Dominados pelo amor ao Tricolor #2 - Gabriel Diniz

Gabriel Diniz apoiando o Fluminense em Itaquera. (Foto: arquivo pessoal)
O segundo texto da série "Dominados pelo amor ao Tricolor" conta a história de Gabriel Diniz, jovem torcedor do Fluminense que é conhecido por enfrentar qualquer dificuldade para seguir o time onde quer que esteja jogando. Atualmente ele é um dos torcedores que mais vai a jogos do Tricolor carioca e tem diversas histórias legais para contar a respeito de suas viagens e de seu amor pela instituição. Desta forma, pedimos ao rapaz que concedesse uma entrevista para o nosso blog e ele aceitou. Vamos nessa?

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Gabriel, primeiramente obrigado por aceitar ser entrevistado pela equipe do C11-FLUMINENSE. Conte um pouco para nós como começou e de onde veio todo seu amor pelo Tricolor.
Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade que recebo da equipe C11-Fluminense. É uma honra! Bem, eu conheci o Fluminense através do meu avô. Num jogo do Flu pelo carioca de 2005, estávamos na sala e ele disse assim: "Se o Fluminense passar de fase, eu vou levar você no próximo jogo". Não era muito ligado ao futebol, menos ainda ao Fluminense, mas Graças a Deus o Flu venceu aquele dia. Na semana seguinte eu estava no Maracanã — era o primeiro jogo da final... Começamos com um 2 x 0 mas tomamos a virada... Voltei pra casa triste demais, mas naquele dia a minha vida mudou! Quando subi a rampa do Maracanã, por um acaso, era o mesmo instante que o Time Tricolor entrava em campo — momento de euforia máxima da Torcida Tricolor. Quando vi toda aquela festa... Tudo aquilo por um time, eu me decidi e, com lágrimas nós olhos, gritava pro meu avô: — "É isso que eu quero ser, eu quero ser Fluminense".

Hoje em dia você é um dos tricolores mais presentes nos jogos do nosso time. Queria saber como tudo começou. Para onde foi sua primeira viagem?
Minha primeira viagem acompanhando o Fluminense foi para Barueri, no ano de 2010, contra o São Paulo. Tinha 14 anos apenas e, como não podia ir sozinho, fui com minha mãe na caravana da Torcida Força Flu. Entrei no ônibus às seis da manhã, em Laranjeiras, e embarquei para Barueri. Conseguimos vencer aquele jogo contra o São Paulo, numa partida inesquecível em que o Conca jogou demais. No domingo seguinte a gente voltaria a jogar em Barueri, contra o Palmeiras, e até sábado eu não pretendia ir. Até que minha mãe me perguntou se eu gostaria de viajar novamente e eu não pensei duas vezes. Na mesma hora liguei para uma das organizadoras da caravana da Força Flu e fui informado que restavam duas vagas. Desde esse momento percebi que era uma coisa de Deus, pois consegui exatamente as duas últimas vagas para mim e minha mãe. Lembro que o ônibus em que eu estava era um dos primeiros da imensa fila de ônibus que partia para Barueri e, ao botar a cabeça para fora da janela, não conseguia ver até onde esta fila ia. O time estava muito bem, brigando pelo título, e a torcida comprou a briga junto com os jogadores, tanto é que saíram cerca de 70 ônibus com torcedores tricolores do Rio de Janeiro. Conseguimos vencer mais uma vez e o herói do jogo foi o Tartá que marcou um gol sensacional, onde a bola traçou o único trajeto que ela poderia traçar. Essa vitória nos colocou na liderança novamente e algumas rodadas depois fomos campeões. Em 2014 pude voltar a Barueri para acompanhar o confronto diante do Bahia e fiquei muito emocionado em poder esticar a faixa da Garra Tricolor, torcida em que eu sou diretor. De 2010 para 2014 são apenas quatro anos e, em tão pouco tempo, alcancei um patamar muito grande dentro da torcida do Fluminense. Graças a Deus, respeito e tenho amigos em todas as organizadas do Fluminense. Quando coloquei a faixa da Garra no estádio, fiquei muito feliz e acho que foi o momento mais emocionante para mim neste ano até agora. 

Quando você foi a sua primeira viagem já pretendia fazer com que viajar para acompanhar o time virasse uma rotina ou foi se apaixonando ao longo do tempo?
Na verdade, o Fluminense me chama em 2009. Naquela reta final histórica em que conseguimos nos livrar do rebaixamento quando todos já nos davam como rebaixados, percebi que meu lugar era na arquibancada. Aqueles jogadores mereciam que eu fizesse um esforço para ir apoiá-los. Não só os jogadores, como também o Cuca que acreditou na gente quando ninguém mais acreditava. Eu acreditava! Conseguimos nos manter na Série A e minha paixão por seguir o time onde quer que ele esteja começa nessa caravana contra o São Paulo, mas ainda aqui no Rio de Janeiro. Fui procurando me enturmar com a galera e todo mundo cantando o tempo todo na estrada fez com que eu pensasse que era isso que eu queria para o resto da minha vida. Não tenho como explicar o que eu senti naquele momento. Talvez só Nelson Rodrigues com suas crônicas pudesse passar meu sentimento para palavras.

Tirando essas viagens para Barueri, qual foi a mais marcante de todas?
É uma escolha difícil porque cada viagem tem seu charme. Um jogo que me marcou muito pelo seu tamanho foi contra o Boca Juniors, em La Bombonera. Fomos até um dos maiores palcos da história do futebol mundial e conseguimos vencer uma partida muito difícil. Quando o jogo estava 1x1, a torcida do Boca fazia uma pressão muito grande e eu só conseguia olhar para o lado e ver a saída. Minha vontade era de ir embora porque a torcida deles é nojenta. Até que teve aquele lance inesquecível, em que o Wellington Nem cruzou e o Deco escorou para o fundo das redes. Na hora do gol, eu tive uma queda de pressão e desmaiei. Não tive forças para aguentar tamanha emoção. Todo aquele nojo que eu sentia da "La 12", torcida do Boca, caiu naquele gol. Além dessa, uma outra viagem que eu amo é a de 2012 para Presidente Prudente, no jogo do tetracampeonato, contra o Palmeiras. Ali foi minha aparição para toda a torcida do Fluminense. Após o gol da vitória, apareço na televisão decretando que o jogo havia acabado e que éramos tetra. Foi algo espontâneo e, na verdade, eu nem sabia que realmente a imagem tinha ido para o ar. Somente na estrada que fui informado que tinha aparecido para todo o Brasil e, também por isso, esse foi um confronto que ficou muito marcado para mim.

Alguma vez você viajou, o Flu perdeu a partida e você se arrependeu de ter ido ou só o simples fato de estar seguindo o Tricolor já te deixa satisfeito?
Quando você vai a um jogo fora de casa, tem todo o clima da viagem. É impressionante como em todas minhas viagens até hoje, eu fiz amizades. Você vê a força do Fluminense, por exemplo, no último confronto contra o Botafogo em Brasília. Era um jogo em que a imprensa dava o Botafogo como favorito e todos achavam que nossa torcida estaria em minoria. Ao chegar no aeroporto para recepcionar os times, tinham duzentos torcedores tricolores aproximadamente e apenas uma família de alvinegros. Respondendo à pergunta, um jogo em que eu senti muito a derrota foi contra o Olimpia, no Paraguai, pela Libertadores 2013. Fui até o Paraguai em busca da classificação e não gostei muito do local, pois não tinha muitos atrativos. Além disso, fomos agredidos durante a partida. A torcida paraguaia não parava de arremessar objetos em direção aos nossos torcedores. Lembro que tinha uma mãe com um bebê na arquibancada e eu estendi a bandeira da Garra em cima dela para evitar que algum objeto acertasse ela ou a criança. Logo que estiquei a bandeira, pegou uma garrafa bem em cima do pano. Perdemos a partida por 2x1, fomos eliminados e, naquele jogo, o juiz marcou um pênalti que não existiu e eu tive a falta de sorte de voltar para o Brasil no mesmo avião em que estava a comissão de arbitragem. Portanto, esse conjunto de fatores fez com que eu lembrasse dessa viagem como a pior.

Para finalizar, o que você espera do time do Fluminense até o final da temporada?
Quero apenas que o ano acabe logo. Não espero mais nada do time do Fluminense. Na verdade, só espero que a gente não brigue contra o rebaixamento. O problema do Fluminense começa na diretoria, passa pela arquibancada e chega até os jogadores e à comissão técnica. Vejo que tem jogadores, como o Fred, que tem mais força que o próprio presidente dentro do clube. Enquanto tudo estiver como está, não acredito que o Fluminense possa almejar grandes coisas. Espero que chegue logo 2015, que tenha uma renovação e que alguns medalhões possam ser dispensados. É necessário também acreditar no trabalho das nossas categorias de base. Atualmente, chega a ser desanimador vir para a arquibancada vendo toda essa confusão que toma conta do nosso clube. É triste!

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Gostaríamos de agradecer, mais uma vez, a paciência e colaboração de Gabriel com nossa equipe. Com certeza, todos os tricolores que te conhecem tem orgulho de você. Em nome de toda a torcida tricolor, gostaríamos de te agradecer por toda sua dedicação ao Fluminense. Se os jogadores tivessem metade da disposição e do amor que Gabriel tem pelo clube, todo ano seríamos campeões mundiais. Saudações Tricolores!
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Autor: Rafael Perdigão

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