construir um placar positivo e dessa vez, inclusive, a situação era um tanto quanto mais comoda. Estavam, eles, jogadores, com dois gol na frente do rival, mas quem disse que isso importa? Quem disse que isso faz diferença? Marcelo Martelotte é que não foi, certeza. O técnico do América parece ainda não ter entendido o tamanho do buraco cavado pelo próprio elenco e por seus dirigentes. 

Não é possível que esses profissionais que hoje "defendem" o América Futebol Clube não consigam ter a mínima noção de como é difícil vencer para esse grupo. Foram dois gols de Isac, contestadíssimo, e com razão. Isac, que está no clube desde os primórdios da temporada, chegou ontem apenas ao quarto gol em 2014. E fez dois, logo, chegou ao jogo com apenas dois tentos marcados. Estamos falando do centroavante que, talvez, e digo porque entendo como funciona o América, fosse a contratação mais importante do planejamento.

(Foto: Frankie Marcone / Ag. Estado)

Isac ontem foi muito bem, e a derrota não tem sua participação, pelo contrário. A crítica ao elenco e ao técnico Marcelo Martelotte se dá por conta da "abertura" de esquema, mesmo com dois gols a favor. Quando perdeu Tiago Dutra, machucado, entendi a escolha do treinador por Jean Kleber. O jogo ainda estava um a zero, seria normal alguém com mais saída para buscar o segundo. O que matou o jogo para o América, de fato, foi a perda de Márcio Passos, já com os dois gols feitos e placar construído. O erro decisivo para que o Sampaio empatasse partiu do treinador América, que escolheu Thiago Cristian como substituto. Não era hora, não era momento, não era possível que ele achasse realmente que abrir a equipe seria a melhor saída. No banco, e apenas por isso reclamo, estavam Val e Fábio Braga, as duas opções mais corretas. Martelotte errou e pagou por isso.

19 estão fora diante do Flamengo. Se Pimpão não jogar, serão 20 desfalques

A Copa do Brasil foi um grande entorpecedor usado pelo América na temporada. Se não fosse o enorme êxito conquistado pelo clube na competição, o clima seria de crise profunda. Os enormes resultados conquistados pelo time de Oliveira Canindé deixam a torcida um tanto quanto confiante para todos os jogos. Pena que essa realidade esteja, hoje, bem distante de nós. A missão, no Rio, é muito mais difícil do que foi contra o Fluminense, mesmo que o placar, reduzido, diga que não. O Flamengo não vive grande fase, dizem os otimistas. E trata-se de uma verdade incontestável. Porém, amigos, contra o Fluminense nós tínhamos, ao menos, um time para colocar em campo. Com 19 ou 20 desfalques fica difícil querer cobrar alguma coisa desses caras, principalmente quando sabemos que mesmo completos eles não conseguem decidir sem fraquejar. Quem acredita em divindades, deve se apegar a elas. Talvez nem um deus salve esse América. Não enquanto a música que rege a dança dos incompetentes estiver tocando em volume ensurdecedor. 

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Autor: Sérgio Ricardo Jr.

Sérgio Ricardo Jr. é acadêmico em Jornalismo pela UFRN e colaborador do C11 desde 2014.
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