Há pouco mais de três meses, a luta do meu avô materno contra o câncer chegou ao fim. Foram momentos que me fizeram ficar frente a frente com a dor que essa doença pode proporcionar e, desde então, compartilho do sofrimento de quem tem ou conhece alguém que possua tal enfermidade.
No último sábado (20), um acontecimento durante um jogo da Premier League, a primeira divisão do futebol inglês me chamou a atenção. Após marcar os dois gols que permitiram ao Newcastle arrancar um empate diante do Hull City no St. James' Park - Jelavic e Diamé haviam colocado os visitantes em vantagem -, o atacante senegalês Papiss Cissé levantou a camisa e homenageou o meia argentino Jonas Gutiérrez, que vem travando batalha contra um câncer no testículo.
Foto: Serena Taylor/Getty Images |
"Sempre olhe para a frente, Jonas", dizia a mensagem de incentivo ao companheiro de equipe. Recentemente, o meio-campista revelou que foi "esquecido" pelo clube após ser diagnosticado com a doença. "Tirei o testículo esquerdo, voltei para a Inglaterra e o Newcastle pediu para sair (do país). Quando detectaram um tumor em um dos testículos cheguei para a Argentina e assumi os custos, apesar de ter um contrato com o Newcastle", declarou Gutiérrez. Apesar de ter sido "escanteado" pelos Magpies, o sul-americano não foi esquecido pelo seu colega.
Ao contrário do que costuma acontecer nas partidas de futebol, o árbitro Neil Swarbrick não puniu o jogador africano com um cartão amarelo. A Fifa ordena que qualquer atleta que levante ou tire a camisa durante um jogo seja advertido com o cartão, regra que também vale para outras comemorações. Isso se torna bastante desagradável em determinadas situações.
Em 2007, por exemplo, Abedi, à época do Vasco, homenageou o filho Róbson, que sofre de uma grave doença, após marcar um gol no clássico contra o Fluminense, no Brasileirão, e foi punido com o cartão amarelo pelo árbitro Alício Pena Júnior. Após o embate, que terminou empatado em 1 a 1, o jogador explicou o motivo da comemoração - ele imitou uma brincadeira que fazia com o filho - ao juiz, mas a advertência não foi retirada. Agora, um exemplo mais recente: na vitória da Roma sobre o Cagliari por 2 a 0 no último domingo (21), Florenzi foi à arquibancada comemorar seu gol com sua avó; foi punido com um cartão. Tais acontecimentos tornam o futebol um esporte mais incrível do que já é e as punições desnecessárias - segundo os defensores, não pode porque "o gol é o momento em que o patrocínio fica em evidência" e ainda há quem diga que "isso não é hora para homenagens" - não apagam a real intenção dos acontecimentos.
Voltando ao jogo em território inglês, o Newcastle, com o empate, foi a três pontos e caiu para a lanterna do campeonato inglês. Já o Hull chegou a seis pontos e é o 10º colocado. No mais: Ánimo, Gutiérrez!
C11 no Facebook
C11 no Twitter¹ e C11 no Twitter²
* Contribuí com colunas sobre o Náutico para o C11 e, nesta terça-feira (23), estreio na coluna sobre futebol internacional, na qual farei companhia a Diogo Magri
C11 no Facebook
C11 no Twitter¹ e C11 no Twitter²
* Contribuí com colunas sobre o Náutico para o C11 e, nesta terça-feira (23), estreio na coluna sobre futebol internacional, na qual farei companhia a Diogo Magri
comentar com Facebook